Mexendo no passado

Eu retorno para casa.

Tomo um banho, o perfume do Dom Carlo estava em meu corpo.

Termino o banho, me seco e me troco.

Olho aquele vestido lindo, novinho e fico com o coração partido de ter que me desfazer.

Coloco em uma sacola, e vou até o bazar que tem perto de casa e entrego como doação. Passo na padaria e compro pão e queijo.

E retorno para casa.

O dia já estava começando a escurecer.

Eu guardo as roupas que tinham sido dobradas e sento para assistir televisão.

Logo Jr chega do trabalho.

- Oi Maria Luiza.

Ele diz com seriedade.

- Oi!

Eu respondo.

Ele coloca a mochila em um banquinho que tem ao lado da porta.

Tira o sapato e segue para o banheiro para tomar banho.

Alguns minutos depois ele sai apenas de toalha.

Ele é um homem bonito. Forte, com o peito definido e lisinho. Tem apenas alguns pêlinhos que vão em direção ao umbigo.

É branco, com olhos cor de mel.

Com cabelo liso raspado dos lados e um pouco alto em cima na cor castanho escuro, sombrancelhas grossas e sem barba e sem bigode.

- Não vai para a faculdade?

- Não! Hoje não tem aula.

- A que bom. Vamos assistir um filme juntos. Faz tempo que não ficamos juntos.

- Não quero. Mas quero gozar, te espero na cama. Não demore.

"Merda, preciso pedir autorização, eu penso"

- Vou no banheiro e já vou.

Eu digo.

Pego meu celular e mando a mensagem.

..."Sr meu marido quer me usar, ...

...posso me entregar?"...

Ele visualiza mas não responde.

Eu começo a ficar ansiosa.

Dom Carlo digitando...

..."Não!"...

"E agora, o que vou fazer, eu penso"

Eu coloco o absorvente e torço para dar certo.

Eu estava nervosa, apreensiva e com medo.

Vou até o quarto.

- Jr eu fui no banheiro e acabei de ver. Estou menstruada. Você quer assim mesmo?

- Que nojo! Deixa de ser porca! Claro que não!

- Vai fazer meu jantar.

- Ok!

" Deu certo, eu penso"

- Amanhã seu pai vira aqui cedo para me ajudar com um lance da faculdade de engenharia. E vai assinar meu estágio também.

Eu me sento ao seu lado. E encosto em seu ombro.

- O que está fazendo?

Ele pergunta se afastando.

- Nada.

Eu digo envergonhada.

- Vai fazer minha comida.

Eu me levanto e vou preparar.

Em menos de 40 minutos estava tudo pronto.

Eu sirvo a mesa e o chamo.

- Amor está pronto, vem jantar.

Eu sirvo seu prato tinha salada, batata assada, frango assado, arroz e feijão.

Ele prova e diz:

- Isso parece comida de hospital. Sem tempero.

- Eu disse que a maioria tinha acabado. Que precisa fazer compra. Eu só usei alho, cebola e sal. Mas está gostoso.

- Gostoso. Isso é nojento igual você.

- Não quero essa merda. Vou comer na pizzaria.

- E acho bom você comer. Se jogar fora você vai ver.

Ele pega a carteira e a chave do carro e sai.

Eu me sinto um lixo, começo a chorar.

Tiro a comida das panelas, lavo a louça e vou dormir.

No dia seguinte era sábado eu acordo, preparo café, asso um bolo e faço biscoitos.

Ele acorda e toma café, toma banho e se troca.

Logo a campainha toca

"Ding Dong"

Eu abro a porta era meu Pai.

- Benção Pai.

Eu digo.

Ele me empurra e entra.

- Cadê o Junior?

Meu pai pergunta com grosseiria.

- Oi sogro.

Diz Jr aparecendo na sala.

Meu pai o abraça.

- E ai vamos começar?

Meu pai fala.

- Sim. Vamos sentar aqui na mesa.

Ele vão para a mesa da cozinha, Jr pega os livros e apostilas da faculdade.

- Vocês querem alguma coisa?

Eu pergunto.

- Que você suma.

Diz Jr.

Eu dou um sorriso sem graça.

E vou para meu quarto.

Escuto a conversa deles.

- E como está sendo o casamento?

Meu pai pergunta.

- Uma merda. Maria Luiza é péssima. Não cozinha bem, não lava e não passa direito e no sexo é horrivel.

Jr responde.

- Vou te dizer, mulher é tudo igual. Quer colocar ela na linha? Bate nela.

- A mãe dela apanha até hoje. É só me desobedecer que apanha até na cara.

Eles riem.

- Sério sogro?

Jr pergunta sem saber se era piada ou se era sério.

- Claro. Mulher não pode dar moleza. Tem que manter em rédea curta.

- Eu te apoio, pode sentar a mão nessa menina metida.

Eu não acredito no que estou ouvindo.

Meu próprio pai, quem deveria me proteger ensinando o meu marido a me bater.

Eu sempre achei que ele me odiasse. Mas estou começando a achar que é pior que isso.

Eu precisava falar com minha mãe. Isso não era verdade.

Eu peguei minha bolsa e resolvo ir até em casa falar com ela.

- Licença.

- Jr eu vou dar um pulo na casa da minha mãe.

Eu digo.

- Vai, melhor do que ficar aqui, enchendo o saco.

Minha mãe morava no bairro vizinho. Eu gastava 10 minutos andando.

Eu vou praticamente correndo.

O portão estava aberto. Eu entro chamando.

- Mãe, mãe...

- Mãnhe!

Ela estava na cozinha.

- Aqui na cozinha.

- Que gritaria é essa menina.

- O que foi?

- Mãe eu vou te fazer uma pergunta. Me diga a verdade.

- O papai te bate?

- É...é...que pergunta é essa?

Diz ela gaguejando.

- Mãe me responde?

Eu insisto.

- Filha você sabe que seu pai é nervoso!

- Mãe eu não acredito.

Eu digo colocando a mão na cabeça.

- É que as vezes eu provoco, sabe. Eu já magoei muito seu pai.

- Mãe isso é loucura. Você não pode estar falando sério.

- A Sra faz tanto por ele. O magoou com o quê?

- Me diz?

- Coisa de inicio de casamento filha.

- É coisa de casal.

- A mãe sem essa.

- Quando eu era mais nova te perguntava porque ele me tratava tão mal. E a Sra dizia que era problemas no casamento.

- Que quando eu fosse casada entenderia.

- E agora vem dizer que é problema de casal.

- Me diga a verdade, por favor.

Eu imploro.

- Estou dizendo. Venha eu fiz arroz doce. Quer um pouco?

Ela diz desviando o assunto.

- Sim, por favor.

"Drum, Drum"

Meu celular vibra.

Era uma mensagem do Dom Carlo.

..."Bom dia Sub. Dormiu bem?"...

Eu respondo

..."Bom dia Sr. Na medida do possível dormi sim"...

Dom Carlo digitando...

..."Aconteceu alguma coisa?...

...Você se entregou a ele?"...

Eu respondo

..."Não aconteceu nada que já não fosse esperado. Não! Não me entreguei"...

Ele responde

..."Ótimo. Te vejo na segunda. Bom fim de semana"...

..."Ok. Obrigada para o Sr. também"...

Minha mãe não fala mais sobre nada disso.

Eu descido não forçar por enquanto.

Como o arroz doce e retorno para casa.

Ao chegar Jr já estava todo arrumado e cheiroso pois ia sair com os amigos.

Como em todos os fim de semana ele fazia.

E assim segue meu fim de semana.

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