Passei o dia todo em reunião uma após a outra, já é noite e ainda não tive notícias de Flora. Tomei banho e estou esperando Karen trazer o meu jantar, irei aproveitar para ter notícias de Flora. Duas batidas na porta, eu sei ser ela! Fico de costas para a porta colocando os braços para trás como sempre faço.
— Entre?
—Senhor, boa noite?
— Coloque a comida na mesa Karen.
— Sim senhor! — Ouço os seus passos e a bandeja com minha comida é colocada no lugar de sempre.
— Mais alguma coisa, senhor?
— Não!
— Com licença. — Diz, porém, tenho que saber se...
— Karen?
— Senhor?
— A minha esposa comeu?
— Senhor, a Nice levou as refeições para ela, mas relatou que a sua esposa não queria comer nada!
— O que?
— Ela recusou as refeições, senhor! — será que terei que lidar com uma adolescente rebelde que deseja morrer de fome, para chamar a atenção? Penso.
— Tem certeza que Nice levou as refeições? — eu precisava de uma segunda afirmação, eu não quero acreditar que Flora está a fazer greve de fome.
— Nice levou senhor e a sua esposa devolveu tudo!
— Se ela quer morrer de fome, que seja! Pode sair.
— Com licença, senhor!— Ainda de costas eu assenti.
Tenho mil coisas para resolver e ainda tenho que lidar com uma garota mimada e pirracenta, só pode ser brincadeira. Vou até o banheiro, faço a higiene das minhas mãos e volto para comer, destampei o prato e senti o cheiro da sopa que Tita tinha feito. Eu gosto de comida leve para o jantar, já sofro com pesadelos de barriga vazia, imagina cheia? Pego o pão e passo no caldo, levo a boca e sinto o gosto do tempero de Tita.
Se existe uma mulher que cozinhe melhor que Tita, ainda não conheci! Faço a minha refeição acompanhada de um bom vinho .
Como uma pessoa pode rejeitar uma comida tão boa assim? Faço a pergunta sem ter uma resposta.
Ela é uma mimada, se ela morrer de fome a culpa não será minha! Os armários estão cheios, na geladeira tem de tudo, e o fogão é de indução, não tem a desculpa de falta de gás! E porque eu estou me preocupando com isso? Eu hein!
É muita sacanagem, Nice está levando a comida para ser jogada fora, com tanta gente passando fome. Flora faz este descaso com alimento que tantos desejam.
Coloquei o que usei na bandeja e levei para a banca onde uma delas pagará para levar para a cozinha. Tranquei a porta e fui para o meu banheiro, fiz a minha higiene bucal, tirei toda roupa a deitar só de cueca, liguei o aquecedor, cobri com edredom e após revirar muito na cama eu consegui dormi.
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Pela manhã a minha rotina foi mesma, e durante dois dias ouvi que a garota ainda se recusava a comer.
Eu poderia ir até lá e dar umas boas palmadas na bunda grande dela, porém não irei intervir. Se é covardia a minha? Eu não sei! A única coisa que eu sei é que a minha parte está sendo feita, eu coloco o alimento em casa... O meu celular toca tirando-me dos meus pensamentos. Fernando, o que será que ele quer? Deslizei o dedo a atender...
— Bom dia, Leander!
— Bom dia, o que quer, Fernando?
— Tenho que levar para você assinar o último fechamento dos bancos desse mês. O senhor já fez a conferência que a senhora Fernanda mandou? — Passei a mão na testa lembrando que não havia lido o e-mail ainda. Fernando é responsável pelo RH e também é contador, trabalhou para minha irmã e eu mantive no mesmo cargo, ele é o homem responsável pelo envio dos números para Fernanda e Daniel, os dois refazem as análises e mandam para o meu e-mail. espantei os pensamentos para responder:
— Não, mas irei ver agora, já está vindo?
— Estou perto!
