Eu sou a mulher

Acordo com o sol batendo no meu rosto e saindo de forma mais sorrateira que consigo, visto o meu vestido e saio sem olhar para trás, precisava ir para casa, tomar um banho e o meu inibidor.

Passo por todos sem abaixar a minha cabeça e muito menos olhar em qualquer superfície que posso refletir a minha imagem, saio tão correndo que não vejo quando Bràthair na minha frente fazendo os nossos corpos colidirem um no outro.

— Calma aí, cisco de gente, para que tanta a pressa? Pelo jeito a festa é lá dentro? — ele segura o riso e por alguns segundos eu agradeci por ele não tocar no assunto do cheiro do seu irmão estar no meu corpo.

— Bom dia — passo por ele as pressas, mas ele é mais rápido e me puxa de volta — Preciso ir, tenha um bom dia.

— Vou te levar — ele não soltou do meu braço enquanto me levava até o seu carro, estremeci, pois, sabia que o cheiro iria ficar mais forte, mas a minha Lycana me tranquilizou com a sua respiração.

Com ela dormindo não teria problemas, solto alguns suspiros ainda querendo entender tudo o que aconteceu e torcendo para que a deusa me ajudasse e que Dìon não se lembre de nada quando acordar.

Desço do carro em tamanho desespero que esqueço até de dizer tchau para Bràthair, mas consigo escutar as suas gargalhadas dentro do carro enquanto sai dirigindo com pressa.

Corro para o chuveiro e após completamente limpa, vou até a minha cama onde tenho os inibidores prontos, aplico dois de uma vez e logo o sono me embala, consigo apenas colocar o telefone para despertar.

No outro dia, quando chego na empresa, encontro todos correndo de um lado para outro e para evitar ser pisoteada vou andando completamente grudada na parede.

Antes mesmo de chegar a minha mesa já consigo escutar os gritos de Dìon mandando encontrar a mulher do baile, isso me fez respirar aliviada, ele realmente não estava no controle, então eu estou salva.

Me acomodo já guardando os inibidores e quando ergo o olhar, Bràthair e Dìon estão na minha frente, é impossível não solta um grito pelo susto. Os dois me analisam por alguns segundos e isso faz o meu coração acelerar bombeando sangue já preparando o meu corpo para correr.

— Onde estava ontem? — a voz de Dìon era tão fria que já estava indo procurar uma blusa.

— Não estava me sentindo bem, mandei mensagem e fui para a minha casa em seguida, tomei remédio e acabei acordando apenas hoje, me perdoe não aparecer ontem.

— Eu disse a você, encontrei Fìor saindo sem cor e a levei para casa, não poderia deixar ela sozinha naquela hora — ele olha para mim pelos cantos dos olhos segurando o riso — da noite.

Merda, ele sabe, claro que sabe, ideia idiota essa minha pensar que o chefe de segurança e irmão não vai saber o que está acontecendo, nem tive oportunidade de agradecer, pois, Tàir entrou correndo já pulando no pescoço de Dìon.

— Meu amor, então é verdade mesmo que você está me procurando? — desta vez não consegui evitar e revirei os olhos.

— Do que está falando Tàir? — Dìon estava desconfiado, mas ela assumindo o meu lugar era a garantia da minha segurança por mais um tempo.

— Da nossa noite? Do que mais seria?

— Tàir…

— Podem para parar de procurar, eu sou a mulher, foi o meu corpo que ele beijou, chüpou e me fez g€mer até g0zar.

— O que está fazendo? — Dìon a puxa para a sua sala enquanto ela ainda dava mais detalhes do que realmente aconteceu dentro do quarto.

Bràthair olhou para mim em confusão, mas os detalhes que ela estava dando me fez arregalar os olhos, então era ela que estava nos observando? Então eu não estava errada, ela realmente estava ali, mas essa confirmação me fez soltar uma careta de nojo, afinal quem fica observando o seu companheiro tr@nsando com outra?

Consigo perceber Dìon se soltando e abraçado com ela entrou na sua sala, mas antes ela voltou e jogou o seu casaco e bolsa em cima de mim como se eu fosse a sua empregada, se antes ela já me infernizava, imagina agora?

— Nem uma palavra — me viro para pendurar o casado e a bolsa enquanto Bràthair me olhava furioso — Se ele não se lembra…

— Por que você foi embora correndo? — ele me empurrou para dentro da copa fechando a porta atrás de si.

— Ele é o meu chefe, não deveria… eu…

— Desculpas fracas Fìor, eu quero a verdade — ele não me chama pelo nome, somente quando está furioso e neste caso a fúria é direcionada para mim, isso fez os meus olhos se encherem de lágrimas.

— Eu não posso — abaixo a minha cabeça e antes que ele fale mais alguma coisa, a porta é aberta com tudo.

— Ora, cunhadinho, não sabia que você gostava de qualquer coisa, preciso dela, estou com fome e quero uma massagem.

— Nós dois sabemos que não era você naquele quarto, Tàir, por que está passando por esse ridículo? — Bràthair normalmente não a respondia diretamente, na verdade, ele a ignorava completamente.

— Ninguém sabe quem é ela, acha mesmo que se eu soubesse ela ainda estaria viva? Eu não vou perder o meu amor para uma desconhecida.

Ele apenas me olhou como se estivesse decidindo em como iria me matar e saiu me deixando sozinha com a égua pocotó. Ela entrou me empurrando para dentro e fechando a porta.

— Nem preciso avisar que posso transformar a sua vida em um inferno, não é? Nenhuma palavra que foi dita aqui vai ser repetida — ela batia aqueles dedos magricelas no meu peito, a minha vontade era de quebrar todos eles, mas não posso, preciso me manter no anonimato e já que ela assumiu tudo isso estava facilitando a minha vida.

— A senhora quer eu agende um horário na clínica ou peço para ir para a sua casa?

— SENHORA? — ela cuspiu a palavra contra o meu rosto.

— Acredito que o título de senhorita é por pouco tempo.

— Garota esperta — ela deu alguns tapas no meu rosto enquanto sorria — Fica longe dele, este é o meu último aviso.

Com isso consigo respirar aliviada, pode ter certeza que vou ficar longe dele e muito mais de você. Tomo um copo enorme de água sabendo que o dia vai ser quente nem de longe é no bom sentido.

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