Cap. 19 Lean... O jeito que a Flora difere!

Cada gemido de dor que Flora dá causa-me uma raiva por saber que quem a feriu está vivo e no andar térreo. Tenho certeza que Rômulo deu-lhe boas vindas! E sabendo disso, quase consigo esboçar um sorriso alegre. 

— Não quebrou nada, deu muita sorte senhora! As costelas e o ombro estão roxos. Mas é somente  luxação, deu muita sorte mesmo senhora O'Reilly, porque se um osso desse quebra ele poderia ter entrado em um órgão vital e tirado sua vida. — 

Ranjo os meus dentes só com o pensamento que ela poderia não estar mais aqui. As sensações que Flora me causa é algo que não consigo lidar, uma porra de um tesão que fez-me gozar só de tocá-la. E esse aperto estranho parece querer rasgar o meu peito por ver minha pequena ruivinha na cama. Flora, me causa um misto de sentimentos que tenho que aprender a lidar.

— Trouxe uma injeção que irá aliviar as dores, vou prescrever os remédios para que tome nos horários certos. Deves ficar de repouso, nada de gracinhas. — O médico gira devagar a cabeça para olhar-me, ele é médico da família conhece o meu sistema, ele não encara, mas alerta: — Lean nada de fazer a sua esposa se esforçar! — agora entendo o que ele está querendo dizer.

— Ela não precisa fazer nada, fosse o caso, eu faria tudo e ela nem esforçaria. — Flora faltou pouco para rasgar o colchão e entrar dentro dele. Kkk

— Lean, tenha misericórdia, não faça-me passar vergonha! — A vergonha de Flora é tanta que ela ralha comigo.

— Ela não vai se esforçar! —  digo.

— Certo! — o Dr Castilho higieniza as mãos e abre a mala. Eu observo-o preparar a injeção, jogar o álcool no algodão.

—  Ei, Dr a injeção é no braço dela, porra? —  que porra, o cara está a puxar o short de Flora.

— Deixa de ser ciumento, esta injeção é para ser aplicada nas nádegas. — Bufei irritado a travar meus dentes com o sangue fervendo. Caralho, o médico está com um pedaço da bunda da minha mulher toda exposta. 

— Doutor? —  Rosnei puto da vida. A agulha entrou na bunda de Flora, primeiro que eu, isso é frustrante. 

— Pronto! Agora vou dar-lhe outra na veia que irá ajudar a dormir! 

— Tudo bem! — A voz doce sai quase engasgada pela vontade de chorar. Eu queria segurar-lhe a mão, mas tenho medo dela ficar encarando-me estranho, e eu não ser uma ajuda e sim um atraso. Permaneço sentado vendo a segunda injeção ser aplicada nela! 

— Vai precisar de uma tipoia, tem que alimentar-se direito para tomar todos os remédios, e repouso! — novamente Castilho alertou sobre o repouso, também quisera, ele olha para a pequena mulher na cama e imagina um cavalo por cima de uma coelhinha! 

— Que mente poluída Dr? — digo e ouço-o rir alto.

— Até a minha filha de 12 anos é maior que ela! Sem ofensa. —  peguei-me rindo do comentário do senhor dr.

— Se tiver algum medicamento que ajude no crescimento pode prescrever também! — Provoquei Flora que revoltada defendeu-se a dizer:

— Eu não sou pequena, sou grande! Saibam que eu fiquei maior que minha avó, parem já com isso! 

— Agora entendi, então é neta de uma anã, por isso este tamanho? — não consigo parar de provocar.

— Lean não irrita-me, você que é grande demais, isso sim, pode parar já com isso agora! — ralha comigo tranquilamente em frente ao médico. A minha pequena ruivinha realmente gosta de afrontar-me 

— Nanica! — continuei a provocar.

— Gigante de pedra, chato! — Flora rebateu, como eu imaginei, ela gosta de me desafiar. Kkkk…

— É melhor eu ir, antes que sobre para mim! — o Dr Castilho fala rindo, prescreve o receituário, carimba e coloca sobre o móvel ao lado da cama. — Qualquer coisa é só ligar, desejo melhora senhora, senhor O'Reilly, boa noite! — acrescentou o médico indo para perto da porta.

— Obrigado Dr! — após o meu agradecimento, ele saiu do quarto.  Flora faz um " rum" e leva o braço aos olhos.

— O que foi?  — questionei em tom divertido.

— Nada Lean, nada! — Cospe a palavra de um jeito irritado. Confesso que eu gosto deste jeito dela tratar-me. Sem medo, sem receio, sem preconceito. Esse seu jeito desafiador é tão agradável que deixa-me excitado. Porém, esta é a primeira vez que falamos, e eu não poderia deixar o assunto morrer, então digo: 

— Nada, e está aí a bufar, porque?

— E não era para estar? É vergonhoso o Dr ficar insinuando essas coisas, ouviu o jeito que ele falou? 

— Ouvi, ele só está preocupado com a sua saúde, Flora.

— Poderia estar sem ficar fazendo piadinha sobre o meu tamanho e o seu! — Ah, ela entendeu a insinuação dele. Kkkk .. 

— Você é pequena e delicada, ele...

— Não defenda-o, ele não merece. Se eu não estivesse dodói, ele iria ouvir umas boas! — vejo os meus lábios formando um sorriso. 

— Tenho certeza que sim! — eu não ia contrariar a mulher dodói que não conseguiu se defender do ataque que sofreu.  Ficamos poucos segundos em silêncio, até…

— Aí meu popo, aí meu braço... aaai… aaaai… 

— Deita de lado! — eu tentando dar uma solução para ela parar de reclamar no meu ouvido. 

— Ele furou o direito e eu estou com o lado esquerdo machucado. Lean, eu só durmo virada para a parede. — ou seja, ela dorme do lado que está machucado.

— Terá que dar um jeito nisso, porque não tem outra opção.

— Não está a ajudar, Lean? — Ela não cala a boca, gosta realmente de desafiar-me. Novamente ela começou uma briga com o jeito para deitar e eu olhei para o meu relógio. Merda, eu havia esquecido que… 

— Você tem que comer, já são quase 0h! 

— Não quero! 

— É uma pirracenta mesmo, não estou querendo saber se quer. Eu estou a dizer que você vai comer, Flora! 

— Nice não... — ela calou-se, eu ergui a minha cabeça ao perguntar:

— Nice não? — Indaguei em busca de entender o que tem acontecido entre as duas.

— Eu...é... gosto de cozinhar minha comida! — ela muda de assunto sem dar-me uma explicação aceitável. Sabendo que ela não pode cozinhar e que não aceitará o que Nice trouxer. Contei até vinte e tomei uma decisão… 

— Eu vou fazer uma sopa para você! 

—  Uau, você sabe cozinhar, Lean? — Levantei-me sem dar-lhe uma resposta. 

— Lean?

— Hum?

— Faz sopa de batata com carne moída, eu gosto! 

— Não sou o seu cozinheiro, vai comer o que eu trouxer.

— Então porque ofereceu-se para fazer?

— Porque pensei que não ia exigir! 

— É um chato mesmo! —  Revirei os meus olhos antes de sair porta afora para fazer a sopa. 

'Carne moída com batata, até parece?' penso.

Peguei-me rindo. Porque, parece que estou quase a ceder ao seu gosto? Carne moída com batata! 

É Flota, quando eu te pegar de jeito … 

...****************...

Continuação com Flora...

Obrigada aos que estão a ler, e... Beijos no coração ❤️❤️❤️

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