Capitulo 12 Gigi quebra a sua promessa

"Não! Não! Nem pense nisso Gigi. E se tiver alguém armado e atirar em você?" A tia segurou a sua mão e falou.

"Isso mesmo, bonita! As balas das armas podem matar se acertar você em cheio." Tânia também a segurava.

"Não, por favor! Não bata mais nessa senhora, eu imploro. Ela vai morrer se continuar a sangrar assim. Peguem o que quiser e deixe-me sair para salvar a sua vida." Uma voz chorosa de um rapaz implorando pôde ser ouvida pelas três do lado de fora.

"Gigi realmente tem o nariz de um cachorro" Tânia estava chocada quando murmurou.

"Shii!" Gigi fez um gesto pedindo silêncio, quando um som abafado veio de dentro da sala no corredor e o barulho alto de algo caindo assustou as duas medrosas atrás de Gigi.

"Quem está aí?" Uma voz soou atrás delas.

"Hoje eu tô sem sorte!" Gigi falou antes de empurrar as duas companheiras para longe dela.

Outro som abafado e Gigi soltou um gemido, pois sentiu algo passar por ela e queimou no seu braço.

"Corre! Vai!" Gigi gritou, e na escuridão se envolveu numa luta contra o homem que apareceu de surpresa.

"Vamos, tia! Corre na frente que vou ligar para a polícia." Tânia se levantou puxando a senhora para longe dali

Preocupada com a situação a sua frente, Tânia não percebeu o sorriso leve no rosto da senhora.

"Socorro! Socorro! Bandidos! Bandidos! Aqui tem bandidos!" A tia e Tânia correram e gritaram.

"O que está acontecendo? De onde vem esses gritos?" Dois garotos que saiam do banheiro masculino e passavam pelo corredor pararam ao ouvir os gritos desesperados.

"Vamos ver"! Um dos jovens falou.

Pelo fato do local onde estavam, ser um pouco mais isolado em todo o salão, eles resolveram verificar o que estava acontecendo.

"BAM! Aí." Tânia bateu no peito do jovem e gritou de dor.

"Ei! Você não é da nossa turma de aprovados?" O rapaz nem percebeu a dor de Tânia e perguntou.

"Vai na frente e procure ajuda. Tem bandidos lá atrás e gente ferida." A garota falou ofegante para o rapaz.

O seu amigo que o acompanhava se aproximava, quando a ouviu e sem duvidar, disse. "Eu vou buscar ajuda e você as tire daqui para o banheiro feminino e tranque a porta."

"Vamos! Vêm!" O garoto puxou as duas.

"A Gigi! A Gigi! Eu tenho que voltar pela Gigi." A tia estava desesperada e disse aos prantos.

Do outro lado

Cerca de seis bandidos armados com facas e armas cercaram Gigi.

No corredor escuro, Gigi lutou contra os seis e quem visse a sua expressão tranquila não poderia imaginar que a garota, na verdade sentia muito medo, mas não era dos homens e sim das armas, pois se lembrava claramente da conversa de minutos atrás com Tânia e a tia.

"Ceis da cidade é tudo covarde! Acende a luz e larga esses negócios preto aí e vamo brigá. Quem vencer leva tudo." Gigi os provocou.

"Heh! Que sotaque maneiro tem aí hein garota. Logo se vê que não é muito esperta já que não é da cidade." Um dos bandidos zombou.

"Vamos matar essa caipira e sair daqui logo, ou teremos problemas." Uma mulher disse.

"Não vamos a lugar nenhum! A vida de muitas pessoas está nas nossas mãos e, além disso, temos os nossos companheiros espalhados por todo o salão. Esses ricos hoje estão fadados a morrer." Outro homem que parecia ser o chefe falou.

"Oh! Que coisa ruim! Se alguém sair e pedir ajuda e for um deles, com certeza pode morrer." Gigi pensou esquecendo o medo, enquanto a raiva crescia.

"Paizinho! O senhor desculpa por quebrar a promessa, mas dessa vez eu juro que é preciso que eu bata em alguém para machucar. Paizinho desculpe! Não sou uma boa filha!" Gigi mentalmente se desculpou com o seu pai pelo que faria a seguir.

"Pode acender as luzes! Quero olhar o medo nos olhos dessa caipira antes dela morrer." O homem falou cruelmente.

Gigi manteve o olhar focado a sua frente e no momento que as luzes foram acesas, ela atacou pegando o homem e os seus comparsas desprevenidos.

"Mate ela!"

"Atirem!" Em meio a socos e chutes, os gritos dos bandidos para atacar Gigi eram ouvidos por seus companheiros, que infelizmente devido à destreza de combate de Gigi, após trocar alguns golpes caiam no chão desacordados e desarmados.

"Quem é você?" O homem que sobrou perguntou tentando pegar a arma no chão.

"Apenas uma caipira criada e ensinada a se defender por um homem de bem." Gigi falou e atacou antes que ele conseguisse se abaixar.

"Vou te matar!" O homem gritou avançando para a luta.

O homem era muito bom em artes marciais e parecia ter treinamento militar acertando Gigi várias vezes, enquanto lutavam entre si.

Gigi sentiu dor, mas não era nada comparado ao treinamento que o seu pai e o tio Pierre a submeteram na sua infância, e resistiu bravamente, mesmo cuspindo sangue ocasionalmente, o que a deixou cada vez mais irritada.

"Maldita! Porque uma caipira magricela tem tanta força?" O homem resmungou surpreso por Gigi o enfrentar em pé de igualdade e conseguir resistir aos seus golpes.

Os reféns da sala ouviam o tumulto do lado de fora sem coragem de sair dali.

Enquanto a luta continuava no corredor, o jovem correu para a mesa onde estava o seu grupo, contando sobre o que aconteceu, pediu que todos corressem em busca de ajuda.

O apresentador, que ainda fazia o seu longo discurso sobre o colégio e os seus representantes, notou a estranheza e falou ao microfone com medo de que as elites ficassem incomodadas com os pobres.

"Vocês aí jovens calouros! Por favor, façam silêncio e voltem aos seus lugares para não atrapalhar o andamento do evento."

O jovem robusto olhou naquela direção e olhando para a sua colega com sardas, ambos tiveram a mesma ideia e saíram correndo na direção do apresentador.

Os seguranças barraram os dois, mas o jovem robusto os segurou gritando para a garota. "Vaiii!"

A garota subiu ao palco e o apresentador assustado pensando que seria atacado recuava, mas ela apenas pegou o microfone das suas mãos.

"Há bandidos no salão e atacaram pessoas. Os seguranças, por favor nos ajude, pois a nossa colega foi presa por eles enquanto buscava ajuda." A menina falou.

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