Capítulo 17 — O início do fim.

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“Lembre-se, palavras o vento leva e com elas vão às histórias que você acreditou.⁠”*(Luis Roberto de Paula)

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Marlon olhava o relógio a todo momento, impaciente, não via a hora de falar com Beatriz, de saber se ela estava bem, se ela ainda estava disposta a fugir.

Os pais dela haviam descoberto o romance secreto e reagido com fúria: destruíram o celular e a vigiavam de perto, tentando cortar qualquer comunicação entre Beatriz e Marlon.

Mas, ele não se deixaria abalar por isso, era determinado e persistente, e não desistia fácil do que queria, a menos que perdesse o interesse.

Ele tinha um plano, e iria colocá-lo em prática, pois Beatriz era sua, e ninguém tinha o direito de entrar em seu caminho.

Marlon olhou pelo retrovisor do carro, e ensaiou algumas frases que usaria para convencê-la a seguir o seu plano. Encenou algumas expressões, julgando-as charmosas e persuasivas.

Depois dessa breve encenação, arrumou o cabelo e se admirou no espelho. Suspirou se sentindo confiante, tinha certeza que ela faria qualquer coisa que ele mandasse.

Então, determinado, pegou o celular e mandou mensagem para Júlia.

— Já estou aqui fora! Cadê a Bia? — ele escreveu.

Júlia leu a mensagem e ficou irritada. Ela odiava Marlon, e odiava ainda mais ter que ajudá-lo naquele plano absurdo.

Mas não tinha escolha, ele havia ameaçado contar para Beatriz sobre o caso que eles tiveram, se ela não colaborasse. A vontade dela era xingá-lo ao lembrar da frase: “imagina se sua amiga descobrisse o nosso segredinho”?

— Bia, ele já está lá fora! — Júlia disse sem conseguir disfarçar o desânimo e o nojo que sentia.

Beatriz nem percebeu o tom da amiga, estava eufórica e com muita saudade, não via Marlon desde o dia em que seus pais a confrontaram, seu contato era apenas por telefone.

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Beatriz sentia um turbilhão de emoções quando viu Marlon parado à sua frente, sorrindo em sua direção. Correu para os braços dele, sentindo angústia e alívio.

Ele a apertou contra o peito, beijando seus cabelos enquanto dizia palavras doces em tom confiante e dominador.

Sabendo que aquele era um encontro proibido e não podiam ser vistos juntos, entraram no carro às pressas, depois de alguns minutos de carinho.

Sentiam-se corajosos, livres e felizes.

— Princesa, eu tenho um plano! — Marlon disse, segurando a mão de Beatriz e olhando nos seus olhos com intensidade — Você está pronta para largar tudo e fugir comigo, meu amor?

Beatriz o encarou com os olhos cheios de medo, não sabia o que fazer diante daquela proposta. Sentia-se insegura e tentada.

Ela apertou a mão de Marlon com força, procurando apoio e mordeu o lábio inferior, demonstrando nervosismos.

— Eu não sei, isso parece tão arriscado. — Beatriz hesitou, incerta sobre a decisão que estava prestes a tomar.

Marlon, que era cinco anos mais velho e sabia como persuadir Beatriz, percebeu a oportunidade de convencê-la. Ele, com uma expressão de compreensão e ternura, aproximando-se, acariciou o rosto dela com delicadeza e sussurrou em seu ouvido, fazendo-a arrepiar.

— Beatriz, nós somos destinados um para o outro. Não podemos deixar que seus pais interfiram no nosso amor. Se continuarmos aqui, irão nos separar para sempre.

Ele sabia como tocar no ponto fraco de Beatriz. Usando palavras apaixonadas, pintou um cenário de um futuro a dois, longe das amarras familiares, onde poderiam ser felizes vivendo o seu amor sem interferências.

Beatriz se deixou levar pelas palavras de Marlon e, gradualmente, seu medo se transformou em esperança de um futuro melhor. Ela começou a sonhar com uma vida de aventuras e romance sem ninguém para ditar regras.

— Tem razão, meu amor! Eu não quero mais viver dominada por eles, eu quero ser livre ao seu lado.

Ainda segurando as mãos de Beatriz, Marlon, com um sorriso satisfeito, prometeu que cuidaria dela e a faria feliz.

Naquele momento, a decisão de fugirem estava tomada, e o destino que os aguardava começou a ser escrito.

O poder de Marlon sobre Beatriz era imenso, e ele estava decidido a levá-la para onde ele quisesse. Se aproveitou de seus anseios e fragilidades, fazendo-a sonhar com um futuro perfeito ao seu lado, longe das dificuldades e das críticas.

Dominada por Marlon, Beatriz acreditava que essa era a única maneira de ser realmente livre e feliz.

— Amanhã à noite é a nossa chance. Você pega uma mochila com o básico e me encontra na esquina. Estarei com o meu carro e desaparecemos daqui para um lugar aonde ninguém vai nos atrapalhar. — Marlon falou.

— Mas e se alguém nos vir? E se minha família descobrir? — Beatriz perguntou com medo.

— Não se preocupe com isso, eles não vão nos encontrar! Você confia em mim, não confia? — Marlon disse, olhando nos olhos dela.

— Claro que sim, eu te amo! — Beatriz respondeu com firmeza.

O plano de Marlon era com destino a comunidade onde ele havia crescido. Já tinha combinado sua volta com os líderes do tráfico e assegurado seu posto como gerente da boca.

— Amanhã à noite estarei lá! — Beatriz exclamou ao abraçá-lo.

Ela estava disposta a deixar para trás sua família, sua casa e tudo o que conhecia por esse amor que Marlon pintava como único e especial.

Eles se despediram e Beatriz correu para casa da Júlia.

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A manipulação fez seu trabalho, e Beatriz estava prestes a dar um passo que mudaria definitivamente o curso de sua vida.

Pela frente viriam um caminho cheio de sofrimento e decepção, mas Beatriz ainda não conseguia ver além das promessas atraentes de Marlon.

Será que o plano de fuga sairia conforme planejado?

O que será que Marlon iria aprontar pela frente?

******Já deixei algumas pistas! Vocês sabem, coisa boa não podia ser!

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