Cap. 18 Flora... As ameaças de Fernando e a chegada do médico.

A dor era forte, eu não conseguia me mover. Ouço passos e sei ser Lean.

— Flora, eu vou descer e ver se o médico está a  aguardar na sala.

— Tá bom! Lean?

— Sim?

— Não demore!

— Eu não irei, pois a casa está vazia. Não precisa temer.

— Tá bom! — Sussurrei e ouvi seus passos e a porta sendo fechada.

Ele disse não ter ninguém na casa, mas porque sinto tanto medo? Aaai, a dor que estou a sentir está quase insuportável. Fechei os olhos para tentar dormir e ter alívio. (tec…tec..) ouço passos. 

— Lean?— Chamei-o 

— Não princesa, sou eu Fernando! — Tentei levantar para fugir, mas só consegui gemer de dor. 

— Não mexa, está machucada. Olha o que me fez fazer-lhe? 

— Sai daqui, ou eu irei gritar. 

— Se você gritar irá condenar o seu pai e sua tia a um destino triste. — fechei a minha boca quando ele ameaçou a minha família. 

— O que quer? 

— Não vamos contar para Leander o que aconteceu de verdade, né? — o meu corpo todo tremeu de raiva. — Flora se meu amiguinho machucar o seu papai também irá se machucar. Florinha, já falou com seu pai? — arregalei os meus olhos com a pergunta. O meu coração acelerou, só de imaginar  Fernando machucando o meu pai. 

—  Ainda não! — finjo não estar abalada com a pergunta dele.

— Deveria ligar, eu acho que o seu papai não está bem? 

— O que fez com ele, seu infeliz? — segurei a costela após elevar a voz. Prendi o grito de dor a ouvir:

— Não fiz nada, mas para refrescar a sua memória devo dizer que tudo que você faz reflete nele. Florinha, você é uma garota muito desobediente.

— Por favor, pare com isso. Eu não sei de nada, deixe o meu pai em paz!— tento usar a amabilidade com ele.

— Eu até poderia, mas, tem muita coisa em jogo, Florinha. Ouça, digamos, que o seu papai ainda vai ficar um bom tempo nas minhas mãos. Eu sou um homem precavido, mantenha seus amigos por perto e seus inimigos mais perto ainda. 

— O meu pai não é seu inimigo senhor! — ouço seu respirar mais perto, bato na mão dele quando toca meu queixo. 

— Olha como você trata-me, eu só tenho amor para  dar-lhe, Fora! 

— Eu não quero o seu amor, nem o de ninguém. Aí… — gemi quando ele segurou a minha costela. Senti os meus olhos encherem de lágrimas e em desespero… — Senhor. Lean, Lean socorro —  Tentei gritar por Lean quando Fernando apertou-me, porém a minha voz não saiu alta o suficiente.

— Lean, Lean socorro… — Fernando faz uma imitação idiota da minha voz. 

— O senhor quer machucar-me novamente?— ele tirou a mão de mim a dizer: 

— Eu não ia machucar-te, eu nunca vou machucar-te Flora. Ouça bela ruiva, eu só queria mostrar-lhe como posso ser um homem de verdade para você! — encolhi-me na cama, tentando fugir de sua mão

— Nice irá  fazer uma sopa, você vai tomar, tem que ficar forte e esperar pelo dia que eu vou resgatar-te. O Leander é um homem ruim que vive em um mundo de lamúrias por não aceitar algo maravilhoso que o torna único! Flora àqueles olhos dele são perfeitos e ele não se aceita. Ah, se fosse eu, nossa, sentiria-me um homem com olhos do mal e usaria aquele olhar de besta Fera para ter o que eu quisesse! Ele não entende que é um homem único, ele se esconde como um animal acuado, ele é igual ao pai dele, um idiota irreparável. — céus, o Fernando conhece o pai de Leon? Questionei sem abrir a boca!  — Eu tenho que ir. Àquela passagem que você descobriu foi útil. Flora, saiba que se Lean afastar-me do que eu faço, ou mudar comigo o jeito de tratar, eu saberei que você abriu essa linda boquinha e seu pai pagará! 

— Eu não sei nada, porque não acredita?

— Pelo sim, ou pelo não, é melhor você saber quem manda! Cuide-se, Florinha ruiva! — ( tec.. tec…) Ouço os passos e pensei ele ter ido embora, porém… — Ah! Flora,não deixe o Lean tocar no que é meu. Sabe? Eu sou um homem ciumento e possessivo, não vamos machucar Lean com as minhas crises de ciúmes, certo? — engoli em seco, Fernando também está a ameaçar o Lean? 

Calada esperei ele falar algo mais, porém o silêncio prevalecia. Céus, porque esse homem está a fazer isso comigo? 

Meu pai sabe algo, mas o quê? Papai, o que o senhor sabe sobre este homem? Faço a pergunta a mentalmente.  

A dor no corpo parecia nem existir, já que minha mente estava tomada pelas ameaças de Fernando. Ele conhece o pai de Lean? Merda, porque estou envolvida nisso? Meu pai, porque o senhor meteu-se com este sujeito? Porquê deu-me como esposa dele, se sabia ele ser um ser desprezível? 

Com tantas perguntas em mente, só notei ter alguém no quarto ao ouvir: 

— Flora, como está? — A voz rouca e grossa saiu carregada de preocupação, isso faz-me suspirar e respirar aliviado em simultâneo. Lean realmente está a preocupar comigo e isso faz com que está situação desagradável com Fernando fique mais suportável. — Flora? 

— Ainda dói! — Digo mais pelo emocional do que pelo físico. Embora ainda doa. Lean sentou-se ao meu lado. 

— O médico chegou! —  disse ele. Girei a minha cabeça para ver o lindo homem ao meu lado na minha cama e sorri ao ver reluzindo um leve vermelho de seu olho com um óculos com vidros mais claros. 

Uma coisa eu devo concordar com o infeliz do Fernando. Lean não imagina o quanto ele é único e lindo! Quando ele fala demonstra firmeza, o ar imponente, sua altura e força faz-me querer estar nos seus braços fortes novamente! A escultura de um deus grego está sendo refletida pela luz que passa agora está acesa, o cabelo loiro está solto, Lean é perfeito demais. E a minha ficha caiu, puta que pariu, este homem lindo é mesmo o meu marido?

— Entre! —  fala assim ecoam duas batidas na porta. Saindo da cama, ele senta-se na poltrona afastada de mim. 

— Boa noite, e desculpe pela demora, é que moras muito longe! A chuva também ajudou no atraso.

— Tudo bem, boa noite! — respondo já que Lean ficou de boca fechada. Nossa que grosseria com o médico.  O Dr. aproximou-se de minha pessoa.

 Pelo rabo de olho vejo a intensidade que a pedra rubi vermelho-sangue olhando-me.

—   O que aconteceu? 

— Eu caí na ribanceira, machuquei os ombros e as costelas. — O médico ajuda-me a sentar e começa a analisar minuciosamente o meu corpo. Solto gemidos a cada aperto que ele dá em busca do osso que ao meu ver está quebrado. Senti vontade de chorar, mas consigo prender as lágrimas, tenho que ser forte.

O médico levantou a minha camisola para olhar as minhas costelas. Lean não se move e não para de olhar-nos. Respirei fundo e deixei que o médico continuasse o seu trabalho. 

"Que eu não tenha quebrado nada."  

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Continuação com Leander…

Obrigada aos que estão a ler, e... Beijos no coração ❤️❤️❤️

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