CASA DA JÚLIA DEPOIS DA FESTA
Às 9h, Beatriz acorda com o despertador, sentindo-se cansada e com dor de cabeça. Apesar do cansaço, ela precisa fingir que dormiu a noite toda. Então, ela se levanta, toma banho e organiza seus pertences.
— Júlia, acorda!
— O que foi? Me deixa, tô morta de cansaço.
— Vou embora, tenho que voltar pro inferno.
— Aham… me manda mensagem depois. — Júlia responde, virando para o outro lado da cama e jogando o lençol na cabeça.
Beatriz sai do quarto e segue em direção à saída da casa, quando encontra a avó de Júlia sentada.
— Bom dia, Bia! Dormiu bem?
— Bom dia, dona Neusa! Sim, eu dormi. Agora estou indo para casa.
— Já? Vamos tomar um café primeiro. O que você gosta de comer…?
— Não, não… eu realmente tenho que ir. Minha mãe quer que eu volte para casa mais cedo. — Beatriz interrompe, saindo apressada
Pensa consigo: “Mania chata de velho, parece carência.”
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EM SUA CASA
Ela entra em casa e sua mãe vem recebê-la. Beatriz tenta esconder a ressaca, o cansaço e o mau-humor da noite de farra.
— Oi, Bia! Foi legal lá? Por que a cara de cansaço?
— Foi legal, obrigada por confiar em mim, (te enganei, sua mulher insuportável — em seus pensamentos). — Ah, mãe, estou tão, cansada. Eu e a Júlia conversamos a noite toda.
— Sim, então a mocinha se divertiu, hein?
O pai chega da rua com algumas sacolas de compras, coloca no chão e abraça Beatriz.
— A filha que eu mais amo, quase morri com tanta saudade de você.
— Foi só algumas horas, pai! Vou deitar um pouco, amo vocês.
Beatriz sobe as escadas indo para seu quarto, enquanto seus pais continuam falando sobre como ela está crescendo e precisa de mais confiança e liberdade.
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Beatriz cochila por uns 40 minutos, acordando com uma mensagem do Marlon: “Boa tarde, gata!” O coração dela pula e ela não sabe como responder. Quer causar uma boa impressão, ser interessante…
Pensa consigo mesma: “Não posso mostrar muito interesse, tenho que bancar a difícil”. Após esperar 10 minutos, ela responde: “Boa tarde!”.
Beatriz manda mensagem eufórica para Júlia.
— Mano, o Marlon mandou mensagem. Nem sei o que falar para ele. Não dá para acreditar que ele veio falar comigo.
— Ah, só manter a tranquilidade, ser você mesma. O Iago também tá trocando ideia comigo, disse que tem umas festas legais para levar a gente. Mas tu sabe, os caras são mó treta, né?
— Parece que tô sonhando, vamos curtir na paz, sem amarras. Relaxa, parece uma velha rabugenta. — Beatriz responde de mau jeito.
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Marlon fica irritado, tem várias garotas ao seus pés. “Quem ela pensa que é? Respondendo às minhas mensagens como se eu não fosse nada”. Então, resolve não responder mais Beatriz e, sai para encontrar Iago.
MARLON E IAGO SE ENCONTRAM
Iago era um jovem de 19 anos de uma família de classe média. Com seus pais sempre ausentem, ele abusava de extrema permissividade. Ele poderia entrar e sair quando quisesse e até mesmo organizar festas em uma de suas muitas propriedades.
A relação entre Marlon e Iago era de amizade e negócios. Iago era útil para Marlon, o garoto riquinho que poderia lhe dar acesso a esse círculo social.
Marlon dava a Iago a imagem de perigoso (apenas uma fachada, Iago buscava apenas aparências), ganhando-lhe respeito e popularidade.
Funcionava assim: Iago organizava as festas, e Marlon e sua turma tinha circulação livre para vender drogas nas festas. Graças à família rica de Iago, ele conectou Marlon com alguns policiais corruptos. Marlon pagava uma porcentagem de seus ganhos para esses policiais, que fechavam os olhos durante as festas.
Marlon chega em frente à casa de Iago em um carro preto com dois rapazes no banco de trás. Iago entra no carro, cumprimenta os rapazes e se vira para Marlon:
— E aí, Mandrake, firmeza?
