Capítulo 15. Paciência

O médico entrou no quarto e avisou Jordan:

— A cirurgia foi um sucesso e ele já está voltando para o quarto, tome muito cuidado, os próximos dias serão críticos para sua recuperação.

— Sim, doutor.as continuaremos fingindo a tetraplegia, conto com o senhor. 

— Soube que receberam outra visita esta manhã e que a senhora Peres resolveu tudo.

— Sim, aquela mulher é fantástica.

— Espero que tudo dê certo para esses dois.

— Obrigada, doutor, eu acho que vou me divertir muito.

Logo Rener chegou e Jordan o recebeu sorridente. " Este é outro vencedor. " Pensou Jordan.

Assim que colocaram Renner na cama, Jordan se aproximou para conversar com ele. Ainda parecia meio tonto, por causa da anestesia, mas não tinha sintomas de dor. O colar cervical estava no pescoço,  mas o corpo estava livre.

— E aí amigo, firme como a rocha?

— Aliviado, isso sim. Nunca tinha sentindo tanta dor na minha vida, agora parece até que estou mais leve.

— Isso é muito bom. O médico passou aqui e disse que a cirurgia foi um sucesso e você só precisa ficar aqueles 15 dias necessários se mexer.

— Acho que estou traumatizado, sinto que a qualquer momento, pode entrar um deles aqui e acabar com a minha esperança, novamente.

— Quer que eu chame a Pierrina, para te dar segurança? — perguntou o Jordan, rindo e arrancando um sorriso do amigo.

—  Aquela louca? Nem pensar!

— Você fala assim, mas ama ela do jeitinho que ela é.

— Acho que a amo exatamente por isso, mas quero que ela fique segura, jorda, me prometa isso.

— Eu prometo que a manterei segura, já coloquei dois seguranças para ficarem de olho nela e tem dois aí no corredor, também.

— Você a conhece há muito tempo minha gostosa?

— Sim desde que começaram, eu fazia os testes de luta para os personagens dos jogos. Mas aí abri a minha firma de segurança e foram eles os primeiros a me contratarem.

— Então, você criou uma amizade, isso é muito bom.

— Sim e não vou permitir que ninguém magoe a minha menina, nem você.

Renê sorriu mas logo ficou sério, temia pela vida de sua magazinha e agora que ela estava toda destemida, temia que fosse pior ainda. Não queria que ela ficasse no caminho daqueles dois, se foram eles que atacaram tanto a ele, quanto a ela, era melhor que ela não cruzasse o caminho deles. Pensava ele.

— Não se preocupe tanto, ela sabe se defender e você precisa se recuperar.

— Tudo bem, agora que não sinto dor, fica mais fácil, porem, vou precisar que olhe as minhas costas, tem algo me incomodando a pele.

Jordan Só chamou a enfermeira e ela veio e com ajuda dos técnicos e do próprio jovem, conseguiu levantar um pouco o corpo dele para olhar ele me perceberam que havia uma escare se formando.

— Imaginei que fosse isso, já trouxe o óleo para passar. Mantenham ele firme. — disse a enfermeira e passou o oléo, depois colocou um apoio em forma de rolinho, cobrindo com um lençol.

— O que é? — perguntou Rener, com a cabeça de lado, apoiada em um travesseiro.

— Chama-se escaras,podem soltá-lo devagar.

— É alguma doença de pele? — tornou a perguntar Renner.

— São feridas que surgem na pele, por excesso de tempo acamado sobre o mesmo lugar. Com cuidados, não evoluem. Nós vamos tratar e ficará tudo bem.

— Ah, sim, por isso estavam sempre me virando de lado.

— Sim. Tem que continuar fazendo isso, nós viremos virar o senhor, não se preocupe.

Eles terminaram e depois de Renner agradecer, se foram.

— Me sinto melhor nessa posição.

— Tudo vai melhorar, voce vai ver. Vou tentar tirar você daqui, o mais rápido possível.

— Que bom, vou dormir. — bocejou, fechou os olhos e dormiu, aliviado.

*

Iris estava esperando por Soren, no escritório do CEO, na empresa Game Luxor. Com ela estava com o advogado e dois policiais. Ligaram da recepção e avisaram que ele estava subindo e logo que entrou na sala tomou um susto.

— Mas que invasão é essa na minha sala?

— Olá, Soren. Estou aqui assumindo o meu lugar sanando a falta de Renner e sua. O advogado que está aqui está com todas as provas que eu lhe dei sobre o roubo do game de Rener, que você vendeu para meu irmão. 

— Impossível?

— Peguei lá no seu apartamento.

— Então, foi você quem roubou!

— Não roubei, peguei o que era de Rener e entrei com a ajuda da outra moradora, Suzan. Então…

Ele passou a mão nos cabelos, nervoso e andou, nervoso, de um lado para o outro, murmurando:

— Aquela desgraçada, sabia que ela ia aprontar, quando saiu tão facilmente…

— Pare de murmurar e preste atenção. Os policiais estão aqui para prendê-lo, caso não aceite a minha proposta. Então, quer ouvir?

— Fala logo e pare de me encher o saco!

— quero comprar a sua parte na empresa, Então aqui estão os documentos é só você assinar e eu transfiro o dinheiro que vale a sua parte para sua conta agora mesmo ou então você vai responder por todos os seus crimes. Concorda?

Iris se levantou, ou melhor, Pierrina se levantou e batendo com seu chicotinho na outra mão, andou rondando ele, quase como uma ameaça.

— Tá, eu aceito, mas só espero que seja o valor justo.

— É até mais do que você merece, pois eu tenho quase certeza que foi você quem mandou atirar em Renner, mas te darei essa chance de se redimir e espero que suma de nossas vidas.

Ele olhou para ela com tanto ódio, qualquer um que visse, sentiria que ele iria aprontar alguma coisa para se vingar. Pegou os documentos, assinou sem ler, passou o número de sua conta para ela e ela rejeitou.

— Já tenho seus fados. — pegou o celular e fez a transferência, mostrando a ele a operação concluída e o valor.

Ele sentiu com a cabeça e saiu sem se despedir, andando ligeiramente, prometendo a si mesmo:

" Isso não ficará assim."

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