Sigilo

Ruivo

Acordei e não senti meu pequeno do meu lado, não gosto da sensação de cama vazia, e isso que essa é a primeira vez que durmo com ele, já me levantei procurando, olhei e ele estava no quarto se olhando num espelho pequeno do guarda-roupa. Fui até ele e o abracei por trás, sentindo o cheiro dele e beijando seu pescoço.

— Ruivo, olha só isso... Como eu vou trabalhar assim? Estou todo marcado!

— Ei, não fica bravo pequeno, eu acho que está lindo.

— Ah, você tinha que morder e deixar marca no meu pescoço todo? Vou acabar perdendo o emprego por faltar hoje de novo...

— Não esquenta com isso, estou aqui, não estou?

— Nem vem, melhor nem começar com esse assunto.

— Eita que esse pequeno é cheio de marra, bravo que só. Eu gosto muito. — Fui pro banheiro me lavar, e quando eu voltei, o pequeno estava na cozinha, tinha café e pão na mesa.

— Não posso ficar muito pequeno, tenho que ir trabalhar.

— Eu sei, então, você vai no baile hoje?

Eu entendi que ele estava querendo saber se a gente ia junto, mas ainda não estou pronto para assumir ele.

— Claro, tenho que ir né, mas olha pequeno, isso é muito novo pra mim, nunca tinha ficado com um cara antes, e eu não estou pronto ainda pra ficar contigo em público.

Ele me olhou com os olhos tristes, e eu me senti mal por falar aquilo pra ele, mas era verdade.

— Então a gente não vai mais ficar?

— Claro que vai, só que não na frente de todo mundo.

— Mas você vai ficar só comigo ou vai ficar com outras pessoas também.

— Só quero ficar com você pequeno, não pira com isso tá?

Essa conversa está me deixando estressado, nunca tive esses papos com mina nenhuma, esse negócio de discutir relacionamento, comigo nunca rolou.

Tomei logo o café e saí, dando um selinho no meu pequeno e indo pra casa me trocar pra ir trampa. Cheguei em casa e ela parecia muito maior do que eu lembrava, fui pro banheiro e enquanto me olhava no espelho, fiquei pensando que aquela pia dava a altura certa pra fuder com meu pequeno, imaginar ele ali debruçado na pia já me deu o maior tesão, a banheira também, ele sentando em mim dentro dela, caralho e a minha cama? Ela é bem grande e dá pra gente fuder de tudo que é jeito. Quero comer ele em cada canto dessa casa, porra... Como eu vou trabalhar se só penso nele? Balancei a cabeça sorrindo e fui logo trabalhar.

Noah

Estava em casa perdido em meus pensamentos quando a Lory chegou, assim que ela me viu, já ficou toda preocupada.

— Nono o que aconteceu com você? Foi assalto? Agressão?

— Não amiga, nada disso, foi o Ruivo.

— Ele te bateu? Por quê?

— Ah sonsa, ele não me bateu, ele me comeu.

— Como é a história? Tú tá dando pro dono do morro viado?

— Sim, isso mesmo.

— Nono e você fala isso nessa tranquilidade? Esqueceu que ele é um bandido perigoso?

— Comigo ele não é, eu sei que ele é perigoso, que eu não deveria, mas amiga, se coloca no meu lugar, eu na seca a três anos e um gostoso daquele me querendo, como resisto?

— Porra! Nono, você se metendo em cada uma. Mas e agora como vai ser? Tu vai ser fiel dele?

— Não, ele disse que não está pronto pra se assumir ainda.

— Ah não, porra Noah, sério isso? A essa altura do campeonato tu vai se sujeitar a isso? A ficar escondido com esse cara? Nono ele só quer te ter pra te fuder quando ele quiser, enquanto isso vai ficar com tudo que é puta do morro.

Eu sabia que aquilo poderia ser verdade, mas eu quero acreditar no Ruivo, pelo menos uma vez eu quero acreditar que alguém pode me escolher.

— Ele disse que é só por um tempo, e que ele só vai ficar comigo.

— Pois eu quero ser a maior puta do Rio de Janeiro se isso for verdade, hoje mesmo no baile, certeza que ele vai estar pegando tudo que é mulher, lembra daquela menina, a filha da cabeleireira? Acho que é Sthefany o nome dela, ela fica com ele direto, tem mó tempão, aposto que ela vai estar lá grudada nele. — Eu fiquei na dívida, será? — Nono, vamos nesse baile hoje, e se o que eu desconfio for verdade, você termina seja lá o que for que começou com aquele cara e esquece ele. Se ele estiver falando a verdade eu fico na minha e não me intrometo mais nesse assunto, combinado?

Eu concordei, quero tirar isso logo da cabeça e seguir minha vida.

— Agora me conta safada, como foi ele é bom de cama?

— Amiga do céu, teve uma hora que eu achei que não ia aguentar, ele é muito grande, mas estava com tanto tesão que acabei perdendo o juízo, ele tem uma pegada forte, é dominador, bruto do jeito que eu gosto.

— Aí Nono, palhaçada isso de você transar e eu não, estou na maior seca poxa.

— Eu não tenho culpa, mas hoje no baile a gente desenrola um bofe pra você. — Falei rindo e passei o resto da tarde descansando, porque o ruivo acabou comigo na noite passada.

De noite a Lory chegou e a gente foi se arrumar, não queria usar maquiagem hoje, tenho preguiça, mas preciso esconder as marcas do meu pescoço, depois de quase uma hora camuflando as marcas, passei um lápis pra destacar mais meus olhos, um iluminador nas pálpebras bem suave, e um lip tint vermelhinho pra dar uma cor.

Escolhi usar um croped preto simples que a Lory me deu e eu ainda não tinha usado, não era tão curto, mas deixava a mostra meu umbigo. Uma calça jeans preta rasgada, meu tênis surrado e um brinquinho de cruz na orelha. Me olhei no espelho ajeitei meu cabelo e estava pronto.

A Lory, estava de camiseta preta básica, jaqueta camuflada e calça preta também, no seu melhor estilo tomboy.

Chegamos no baile, e percebi que chamamos um pouquinho de atenção, eu até que gostei. Procuramos ficar no lugar de sempre, perto do bar, de frente pro camarote. Assim que peguei a primeira bebida, senti o olhar dele em mim, e quando me virei e olhei pra cima encontrei um par de olhos verdes ardentes olhando diretamente pra mim. Essa noite promete!

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