Capítulo 8 - Um Quebra-Cabeça Complicado.

A ligação foi encerrada, Beatriz estava perplexa com o jeito que Marlon a tratou.

Por outro lado, Marlon agia com uma pressa incomum, vestindo uma jaqueta enquanto seu rosto demonstrava uma combinação de nervosismo e urgência.

Marlon era como um quebra-cabeça, em um momento, se apresentava arrogante, e nos segundos seguintes, sua personalidade se transformava em doçura e gentileza.

Enquanto pegava as chaves do carro, Marlon se virou para Beatriz e com a voz suave disse: — Bia, preciso resolver uma situação. Vou te levar para casa.

— Quem era? Do nada, o que está acontecendo? — Perguntou Beatriz, confusa.

— Não sei se fui claro ou se você está tirando com a minha cara! Qual parte não entendeu que a minha vida não é da sua conta? — Disse Marlon, franzindo a testa.

— Como não é da minha conta? Sou sua namorada, estou preocupada. — Contestou Beatriz.

— Namorada? — Marlon soltou uma risada sarcástica. — Bia, eu te dei um anel, mas isso não quer dizer que você é minha namorada.

As palavras de Marlon foram cruéis e Beatriz se sentiu humilhada. Será que ele falou aquelas coisas impulsivamente, devido ao nervosismo, ou ele realmente não se importava com ela?

Ignorando o semblante perplexo de Beatriz, Marlon, sem esperá-la, foi em direção à porta de saída. Ela o segue ainda em choque.

Enquanto Marlon dirigia em alta velocidade, fazendo manobras arriscadas e até furando sinais (coisa que Beatriz detestava), ela mal conseguia conter as insistentes lágrimas.

Mesmo percebendo que Beatriz tentava disfarçar o choro, secando sutilmente o seu rosto molhado, ele agia com total frieza e indiferença, como se ela não existisse.

Quando chegaram perto da casa de Beatriz, Marlon tentou beijá-la, mas ela se esquivou descendo do carro em direção à sua residência sem olhar para trás.

Beatriz sempre tinha as respostas na ponta da língua, mas, naquele momento, estava tão atordoada que não conseguia responder.

Marlon estava completamente diferente daquele que estava ao seu lado há algumas horas.

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Ao chegar em casa, Beatriz se jogou na cama, chorando descontroladamente, queria gritar, sentia uma dor jamais sentida antes.

Observando o anel em seu dedo, Beatriz se perguntava: “O que ele queria com isso? Era uma prova de amor genuíno ou apenas um meio de brincar com seus sentimentos?”

Horas depois Marlon ligou, fingindo normalidade.

— Bia, já estou com saudades, não vejo a hora de te ver novamente. Cheguei em casa agora.

Beatriz ficou estressada com a ligação. Ela não entendia como ele podia demonstrar tanto desinteresse e insensibilidade, e depois tentar ser gentil.

— Marlon, não quero falar com você. Suas atitudes foram ridículas, me humilhou. Mereço muito mais do que isso. Desaparece e me deixa em paz.

— Corta essa, Beatriz. Você foi a culpada! Minha vida é complicada, sabia? O mundo não gira ao seu redor. Tudo o que eu faço por você não é valorizado, ninguém quer uma mulher do seu jeito.

— Sério que está falando isso? Ninguém quer um homem bipolar também! Você só queria me usar. — Beatriz respondeu e desligou a chamada.

Marlon começou a ligar insistentemente e a mandar várias mensagens pedindo-lhe que atendesse sua chamada. Por fim, disse que se ela não atendesse, iria bater em sua porta.

Sabendo da personalidade impulsiva de Marlon, Beatriz, com medo de que ele cumprisse a promessa, atendeu o telefone.

— Princesa, batendo a real contigo, fui um idiota! Eu não sei o que deu em mim. Eu estava “bolado” com alguns problemas. Você sabe que eu te amo, né?

Beatriz ouvia a voz de Marlon, seu orgulho ainda estava presente, mas agora misturada com a vulnerabilidade que tentava esconder.

— Como você mesmo falou, não temos nada, não namoramos. Esquece que eu existo!

— Bia, falei sem pensar. Eu estava nervoso, você sabe que eu não penso assim.

— Marlon, você está tentando me fazer esquecer do que você fez.

Houve um silêncio tenso do outro lado da linha, Marlon estava escolhendo cuidadosamente suas palavras.

— Não, Bia. Estou mandando o papo reto. Estou tentando te fazer lembrar do lance maneiro que temos. Você ainda me ama?

— Sim, mas isso não basta…

— Então, princesa! Você sabe que ninguém vai te amar como eu. Seus pais não te entendem, só eu que realmente te entendo. Prometo ser diferente.

Ouvindo as palavras de Marlon, Beatriz se sentia confusa. Ela pensava nas coisas ditas e feitas por ele e também pensava em suas mudanças repentinas de atitudes.

Estava difícil para Beatriz completar aquele quebra-cabeça que era Marlon.

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O mago da manipulação, brincava com as emoções de Beatriz como marionetes.

Será que ele iria conseguir enfeitiçá-la a dar-lhe uma segunda chance?

Seria difícil resistir aos seus encantos, suas palavras eram poderosas.

Estaria Marlon dizendo a verdade ou apenas encenando um drama para satisfazer o seu ego?

Uma coisa é certa, o mago é sagaz, e podemos apostar que guarda na manga truques e encantamentos.

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