Capítulo 11. Resultado

Nos dias que se seguiram, Rener se comportou e Iris colaborou não o tentando muito, queriam ir para casa e levar uma vida normal, sem ficar lembrando muito dessa fase. Jordan ficou monitorando a investigação da policia e o detetive particular que Rener contratou para investigar o caso e tudo levava a dois suspeitos: Ivan, que ainda estava preso e Soren.

Neste dia específico, o médico decidiu tirar o colar cervical e deixar o paciente andar um pouco pelo quarto. Com ele sentado, o colar foi retirado.

— Pronto Rener, levante-se. — mandou o médico, segurando suas mãos e ajudando-o.

— É difícil me acostumar sem o colar. Minha cabeça parece que está bamba.

— Sim, é assim mesmo, mas confia em seu corpo. Firme-se e levante.

Rener aproveitou as mãos do médico para se apoiar e ergueu-se. De pé, firmou-se, o médico o soltou e saiu da frente. Rener sentiu-se livre, solto e feliz, dando o primeiro passo e depois outro e outro, andando pelo quarto. 

— Você ainda não está totalmente curado, convém não se abaixar e nem se exercitar ou pegar peso. Creio que posso lhe dar alta, confio que Jordan manterá você na linha.

Eles riram e o médico mandou que sentasse novamente e esperasse a alta. Abriu a portas, mas não conseguiu sair, Soren passou por ele como um furacão e vendo Rener sentado, bem e sorridente, fechou o punho e com toda a força de seu braço, socou o rosto de Rener, gritando:

— Traidor mentiroso, tá se escondendo para não dar satisfação.

Com o soco, a cabeça de Rener se virou com força para o lado e ouviu-se o estalo em seu pescoço. Ele caiu sobre a cama, gritando de dor, sem parar. Jordan barrou a passagem de Soren, gritando pela segurança e o médico, pelas enfermeiras.

O médico pediu um sedativo e enquanto traziam, ele ajeitou o corpo de Rener na cama e percebeu que não estava estático como antes. Colocou o colar cervical, pois tinha certeza que havia lesado os discos, novamente.

— Pronto, doutor, aqui está.

— Aplique na veia.

— Sim, senhor. Depois você chame o ortopedista e marque a tomografia.

— Sim, doutor.

Soren permanecia no mesmo lugar, estarrecido, sem entender o que havia acontecido, até que os seguranças chegaram.

— O que houve, senhor? — perguntou um dos seguranças para Jordan.

— Esse senhor agrediu o paciente em recuperação e pode ter rompido a coluna dele novamente. — informou Jordan.

— O quê? Mas ele estava bem, sorridente, por quê um soco, quebraria sua coluna. 

O médico conseguiu acalmar o paciente, que parou de gritar e logo em seguida, apagou. Então o médico se virou e ordenou:

— Prendam esse homem por lesão corporal. Darei meu depoimento quando necessário e podem usar as gravações do quarto.

Jordan já havia ligado para a polícia e para o advogado que cuidava do caso. O detetive tinha descoberto algumas coisas de Soren, no dia em que feriram Rener e juntaram as duas coisas.

*

— Como é, meu marido foi ferido de novo?

— Sim, mangasinha, mas o agressor foi preso e Rener está na tomografia.

— Que horrível, justo agora que ele ia ter alta? Tenho uma reunião agora, assim que terminar, estarei aí.

— Não se preocupe, ele está sedado e tudo aqui está tranquilo, o advogado já está cuidando do caso.

— Mas estarei aí do mesmo jeito.

Durante a reunião, Iris estava tão aborrecida, que não deixou ninguém gastar seu tempo com requerimentos bobos e tomou atitudes que limitavam as ações indevidas que todos costumavam fazer. Saiu batendo pé, com seu scarpin de salto baixo, pois não estava mais usando a fantasia. 

— " Alô! " — atendeu Suzan, o celular.

— Oi, Suzan, é Íris. Soren aprontou de novo e Rener está mal no hospital.

— " Estou aqui, me encontre no apartamento dele, tenho a cópia da chave. "

Era tudo que Íris queria, iria mexer em tudo, até achar o que queria e vingar seu marido.

*

No hospital, Rener passou pela tomografia e esperava pelo resultado, quando Íris chegou, vindo da casa do irmão. Quase destruiu o interior, mas encontrou o que queria e até mais.

— Como ele está, Jordan?

— Prestes a acordar, está gemendo e o médico ainda não veio falar do resultado dos exames.

— áááiiiii — gemeu Rener.

— Vou tentar acalmá-lo.

Iris se deitou ao lado dele e acariciou seu rosto, seu pescoço e falou baixinho:

— Estou aqui, meu amor, você vai ficar bem.

— Iriiiissss,   dói….

— Eu sei, querido, médico já vai vir.

— Ááááhhhhhh

O grito soou por todo o hospital e não se falava em outra coisa, que não fosse o tetraplégico que estava parado novamente, depois de bom. Um funcionário, não se descobriu qual, vazou fotos dele e um áudio com os gritos e não se falava em outra coisa, só do azar do melhor criador de games do último ano.

Jordan observava tudo, principalmente seu, mais que chefe, amigo. Notou que apesar de sedado, mexia pés e mãos enquanto dormia e quando Iris o acariciava, ele correspondia, ficando arrepiado ou sorrindo.

O medico entrou no quarto e Iris levantou-se rapidamente:

— Então, douror?

— Ele deslocou os discos C3 e C 4, onde foi ferido antes, estava sensivel e o soco foi tão forte, que também provocou micro fraturas nos ossos da face.

— Mas por que ele sente tanta dor?

— Deve ser a lesão, já mudei a medicação. Ele tomará anestésico e não ficará sedado. Vamos tentar isolar onde é a dor, mas sem deixá-lo sofrer.

— Então, ele ficará bom?

— Dependerá da força de vontade dele, pois terá que passar mais um tempo sem se mexer.

Jordan não falou nada, só esperava que seu amigo não entrasse em depressão. Só uma coisa estava sendo útil, a mídia. Desde que ele foi atingido mais uma vez, seu empresário ligou e informou sobre o aumento nas vendas dos games.

— Doutor, não conte a ninguém sobre o estado dele, diga só que ele regrediu. — disse Jordan.

O médico e Íris olharam para Jordan, se perguntado: " o que ele quer com isso? "

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