Capítulo 7. Despedida

O dia amanheceu ensolarado e lindo e a ansiedade batia forte nos corações. Cada um tinha uma preocupação além da principal, que era o exame de Rener.

— Bom dia, Rener, como se sente hoje? — perguntou Jordan.

— Bom dia, amigo. Estou ansioso, preciso conversar com Iris, antes do médico chegar.

— Não sentiu mais o corpo?

— Não, mas minha preocupação é com ela.

— Logo ela estará aqui, tome o seu desjejum, primeiro.

Jordan ajudou-o a comer o mingau, que era o que normalmente comia pela manhã. Sua alimentação era pastosa, para facilitar a digestão e foi dificil para Rener se habituar com a mudança e foi Iris quem o ajudou a se conformar, também escolheu os alimentos, depois de descobrir seus gostos. Tinha muita gratidão por ela.

Parecia cronometrado, assim que ele terminou de comer, ela entrou no quarto, feliz e sorridente. 

— Bom dia!

Ele abriu um largo sorriso e ela se aproximou e beijou-o, não só um encostar de lábios, como fazia antes, agora são íntimos e mereciam um beijo bem dado. Quando se afastaram, fitaram-se com amor e ela não resistiu em dizer isso a ele:

— Eu te amo, Rener.

— Eu também te amo, Iris.

— Quer casar comigo?

Os olhos dele se encheram de lágrimas.

— Que futuro você pode ter com um cara ferrado como eu?

— É você que eu quero e pra mim, você está ótimo.

— Eu quero muito casar com você, mas prefiro esperar os resultados dos exames, está bem assim?

— Está bem, o importante é continuarmos juntos.

Ela se afastou, mas ficou sentada na cama, de frente para ele.

— Precisamos resolver algumas coisas, antes de irmos embora.

— Você fala como se não fossemos voltar.

— Não podemos ficar nessa ilha para o resto da vida, ainda mais agora, que nos descobriram.

— Então,para onde vamos?

— Tenho uma casa grande em Malibu, podemos ficar lá. Tenho um ótimo equipamento de trabalho e um home office completo. O que me diz.

— Só casando!

Os dois riram.

— Você não perde a chance, não é mesmo?

— Com certeza. Vou precisar ir na sede da empresa e ver como as coisas estão por lá. Creio que terei muito trabalho, pois conheço bem o meu irmão e sei que ele é muito desorganizado. — disse ela.

— Também terei que conversar com Soren e ver como estão as coisas e mesmo não querendo, terei que falar com o advogado responsável pelo caso. Dei meu depoimento na época e não falei mais com ele. 

— Mas seu advogado tem feito a ponte entre vocês, não é?

Ele segurou a mão dela, que estava proxima e olhou firme em seus olhos para dizer o que pensava:

— Eu não confio em ninguém, além de você. Aprendi, com meus negócios, que as pessoas nem sempre são o que parecem e quando envolve dinheiro, é pior, até tentam nos matar.

Ela abaixou a cabeça, triste, pois ele estava se referindo ao seu irmão e sentia-se culpada por ele.

— Você tem razão, sinto muito.

— Não fique triste, foi você que me convenceu que a vida continua, então, precisamos voltar a ela.

— O que você diz, com voltar a ela, acaso não estamos vivos e felizes,ooo aqui?

— Você entendeu. Nossas firmas ficam em Los Angeles, temos casa lá, além do hospital e da delegacia que cuida do caso, ficar lá, também. Nossa vida está toda lá, minha casa em Malibu é bem segura e impenetrável, por causa dos projetos, então, creio que estaremos seguros.

— Acho que o Tony Stark também pensava isso. — brincou ela, fazendo referência a destruição da mansão do homem de ferro.

— Aquele cara é um babaca egocêntrico, sem contar que é um filme de ficção. Minha casa é real e sou precavido.

— Está bem então. Vamos para o hospital, você fica lá fazendo os exames, enquanto eu vou à empresa, no centro, verificar como estão as coisas. Falarei com os advogados para saber da situação de Ivan e volto para o hospital.

— Tem que ver para onde encaminharam seu irmão, talvez ele esteja preso no distrito responsável pela ilha.

— Ele deve ter entrado em contato com nossos advogados, eles devem saber.

— Tudo bem, então. Depois da cirurgia, iremos para Malibu.

— Está bem, teimoso, eu vou vom você.

Ele deu o sorriso mais lindo, em resposta a ela e recebeu um abraço, que não podia corresponder e isso o afetava muito.

Logo o helicóptero de resgate médico chegou, trazendo o doutor, que o acompanharia. Iris foi junto, mas Jordan ficou arrumando tudo e partiu depois, levando as bagagens dos dois. Chegou a casa dde Malibu e cuidou de instalar tudo e guardar a bagagem, só então foi para o hospital, onde Rener já fazia os exames.

O médico optou por não fazer uma ressonância, pelo risco do fragmento de bala se mover e piorar a situação do paciente. Foram feitos vários raios X e exames laboratoriais, assim como eletrocardiograma e encéfalograma. Por fim, Rener foi levado para o quarto, sedado, e Jordan já estava lá, esperando por ele.

Só restava, então, esperar pelos resultados. Jordan já havia contado ao médico o que aconteceu e o médico não acreditou, pois era impossível que um paciente com a medula interrompida  conseguisse se mexer do nada e depois voltar a imobilidade.

Infelizmente, só teriam certeza da real lesão de sua medula, abrindo para ver, pois nenhum exame de imagem era cem por cento correto.

Enquanto esperavam os resultados, Iris tinha uma crise de raiva com os advogados da empresa e apresentou os documentos, que os próprios redigiram, mas que ela modificou, deixando eles descontrolados.

— Nós redigimos uma coisa e a senhorita adulterou, seu irmão nos avisou e nos ordenou que não deixássemos que a senhorita tocasse em nada.

Íris lembrou de Rener e inspirou três vezes devagar e pegou o telefone, ligando para a polícia.

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