— Certo, até!— Desligo. Abri o e-mail e comecei a ler. Os fechamos dos bancos são feitos em datas diferentes, hoje eu irei conferir três deles, amanhã de mais três e assim irá a semana toda. Após passar quase uma hora vendo, calculando e conferindo os números eu digito um okay para Nanda . Sentado esperei o homem que já era para estar na minha frente. Comecei a bater os dedos na mesa.
— Detesto esperar.— Murmurei a olhar para a porta. Duas batidas na porta.
— Entre! — Digo após ter quase furado a mesa de tanto bater.
— Leander?
— Se estava perto, por que demorou? — Fernando coça a barba e sorri como sempre, isso é irritante.
— Eu estava conversando com uma das suas funcionárias, ela deu-me um cafezinho. Se soubesse que ia ficar irritado teria vindo aqui primeiro, relaxa homem. — Uma das minhas funcionárias? Tenho tantas que prefiro ignorar a fala dele e tratar de negócios.
— Dê-me o que preciso assinar. — Fernando estende a pasta, peguei-a e comecei a ler, para conferir se está como Nanda mandou pelo e-mail.
— Que dia casou? — Ergo a cabeça após ouvir a pergunta e só então percebi que ele olhava para aliança em meu dedo, ser canhoto faz vê-la a cada segundo que faço qualquer coisa.
— Há três dias atrás, porque?
— Nem convidou-me?
— Nem tudo, eu preciso te incluir! —Respondo sem olhá-lo
— Karen e Nice?— Levantei a cabeça e bati a caneta no papel.
— Acha que sou incapaz de arrumar outra mulher, ou acha que meu mundo gira em torno de Karen e Nice? Não tenho mais nada com Nice e Karen é um problema meu.
— Desculpa, é que elas e você, bem, achei que estava apaixonado por uma delas?
— Se eu tivesse me apaixonado, já teria me casado há mais tempo, não acha?
— Foi só uma pergunta: para que tanta agressividade, homem?
— Detesto perguntas, sabe disso, e antes que faça mais. A minha esposa é do vilarejo e chama Flora Hernández, agora Flora Hernández O'Reilly! — Ouvi a cadeira sendo arrastada em rompante e Fernando sentou-se em choque, o rosto dele está vermelho, ele não consegue esconder a decepção ou susto. Ele conhece a Flora, ou é pelo susto de eu ter outra que não seja Karen e Nice? — Está tudo bem?— Questionei a analisar o homem
— Sim, é que eu estou pensando na pobre Karen, ela deve estar sofrendo muito, ela te ama!
— Uau, como você sabe disso? Esqueceu até de Nice?
— Se Nice desistiu de você é porque não tem sentimentos. E ao meu ver, ela te ama, tenho certeza!— ingnorei o homem, assinei o que precisava.
— Bem, os papéis estão assinados, pode levar, está tudo em ordem! — coloquei tudo na pasta e entreguei-o
— Leander, mas essa moça, ela...
— Eu já terminei, pode ir! — Não dou brecha para mais perguntas, ele levantou, pegou a pasta. Abriu a boca para falar, mas não o faz. Ele sabe que a conversa acabou.
— Com licença! — Assenti e Fabian saiu porta a fora.
Karen ama-me? Ela nunca falou isso. Porra de pensamento Lean, você esqueceu que ela tem medo de você?
Merda, quem ama não teme, quem ama cuida e não foge, não aceita vendas nos olhos. Karen, não tem sentimentos profundos por mim, mas sei que ter gratidão, isso eu tenho certeza. Com esta certeza voltei à tela, tenho trabalho, isso sim é importante.
...****************...
Continuação com Flora...
Obrigada aos que estão a ler, e... Beijos no coração ❤️❤️❤️
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Atualizado até capítulo 85
Comments
Marcia Mota
A pobre da Flora já deve ter morrido de fome!!
2024-04-17
2
Van Faquini
ninguém vai contar que a vaca da Nice não dá o que comer pra ela 😡
2024-03-16
3
Solange Lemos
também pensei nisso Denis
2024-03-15
1