O agradecimento

Ruivo

— Preciso tirar aquele pequeno da cabeça.

Cheguei no quarto com as minas, pedi para elas dançarem para mim, mas não é a mesma coisa. Elas são gostosas, do bundão e peitão do jeito que eu gosto, safadas que topam de tudo, mas mesmo assim não tá legal.

Meu pau meia bomba, não consigo focar nas mulheres que estão aqui, fico lutando para tirar a imagem dele da cabeça, as minas já estão achando estranho.

Porra! eu tenho duas escolhas, não penso nele e brocho na frente das meninas, ou deixo a minha mente viajar nas fantasias com ele.

Ela se sentou rebolando no meu pau, mas não era ele. Ela dança esfregando a bunda na minha cara, mas não era ele. Ela me chupa até eu gozar, mas não era ele.

Eu o via em todo o rosto, imaginava ele. Gozei, mas não fiquei satisfeito porque não era ele. Nas minhas fantasias era ele, ele de quatro para mim, eu apertando aquela cintura, batendo na bunda dele, ele gritava meu nome, ele sentado rebolando e me olhando com aquela cara de safado enquanto eu o apertava pela cintura ainda mais no meu pau, ele me chupando enquanto me olha com a cara safada de quem quer mais. Era ele, jogado na cama pelado, suado e cheio da minha porra. Merda! Eu o quero.

Caralho! O que eu faço? Sai do barraco deixando as minas tudo jogada lá na cama, deixei uma grana lá para elas e fui para casa. Estou com um humor do cão hoje!

Fui pra casa tomei banho, e fui trampa. Mas me sinto frustrado pra caralho. Estou sem um pingo de paciência hoje. Para eu mandar um para o inferno não custa nada.

Noah

Hoje é domingo, e eu dormi a manhã toda. Me sinto descansado. Fui para a cozinha preparar um lanche, ainda pensado em ontem, e na enrascada que me meti.

Quando sai da festa com aquele gatinho, estava quase montando na moto dele quando me puxaram pelo cabelo e me jogaram no chão, uma mulher maluca veio para cima de mim, se não fosse a Lorena que estava lá para anotar a placa da moto do cara, eu tinha levado uma bela surra.

Começou a juntar gente e eu estava morrendo de vergonha. A mulher não parava de gritar e me xingar. Daí ouvimos tiros, e um dos amigos do Ruivo, um tal de Robson começou a gritar mandando todos embora.

— O que que tá pegando moleque, está arrumando encrenca no meu Baile? — Agora que eu estou morto de vez!

— Não senhor, eu não sabia que ele era casado, a mulher dele chegou do nada!

— Esse veado desgraçado me paga, vou te ensinar a dar em cima de macho casado sua bichinha de merda!

O olhar do tal Robson mudou para puro ódio.

— Cala essa boca sua vagabunda, vê se enxerga que esse macho seu não vale nada, é bom eu não te pegar falando merda por aí, se não arranco sua língua. — A mulher ficou branca que nem papel, se encolheu atrás do cara e ficou quentinha. — E você, seu arrombado do caralho, se eu te pegar fazendo outra dessa, eu arranco o seu pau fora, e vai ser com a faca mais cega que eu achar, vaza filho da puta, não quero mais te ver em baile meu, rala!

Os dois saíram correndo de lá parecendo que tinham visto o próprio capeta, eu poderia rir se não estivesse quase cagando de medo.

— Presta mais atenção nos machos que tu escolhe. Caralho... Nem sempre vai ter gente para te ajudar, fica esperto!

Depois ele saiu, e eu que estava abraçado com a Lory todo tremendo, não consegui dizer nada.

— Miga, eu vou pra casa, pode ficar e terminar a noite, mas para mim já deu.

— Para mim já deu dessa merda também, as minas tudo doida aqui, chegando em mim achando que eu sou sapata. Porra, eu gosto de homem Caralho!

— Amiga as pessoas vão entender.

— Quando eu fizer a cirurgia essa merda acaba, agora bora pra casa, está me devendo uma panelada de brigadeiro.

E assim foi, ela dormiu aqui, comemos brigadeiro assistindo Glee, depois ela foi embora e eu dormi mais. Agora estou aqui pensando que eu nem agradeci o moço, queria que ele soubesse que eu fiquei agradecido por ele me defender. Já sei, vou fazer uma coisa gostosa para ele, já que eu não tenho grana para dar nada melhor, asso agradeço, levo um pouco para agradecer ao Ruivo também.

Me animei com a ideia. Resolvi fazer churros e pó para capuccino. Fiz duas bandejas médias, uma para o Robson, uma para o Ruivo, e uma maior para quem tiver lá. Ainda estava quentinho quando cheguei na porta da boca no fim da tarde.

Acho que eu fui meio bobo né, trazer comida para esse monte de traficante, eles vão me achar um idiota. Onde eu estava com a cabeça? Como eu fui infantil. Melhor voltar e esquecer isso. Estava quase na calçada quando dei de cara com o Robson.

— E aí, pivete, está fazendo o que aqui? Está com problema de novo?

— Não, na verdade não, eu vim para agradecer por ontem, eu estava com tanto medo que nem te agradeci por me proteger. Sei que é meio bobo, mas eu fiz uns churros para você e para o Ruivo, por terem me ajudado...

— Opa! Eu sou amarradão em doce. Bora entrar, hoje o monstrão está com um humor do cão, talvez isso aí melhore o humor dele.

— Que bom que você gosta, olha, esse aqui é seu, tem um pó para preparar capuccino, é só colocar no leite morno e mexer. Esse outro aqui é para você dividir com quem estiver aí.

— Gostei, eu não gosto muito de dividir comida, vou lá levar pros caras. O escritório do Ruivo é ali, só bate e entrar. — Ele falou e já saiu indo sentar com um monte de cara armado sentado em um sofá velho assistindo futebol. Reuni toda a coragem que tinha e bati na porta.

— Entra porra! Já falei que estou terminando Caralho, não dá pra esperar? — Ele parou assim que me viu.

— Oi, vim aqui te trazer isso, para agradecer por me ajudar.

— Não pedi pra tu fazer nada.

— Eu sei, eu fiz porque eu quis, olha só... É churros, ainda está quentinho. — Cheguei perto da mesa e tirei os churros da sacola, coloquei tudo na mesa na frente dele.

— Esse troço não está muito pequeno? E cadê o recheio?

— É mini churros seu bobo, olha só, você pega, molha aqui nesse potinho de doce de leite e come.

Sem pensar direito eu coloquei o doce na boca dele, ele comeu olhando fixamente para mim, depois ficou com uma cara muito séria, aí eu percebi a merda que tinha feito.

— Desculpa, eu sinto muito, não devia.... Nem pensei direito... — Ele continuou com a mesma expressão séria, e eu decidi ir embora enquanto ainda estava vivo. — Melhor eu ir embora, obrigado de novo, por tudo.

Sai o mais rápido que pude, achei que ele fosse pular no meu pescoço a qualquer momento. Caminhei com pressa para casa, ainda tinha que abrir o trailer hoje. Mas os olhos dele, a expressão dele abrindo os lábios olhando fixamente para mim... Isso não vai sair da minha mente tão cedo.

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