— E aí, meu chapa! Tá manjando de passar a perna, não tá? Se for armação, a gente se ferra junto. Tenho dois malucos aqui, e mais uns na reserva. Sacou? — Marlon fala, encarando o Iago.
— Tá doidão? Tu é meu irmão… Claro, tô ligado, Man. Vou te apresentar o tira que estará na cola nas próximas festas.
— Fechado!
Essa era a vida de Marlon, ele tinha que ficar esperto, desconfiando até da sua sombra. Enquanto eles dirigiam, continuaram conversando.
— E Bia, elite, hein?
— Ela acha que sou um merda, me respondeu com uma mensagem seca. Mas ela aprenderá uma liçãozinha. Deixarei apaixonadinha atrás de mim. — Marlon sorri, descaradamente.
— Ela é gata, geral corre atrás dela. Por isso ela esnoba mesmo, na escola era assim também.
— Eu não sou um cara qualquer da escola dela, aqui é cachorrão de rua. Ela cairá na real. E a Júlia, tá firme no desenrolo?
— Ah, sim! Aquela já tinha uma quedinha antiga por mim.
Eles resolvem os negócios que foram resolver. No caminho da volta, Marlon deixa Iago em sua casa.
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O domingo passa com Júlia e Iago trocando mensagens alegres e se dando bem. Beatriz e Marlon não se falaram mais. Isso deixou Beatriz ansiosa, mas seu orgulho era muito grande, impedindo que enviasse mensagem.
SEGUNDA-FEIRA NA ESCOLA
Beatriz chega e senta ao lado de Júlia, parecendo desanimada. Ela supôs que Marlon havia gostado dela, mas ele não mandou mais sequer uma mensagem. Julia percebe o humor da amiga e achou melhor deixá-la quieta.
Durante o intervalo, elas saem da sala de aula e se juntam a um grupo de alunos, sentando-se no chão próximo ao refeitório como de costume. Enquanto Júlia ri de uma mensagem de Iago, Beatriz ignorava fingindo não perceber, mascarando sua inveja.
Na hora de ir embora, Júlia e Beatriz saem juntas. No portão da escola, Pedro, um colega de classe, passa o braço sobre os ombros de Beatriz, cheio de intimidade. Ela se afasta, mas sorri, achando graça.
Do outro lado da rua estava Marlon e Iago encostado no carro. Ao ver Beatriz abraçando outro cara. Marlon sentiu raiva.
Foi uma surpresa, nenhuma das duas sabiam que eles estariam ali. Beatriz ficou nervosa, mas disfarça. Julia nem tenta esconder a alegria, puxou à amiga para atravessar a rua enquanto falava: — Olha, Bia… Os meninos, vamos falar com eles.
Julia imediatamente abraça e beija os meninos, perguntando o que eles estavam fazendo ali. Enquanto Beatriz os cumprimenta com um abraço tímido, sem pronunciar uma palavra.
Beatriz, ainda sentindo um nó, decide que é hora de quebrar o gelo. Ela, sem jeito, olha para Marlon e puxa assunto: — Oi, Marlon!
— Oi! — Marlon responde friamente sem deixar pista do que está pensando.
Percebendo a tensão entre os dois, Iago interrompe a conversa explicando o motivo deles estarem ali. O motivo é que eles queriam surpreender as meninas. Além de convidá-las para irem com eles para casa do Iago.
— Não aceito um não como resposta. Bôra para minha casa? Meus pais estão fora da cidade.
— Vamos, Bia? — Pergunta Júlia.
— Como, vou falar o que para meus pais?
— Fala que vai fazer um trabalho, só a gente não demorar.
Marlon estava seco, nem parecia o mesmo que conhecera na festa.
Após Beatriz resolver com a sua mãe, elas entram no carro indo em direção à casa de Iago.
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Apesar do clima, Beatriz não consegue negar a atração que sente. Ela sabe que o mais sensato seria ir embora, mas algo em Marlon a impedia.
Embora sinta os perigos que rodeiam Marlon, era tarde, ela deixou-se levar e sentindo-se sem opção, Beatriz rendeu-se.
O que será que aconteceu na casa do Iago? Marlon estava estranho!
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Shirlei
Isso é verdade… quem sofre são os pais…
2023-12-24
2
Melina Mello
o que mais me deixa triste e saber quem mais sofre e os pais
2023-12-05
1
Melina Mello
se Beatriz teve atenção demais esse teve de menos
2023-12-05
1