CASA DO IAGO
Quando chegaram à casa de Iago, ele não perdeu tempo, distribuiu bebidas alcoólicas para todos. Em seguida, levou Júlia para o seu quarto, deixando Marlon e Beatriz sozinhos na sala.
Marlon apreciava a sua bebida e lançava sorrisos maliciosos para Beatriz, sem dizer nada.
Ele considerava-a muito atraente e notou que ela se expressava com ar de superioridade. Então, brincar com a cabeça dela o divertia.
Perceber o desconforto que estava causando, dava-lhe prazer.
Extremamente constrangida, sem saber como agir, Beatriz inicia um assunto, na tentativa de, ao menos, entender o que ele estava querendo com aquela cena toda.
— No dia da festa você tava mais soltinho. Foi o efeito das bebidas?
— Pouca conversa para muito julgamento. Vai com calma! Se liga, não quero me meter nas suas tretas da escola, nem preciso. Tem sobrado mulher. Só fiquei passado, você é bem fácil. — Marlon tenta ferir o ego de Beatriz.
A expressão dela mudou no mesmo instante, ficou surpresa e indignada.
Com a voz trêmula, Beatriz eleva o tom da sua voz: — Tretas? Fala do Pedro? Não tenho nada com ele. Ele que me abraçou… mas agora sou só uma qualquer, atirada e fácil? Quem deu essa moral para você? Quero ir embora!
Marlon sentiu-se vitorioso ao ver o impacto que suas palavras causou e, com indiferença, diz: — Relaxa! Sua amiga está curtindo, aproveita a bebida e fica de boa.
Beatriz segurava o copo com as mãos agitadas e suadas, estava fora de si, incapaz de compreender.
Qualquer um daria tudo para estar no lugar dele, e, mesmo assim, escolheu tratá-la com total falta de consideração e desrespeito.
Deveria ter desejado não vê-lo novamente. Mas, o efeito foi o oposto, era como um desafio. Sentiu-se atraída, queria provar a sua importância, mostrar que estar com ela era ter sorte.
Marlon era sínico e convencido, agindo como se nada houvesse ocorrido, pergunta: — E aí, como foi a aula hoje?
— Tá maluco? Acabou de me esculachar…
— Calma, linda! — Marlon interrompe e continua falando. — Só te vi animada na saída da escola. Esquece esse lance e vamos curtir nosso momento.
— Vai agir como se nada tivesse acontecido? Nem pedirá desculpas?
— Quanto rancor, a vida é breve! E, olha… até de uniforme você é gata. — Marlon falava enquanto se aproximava de Beatriz.
Um cenário tenso carregado de emoções reprimidas se formou. Sem pedir permissão, Marlon a beija, dominando-lhe com firmeza e segurança em seus braços.
Beatriz, apesar da ousadia de Marlon, não ofereceu resistência. O sentimento era conflitante, um misto de atração e raiva. Não houve palavras trocadas, apenas a energia daquele momento.
E assim, Beatriz e Marlon se entenderam, desfrutando de uma tarde agradável.
Beatriz, nunca havia encontrado alguém como ele, que não a temesse, que a tratasse no mesmo nível de sua arrogância.
Passaram algumas horas, Beatriz e Júlia precisavam ir embora.
Marlon segurou Beatriz pela cintura e sem desviar o olhar em um tom quase que ameaçador, fala: — Princesa, eu tô me amarrando em você, mas meu lance é exclusividade, não gosto de dividir com ninguém. Se decide e ver qual é a sua, o que tu tá procurando?
— Tô solteira, o Pedro é só um amigo da escola. Deixa rolar e ver onde chega. Tô curtindo só contigo, não tem mais ninguém na jogada.
— É só um papo, sou direto!
Os rapazes levaram às duas até uma rua próxima às suas casas. Elas desceram com cuidado para que ninguém as visse. Ao se aproximarem da casa de Júlia, que ficava a alguns metros da de Beatriz, as amigas se despedem.
Beatriz chegou em sua casa e tentou disfarçar o cheiro do álcool, evitando se aproximar demais dos seus pais. Trocou algumas palavras com a sua mãe e foi para o quarto.
Seus pensamentos não se afastavam de Marlon. Só conseguira voltar ao mundo real quando uma mensagem da Júlia chegou em seu celular.
— Amiga, conta! O que rolou entre vocês?
Beatriz deu todos os detalhes, inclusive a parte em que ele usou palavras duras contra ela. Mencionou ainda que ele pediu exclusividade entre eles, pois estava gostando dela.
Júlia lia as mensagens com atenção, sentindo um desconforto. Não tinha certeza se era uma boa ideia, mas estava igualmente envolvida.
— Bia, lembra que é só curtição, né? Marlon é zona proibida. E pelo jeito é ciumento e possessivo. — Advertiu Júlia.
— Você está muito preocupada, vamos aproveitar e depois a gente some.
— Parece que você não tá tão a fim assim de sumir.
— Tchau! Tá parecendo minha mãe me regulando, já basta ela. — Beatriz para de responder Júlia deixando o celular de lado e voltando para seus pensamentos.
Estava mergulhada num caos, um dilema que a fazia oscilar entre a razão e a emoção. Marlon, um homem envolvido em atividades ilegais, havia chegado em sua vida, despertando nela sentimentos proibidos.
A voz da razão gritava: “Isso é um erro!”
Beatriz estava dividida e tentava justificar: “Talvez eu possa ajudá-lo a mudar de vida”
A voz da razão teimava: “Só se pode ajudar aquele que quer ser ajudado!”
O dilema entre o desejo e medo se iniciou, e Beatriz sabia ser preciso ter cuidado, cada passo poderia representar sérias consequências.
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Marlon agia de maneira abusiva e opressiva em relação à Beatriz. Não demonstrava consideração pelos sentimentos e desrespeitava seus limites, usando truques sujos para manipular.
Parecia que o único interesse era o corpo dela e a emocionante batalha que representava. Marlon não considerava marcas emocionais que suas ações egoístas possam deixar.
O Abuso emocional, é uma forma cruel de violência psicológica, corrói a autoestima, mina a confiança e dilacera a dignidade por meio de manipulações, chantagens, humilhações e indiferença.
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Será que Beatriz conseguirá enxergar os sinais desse abuso?
Como ela enfrentará esse desafio?
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Shirlei
Vai se dar mal com esse daí…
2023-12-24
2
Melina Mello
ele merece esse tratamento, agora os pais dela que me preocupam
2023-12-05
1
miah
Odiooo
2023-09-17
5