Quem são vocês?

Em todos esses anos, eu nunca acreditaria que a minha assistente, Fìor, poderia ter feito o que ela fez com os melhores homens do meu irmão. Ela os derrotou usando eles mesmos, isso era magnifico.

O problema maior era como ela sabe de tudo aquilo e pior estava fugindo, não posso deixar passar o fato que ela mesmo empurrando aquele cara, ele ainda, sim, demonstrou carinho por ela.

O meu lobo voltou a rosnar apenas em pensar nisso, mesmo não sendo o momento eu senti ciúmes dela, era como se uma chave tivesse virado dentro de mim e comecei a entender o motivo de todas as brigas.

Eu a queria ao meu lado, mas não conseguia entender esse sentimento, então estava descontando tudo nela, mas quando o meu lobo me trouxe o seu rosto, quando não acreditei que poderia ser ela… Aquilo quebrou o meu coração.

— Dìon…

— Vamos atrás dela, deixe os guardas aqui, eu quero somente os melhores, já ficou claro que não a conhecemos.

— Aquilo foi lindo, mas você também percebeu…

— Sim, Bràthair a minha voz de comando não faz nada com ela — o olho nos olhos e vejo um misto medo e admiração e tenho certeza que também devo estar da mesma forma ou quase, já que estou me sentindo um lixo pelo o meu comportamento.

Mas agora preciso descobrir quem é ela e como sabe o que sabe, mas principalmente preciso que ela me conte o que veio fazer aqui, não eu preciso saber o motivo dela ter saído no outro dia sem me esperar acordar. Estava tão perdido nos meus pensamentos que Bràthair teve que me puxar para dentro do carro.

Me solto dele indo até o capacete que estava no chão, ela levou a moto de alguns dos nossos seguranças, isso facilita a nossa vida, nem preciso falar nada, pois já vejo o meu irmão solicitando a localização.

De acordo com a sua fala ela foi para casa, eu não faço a menor ideia de onde seja, mas sou empurrado novamente para dentro do carro e vejo Bràthair sair cantando pneu sem nem olhar no mapa.

— Já foi tantas vezes que decorou o caminho? — não consegui aguentar e tive que perguntar, eu estava me afogando nos ciúmes e medo que o meu irmão tenha sentimentos por ela.

— Calma aí, majestade ciumenta.

— Cala a boca — me viro para a janela, mas agora eu preciso saber o que raios os dois tem — Fala logo.

— Você fica muito bipolar quando está com ciúmes, devo prescrever…

A sua voz morre e quando sigo o seu olhar a moto estava na frente de uma casa simples, não espero ele nem desligar o carro e já vou correndo até a porta. Como estava trancada a chuto entrando na frente.

Não era o certo, mas não posso esperar que cheguem os homens, eu preciso a encontrar, e quando vou subindo as escadas aquele cheiro estava impregnado no ambiente.

— Inibidores — Bràthair me joga um frasco vazio, ele não estava nada contente e eu sei bem o motivo esses produtos afetam o nosso lobo e pode nos levar a morte.

Mesmo com o chuveiro ligado sabíamos que não tem ninguém, entro mesmo assim apenas para fechar e foi impossível não olhar ao redor, tudo era muito organizado e perfumado, mas eu nunca senti cheiro de nada e agora faz sentido era por causa dessas merdas de inibidores.

— Era isso que ela estava procurando?

— Sim, Tàir jogou todos fora, hoje é lua azul ela estava tentando…

— Não termina, isso é crueldade com ela.

— E você como sempre não percebeu o mostro que mantinha ao seu lado, ela queria que Fìor fosse violada e marcada por um qualquer.

A fala de Bràthair me atingiu de uma forma que não consegui esconder a minha raiva, desço procurando aquele cheiro que agora até com inibidor eu vou conseguir sentir.

Ela saiu pelos fundos, mas ali já era o fim do nosso território, isso estava ficando cada vez mais perigoso, no que raios essa garota se meteu? Me transformo deixando o meu irmão doido atrás por estar na linha de frente vou seguindo o seu cheiro.

A nossa frente tinha apenas um barracão velho, dou o sinal para invadirem de uma vez, a quero na minha frente e tem que ser agora. Assim que entro a encontro com o mesmo cara que atirou em Tàir e só não atirou em mim porque a Fìor se jogou em cima dele.

Tudo levava a crer que ela foi sequestrada por ele, exceto que o cheiro dele estava somente aqui e a faca que ele colocou no pescoço dela estava virada para baixo, ou seja, era tudo uma farsa.

— O que mais está escondendo de mim? — vou dando passos em direção dos dois enquanto mais armas estão apontadas para as suas cabeças.

— Fica longe ou vou…

— O quê? Matar? — começo a rir negando com a cabeça — SOLTE A FACA — dou o comando e novamente os dois não são afetados — Quem são vocês?

Antes que eu possa chegar até eles, o meu irmão dá o comando e vejo o homem cair no chão atingido de forma certeira na sua cabeça, Fìor estava em estado de choque, mas logo lágrimas começam escorrer.

Toco nela com a intenção de puxar ela para longe do corpo, mas apenas com o seu grito ela me jogou longe, o seu choro foi ficando mais forte e quando ela se virou os seus olhos estavam completamente mudados…

A sua loba estava no comando, aqueles olhos azuis intensos eram iguais aos meus, troco olhares com Bràthair que ainda olhava para ela em admiração. A vejo se levantar e antes que ela se mova, Bràthair se ajoelha e avisa que ele será enterrado de forma digna.

Não estava entendendo mais nada, ele não iria não… Assassino não recebem um enterro, mas foi nessa hora que percebi que isso acalmou Fìor que se abaixou e falando algumas palavras que não entendi enquanto a sua mão estava em sua testa.

O sangue foi retornando para o corpo sozinho e temendo a minha vida dou alguns passos para trás. Isso estava ficando cada vez mais estranho então dou a ordem para o enterrar imediatamente e antes que Bràthair consiga chegar até ela entro na frente, mas ele me desafia me empurrando para lado, sinto uma raiva enorme percorrer o meu corpo quando ele percebeu que Fìor desmaiou e eu não.

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