Ruivo
Estou com meu pequeno ainda nos meus braços no meio da rua, quando senti ele gemer de dor.
— Pequeno, está tudo bem?
— Está sim, só estou dolorido, ontem você judiou de mim. — Merda, me senti muito culpado, sei que peguei pesado, mas não sabia que ele ia ficar assim. Peguei ele no colo, e comecei a andar pra casa. — Ruivo o que você está fazendo? Me coloca no chão!
— Nem pensar meu príncipe, não vai andar não, eu te levo pra casa. — Quando chegamos em casa coloquei ele sentado na mesa da cozinha. — Toma seu café princeso, depois se quiser te levo pro trabalho. — Vi que ele suspirou e ficou meio triste. — Que foi pequeno?
— Fui demitido dos dois empregos, me avisaram hoje, me ligaram depois que tomei banho. também né, faltei esses dias todos sem justificativa. Pior que não vou receber quase nada de acerto, já que estava devendo o empréstimo do trailer de açaí pros meus dois patrões. Bom, pelo menos tenho o trailer né? Não vou ficar sem trabalhar.
Não gostei disso, não quero meu pequeno trabalhando. Ele já lutou tanto, queria que ele descansasse, mas eu conheço a fera, se eu falar isso, ele vira o bicho. Quero ele comigo, morando aqui, e quero pra hoje, mas vou ter que ser esperto.
— Ah pequeno, dá um tempo então, e fica aqui comigo uns dias...
— Como assim, Ruivo?
— Ué, fica aqui, você descansa, sei que você trabalha a tanto tempo e nunca tirou férias, então se tu ficar aqui, tu descansa, e passa um tempo comigo pra gente se conhecer.
— Hum, parece uma boa ideia, ficar o dia todo sem fazer nada, só existindo, depois eu volto pra minha casa e continuo a trabalhar como sempre. Tá aí! Eu aceito, mas já vou avisando que eu sou muito espaçoso, comilão e bagunceiro.
— Tranquilo pequeno, eu te coloco na linha.
Rimos muito e tomamos nosso café, falei pra ele voltar pro quarto e descansar que eu voltava na hora do almoço pra gente sai pra comer.
Sai de casa e dei ordem pra mandarem dois caras vigiarem minha casa e ficar de olho no meu pequeno, agora minha casa está guardando um tesouro. Fui pra boca de bom humor apesar de saber que está cheio de pepino pra eu resolver. Assim que cheguei já fui falar com os meninos e saber como as coisas estavam.
— E aí seus cuzões, alguma novidade?
— Tu que tinha que dizer né chefia... Alguma novidade? — O Juba perguntou.
— Está falando do que Juba?
— Qual é chefe, o morro todo está sabendo que tú está com o moleque lá da rua do posto, ele é teu fiel agora? — O Robson respondeu e continuou o interrogatório.
— Quem é fiel de quem? Já arrumou uma puta pra chama de sua Robson? — O Marcelo falou já implicando com ele.
— Eu já tenho jovem, quantos eu quiser. Estamos falando do chefe. — O Robson respondeu para ele tranquilamente.
— Palhaçada hein Robson, só porque agora tu dá o cu, fica achando que todo mundo é viado também, respeita o chefe, ele é cabra macho, porra! — Marcelo esbravejou em resposta.
— Quem disse que eu dou? — Robson riu sacana.
Já estou no meu limite com essa boca dura do Marcelo.
— Seguinte, eu sou bi, e o Noah agora é meu fiel. Se alguém tiver alguma coisa pra falar, a hora é agora, bom que eu já meto bala em todo mundo de uma vez só nessa porra! — Vi que o Marcelo fico até sem cor, os outros estavam morrendo de rir dele, achando bem-feito pra ele parar de falar merda. Aproveitei pra deixar uma coisa bem clara pra essas porras. — E outra, eu continuo sendo macho como sempre fui, se alguém tiver dúvida é só vim no braço comigo que eu mostro.
Fiquei olhando esperando a resposta deles.
— Por mim tu faz o que quiser chefia, estou de boa. — Juba disse.
— Agora sim, vai sobrar mulher pra nós nessa porra! Aí irmão, tu de coleira vai me ajudar a pegar muita mulher... — Marreta comemorou.
— Já eu, vou ter concorrência né chefe? — Robson brincou.
