Capítulo 19. Intuição

Iris andava pela rua, vestida com sua fantasia de Pierrina, quando sentiu que algo estava acontecendo diferente de todos os dias que andava pelas ruas. Começou a suspeitar de que estava sendo seguida e parou por um minuto, esperando os seguranças se adiantarem e ficarem ao seu lado. Alertou-os e eles disseram que já tinham percebido, que estavam prestando atenção e que era um detetive particular que eles conheciam.

— Por favor, vejam se conseguem tirar uma foto dele e enviem para Jordan.

— Sim, senhora. A senhora irá para casa ou mudará seus planos.

— Não mudarei nada, vou para casa,as farei algo diferente e vocês não poderão estar comigo, mas devem se manter na cola da Pierrina.

Os dois sorriram, entendendo o que ela faria. Ela foi para o escritório da Game luxor e passou amanhã lá gerindo os negócios e depois foi para sua própria empresa, onde seu irmão já tinha estado aproveitando que ela não estava, mas não conseguiu mexer em nada, pois ela tinha desligado ele dos computadores da firma.

— Laura — falou ela com a secretária — preciso de um grande favor.

— Pois não senhora, o que eu puder fazer pela senhora, farei.

— Temos o mesmo tamanho, eu tenho uma roupa reserva e gostaria que você vestisse ela e saísse no meu lugar. Estão me seguindo e não posso levá-los até onde está meu marido, ou tentaram matá-lo novamente.

— Nossa, isso é  sério, que gente doida e sem coração. 

— O pior é que ainda não sabemos quem foi.

— Eu vou me trocar, então. Não vou correr risco, não é?

— Não, é só um investigador, querendo saber onde vou me encontrar com Rener.

— Para onde a senhora quer que eu vá?

— Não quero atrapalhar sua vida, vá para o meu apartamento, troque de roupa e vá para sua casa, os seguranças ficarão lá por um tempo e tudo parecerá normal.

— Excelente ideia, senhora. Farei isso. — pegou a chave e logo depois saiu imitando sua chefinha de Pierrina.

Iris saiu junto com os outros funcionários e se perdeu no meio da multidão, pegou um varro de aplicativo e foi para o hospital, se ainda houvesse alguém vigiando, despistar. Vestiu-se de técnica e foi para o quarto vazio.  Imaginou que fariam isso, depois do vídeo que enviaram para divulgação.

Ficou um tempo no quarto como se estivesse cuidando do paciente e saiu normalmente depois. Pegou uma porta lateral e saiu pelo estacionamento onde um outro carro de aplicativo esperava, e se dirigiu para a casa de Malibu.

Ela estava certa, sorry estava esperando do lado de fora e prestando atenção em cada passo de cada pessoa, planejou uma outra entrada para ir até o quarto e lá terminaria o serviço que não tinha dado certo.

*

— Então, Jordan, notícias de Iris ?

— Muitas notícias e todas desencontradas. Mas tudo indica que nosso plano está dando certo.

Ouviram o som de um carro se aproximando da entrada, viram na imagem de segurança, que era a técnica de enfermagem e Rener suspirou aliviado. Ela entrou e foi para o seu quarto, deixando ele intrigado.

— Cadê ela, Jordan?

— Foi para o quarto dela, deve ter ido se trocar.

— Será que ela pensa que não sabemos que é ela? — indagou Renner preocupado.

— Claro que sabe, ela deu um belo show, interpretando a técnica. Agora vamos esperar, não sabemos qual será a reação dela, estando em casa, depois de você ter dito que não queria mais tê-la por perto.

— Ai, tudo isso me deixa louco — disse ele puxando os cabelos — eu amo tanto aquela mulher, que é pior ficar sem ela, do que ficar tetraplégico. 

— Mas continua paradinho aí, para todos os efeitos, você ainda não está bom.

Logo em seguida, Iris entrou no quarto e olhou para os dois com uma feição séria e aborrecida.

— Vocês dois estão fazendo muita estrepolia e eu não tô gostando dessa movimentação. Eu consegui despistar o detetive e creio que qualquer um que me seguiu , ficou tonto.

— Você está correndo um risco demasiado grande, não pode ficar andando por aí como se nada estivesse acontecendo. — disse Rener, brigando com ela.

— Ah, eu não posso? E acaso você não foi imprudente, deixando o hospital antes do tempo? — se aproximou ela, com as mãos na cintura.

Ela se aproximou tanto, que não se deu conta da mão dele se estendendo e apostando para si. Seu gritinho fez ele sorrir imediatamente, abraçou-a, deitando-a em seu peito e atacou sua boca com um beijo apaixonado. Ela ficou com medo de empurrá-lo e aos poucos foi se acalmando e retribuiu o beijo.

Depois que se afastaram, ela se aconchegou em seu peito, sentindo os braços dele ao redor do seu corpo e se tranquilizou.

— Então você já está bem? Tem chance de voltar a andar?

— Uma coisa de cada vez, mangasinha. Por enquanto, eu posso te abraçar e você pode me beijar.

— Desistiu de me manter longe, é?

— Eu só queria zelar por sua segurança, não sei como vou viver se me tirarem você.

— Então não me mande mais embora.

— Na verdade, eu queria pedir para você não ir para esta casa, é dar muito muita bandeira e muito trabalho para você ficar desviando de sei lá quem que possa estar te vigiando.

— Shiiiii, lá vem você. — levantou-se da cama — vou fazer o jantar.

Ela saiu andando, sem ligar para os dois, que a acompanharam com um olhar autômato, parado de surpresa.

já não percebeu que Renê estava por um fio de se levantar da cama e ir atrás dela e o conteve, para manter a farsa e também, a boa recuperação dele.

— Ela volta, meu amigo, não tem sido assim, sempre.

Tener sorriu e descansou sobre os travesseiros, sabendo que sua esposa era a mais persistente das mulheres.

Nota: Me perdoem os erros e a demora nas postagens, estou com os dois pés imobilizados e minha cabeça um pouco entorpecida, mas não vou parar. 😘💞

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