Cap. 14 Flora... a fúria de Leander e eu não tenho mais forças!

Leander veio salvar-me... chorei mais ao ouvi-lo. Não era outro perseguidor, é ele! Ele veio, ele veio. A dor não cessava, o homem puxava-me pelo braço, o chão estava escorregadio. Preciso respondê-lo, preciso responder Leander. Vamos abra a boca e ignore a dor. Virei a cabeça e puxei o meu braço.

Leander o meu mari... AAAAAH___ eu não deveria ter virado para procurá-lo... (AAhh)... Só consegui gritar ao escorregar e ser empurrada para uma ribanceira que nem sabia existir aqui. — Socorro... — Gritei a plenos pulmões assim que segurei com as mãos no barraco evitando a queda eminente.

...Ai... a dor pulsava mais forte conforme eu apertava os meus pés no barranco em busca de apoio. Por sorte eu não cai! Estou segurando no barranco com as mãos e os meus pés estão tentando firmar na terra molhada. O meu corpo estava encostado nele, a chuva não ajudava, os meus pés ficavam escorregando o tento todo e eu tinha que colocá-los novamente para segurar.

— Eu vou chutar os seus dedos! — ameaça o tal Pica-Pau. Vamos grite por Leander. Abri a minha boca e a lama que escorria nele quase afogou-me. Preciso gritar! Cuspi e juntei todas as forças que consegui dando um grito:

— LEANDER, SOCORRO?— senti que não gritei alto o suficiente.

— Cala a boca vagabunda! Ele está longe, solta essa porra. O seu destino já está selado. Não precisa se preocupar, lá tem alguém esperando por você. Vai nadar só um pouquinho.—

Ai... gemi ao ter o seu pé chutando a minha mão. — Não, por favor... não faz isso. — chorei quando não consegui mais segurar com a mão que ele chutou. Para não cair, eu travei os meus pés no barranco molhado. Se eu não conseguir gritar, esse homem irá jogar-me para um destino que não sei qual será! E só de lembrar que ele disse alguém aguarda-me lá embaixo, levei novamente a mão ao barranco. Não vou morrer aqui! Tenho certeza que não conseguirei nadar ferida como estou. Grita vamos...

— Leander, socorro... Tentei gritar novamente, porém a minha voz não saiu alta o suficiente.

— FLORA, ONDE ESTÁ?— Respirei aliviada ao ouvir a voz de Leander. Estou salva! Queria sorrir mas ainda estava aqui nas mãos de Pica-pau.

— Droga!— Rosnou o homem, porém aí ver a lanterna sabia estar salva. Novamente juntei as forças:

— A direita, eu estou presa no barranco, estou machucada... Leander, ele vai matar-me socorro... — O Pica-pau não fugiu, ele quer cumprir as ordens de Fernando, estou perdida. Leander, por favor, vem rápido? Peço mentalmente, ainda lutando para não cair!

— Eu irei te tirar daí, por bem ou por mal, o chefe disse que não é pra te entregar para o seu marido!

— Não, por favor, Leander, vem rápido... — eu comecei a chorar em desespero, os meus olhos ardiam, eu tentava subir para me salvar e os meus pés escorregavam. A minha sapatilha estava encharcada. Não posso cair! Tenho que ser forte, eu preciso aguentar firme, Leander vira, ele vai... — AAAhhh, não... Murmurei assim que o Pica-Pau abaixou a segurar o meu braço. Não...

'Onde está Leander? Eu irei morrer com ele tão perto? Por favor, vem salvar-me, eu não quero morrer. ' Os meus pensamentos eram só estes até:

— Acabou!

— Não, por favor não! — o Pica-pau segurou os meus dois braços. Acabou... penso sendo erguida como uma boneca leve, os meus pés não estão mais no barranco. Ai... a dor aumenta.

— Vai ser rápido! — O que livra-me da queda eminente é a sua decisão. Estou em suas mãos, o meu fim está próximo. — Vai ser uma queda pequena, tem um barco te esperando, você nem vai se afogar, eu acho! — "Ele acha?" Morri! com essa certeza novamente voltei a implorar:

— Não, por favor, eu não sou boa nadadora.

— Adeus! — fechei os meus olhos. Adeus, acabou...

— Só se for para você!

— Leander? — eu comecei novamente a chorar, se era de desespero ou de alívio por ele estar aqui, eu não sabia responder, porém...

— Se der mais um passo, eu atiro sua esposa na água! — o meu braço estava se deslocando, eu não tinha mais forças, a dor era demais... eu não quero morrer assim...

— Não, não, eu estou ferida.— Grito, pois estou ferida e o homem faz comigo como se eu fosse uma boneca sacudindo no ar. — Pare por favor...— imploro

— Se soltar a minha mulher, você morre! Se continuar com ela, você também morrerá, resumindo você já está morto!— Era mesmo para eu estar até com os cabelos da cabeça arrepiados pela fala dele? O arrepio passa e eu grito sem parar ao bater no barranco com tudo. Não consigo levantar a cabeça para ver, mas ouço socos.

— Segurei-a, porque se ela cair eu mato-te seu desgraçado! —

Consegui travar os pés na terra e levar a mão desocupada à beirada. Leander num movimento rápido soltou-me das mãos do homem.

— Segure-se Flora! —

Eu queria agradecer, mas não consigo abrir a boca, a minha luta agora é para segurar até Leander puxar-me. Vou aguentar, eu vou, aguentar. Mantenho-me segura pelos pés e pelo braço direito, pois o esquerdo é só apoio, dói muito.

A água da chuva arde nos meus olhos, o vestido parece estar a pesar 20 quilos, a costela esquerda e o braço esquerdo doem tanto que sinto-me quase desmaiando pela intensidade das dores. Só ouço os gemidos do Pica-Pau recebendo socos potentes de Leander .

— Lean, por favor não machuque?— Murmurei fechando os olhos. O meu corpo pesa, a dor latente não dá-me sossego.

— Eu já não suporto mais!— Resmunguei sentindo as forças dos meus pés acabando, os meus dedos estão a formigar. Socorro, eu não conseguindo mais segurar .

— Por favor, pare, eu nunca mais entro aqui!— Os socos que ouço são tão altos que parece até cena de filmes, o meu agressor súplica para que meu marido deixe-o partir.

— Entrou no meu terreno.— um soco. — Tocou na minha mulher. — Dois socos — E tentou matá-la — três, quatro socos em sequências. Se eu tivesse forças, eu iria sorrir pela defesa que ele faz, mas a verdade é que...

— LEAAAAN... — foi tudo rápido demais. Sem forças para segurar, a minha mão escorregava, mostrando-me o meu destino final. — LEAAAAN...— foi o último grito que dei ao perder as forças das minhas mãos. Soltei a mão direita, os pés perderam também as forças, a roupa pesa, não tenho mais como segurar.

Morrerei... acabou. Lean, obrigada por vir, pena que chegou tarde demais...

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continuação com Lean...

Obrigada aos que estão a ler, e... Beijos no coração ❤️❤️❤️

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