— Fica de boa Robson, só meu pequeno já está bom pra mim, pode curtir seu harém aí. — Olhei pro Marcelo que ainda estava com a cara murcha. — E tu Marcelo, quer falar alguma coisa?
— Não chefe, está tranquilo. — Ele respondeu sem me olhar.
— Beleza, agora cada um indo fazer seus corres que eu não pago vocês pra ficar de conversinha não caralho.
Fui fazer minhas coisas enquanto meus parças iam fazer as deles. E o dia foi igual sempre. Parei na hora do almoço pra ir buscar meu pequeno pra comer.
Cheguei em casa ele ainda estava dormindo, fiquei com dó de acordar ele porque vi que ele estava cansado, e também ele disse que estava com dor, então não é bom ficar andando por aí. Mandei buscar comida pra gente comer em casa, quando a comida chegou botei no prato, arrumei uma bandeja e levei pra ele. Estava todo enroladinho no cobertor parecendo um neném.
— Acorda meu pequeno, hora de comer...
Ele acordou com uma cara feia, mas melhorou assim que viu a comida. Comemos na cama mesmo, enquanto assistia TV. Fiquei com ele mais um pouco e depois voltei pra boca.
Os meninos marcaram futebol na quadra hoje e depois vai ter resenha. Antes de falar que ia, queria saber do meu pequeno, se ele ainda não estiver bem pra ir, fico em casa com ele. Falei com ele e ele disse que estava bem e que podíamos ir. Chegamos na quadra de mãos dadas, era meio estranho todo mundo me olhando, mas também era bom, porque agora todo mundo sabe que ele é meu, e só meu.
O jogo acabou, claro que nós ganhamos e eu fiz dois golaços, porque eu sou muito foda no futebol. Estava rolando um churrasco do bom, a mulher do Juba estava lá também com outras minas, e ela foi super legal com meu pequeno enturmando ele com a galera. De repente tocou uma música do Pixote.
“Nem de graça...
É que não sobrou espaço pra outro alguém
Minha saudade só cabe no teu abraço, no de mais ninguém
Tenho dó de quem me conhecer agora
Que todo amor eu tô jogando fora
E qualquer um que bate aqui nesse meu coração
Não passa nem da porta
Se essa boca não beijasse tão bem
Se esse abraço não fosse tão massa
Se quer saber se eu quero outro alguém
Nem de graça, nem de graça
Se essa boca não beijasse tão bem
Se esse abraço não fosse tão massa
Se quer saber se eu quero outro alguém
Nem de graça, nem de graça
Leva mal não
Só tem espaço pra você no coração
É que não sobrou espaço pra outro alguém
Minha saudade só cabe no teu abraço, no de mais ninguém
Tenho dó de quem me conhecer agora
Que todo amor eu tô jogando fora
E qualquer um que bate aqui nesse meu coração
Não passa nem da porta
Se essa boca não beijasse tão bem
Se esse abraço não fosse tão massa
Se quer saber se eu quero outro alguém
Nem de graça, nem de graça
Se essa boca não beijasse tão bem
Se esse abraço não fosse tão massa
Se quer saber se eu quero outro alguém
Nem de graça, nem de graça
Se essa boca não beijasse tão bem
Se esse abraço não fosse tão massa
Se quer saber se eu quero outro alguém (se quer saber se eu quero outro alguém)
Nem de graça, nem de graça
Se essa boca não beijasse tão bem
Se esse abraço não fosse tão massa
Se quer saber se eu quero outro alguém
Nem de graça, nem de graça
Leva mal não
Só tem espaço pra você no coração...”
Meu pequeno estava dançando e rindo todo feliz, aquela música era a cara dele, a minha cara, a cara do nosso relacionamento. Ver ele sorrir e dançar daquele jeito, com os cabelos bagunçados, todo feliz, cara eu sabia que eu nunca ia esquecer aquela cena. Quando ele viu que eu estava olhando, veio pra mim, se enrolou no meu pescoço e cantou no meu ouvido a última frase.
— Agora você vai lembrar de mim sempre que ouvir essa música. — Ele riu sapeca, e o pior que é verdade. Essa agora vai ser a nossa música.
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Atualizado até capítulo 47
Comments
The Masked
Amooo
2024-05-04
6
Rony Da Silva
E eu em sincronia ouvindo "the Boy is mine " da Ariana Grande 😮💨😂
2024-04-20
2
🌟OüTıß🌟
YEEEESSS DADDY,FUCK THEIR ASSES
2024-04-13
4