"Aí que alivio! Parece que todo aquele peso que tinha no coração foi embora." Gigi falou sozinha, enquanto voltava para a pensão.
"Hoje vou só me enfiar dentro do quarto e dormir! Amanhã vou tentar arrumar um emprego! Mas os exames são de manhãzinha na semana que vem, então preciso arrumar um trabalho no horário da tarde! Vamos ver... "Gigi pensava, enquanto andava rápido olhando para os lados, com medo de encontrar os homens de terno.
"Cheguei! Ufa!" Ela disse.
"Ô menina! Cuidado com a hora de voltar para cá. As portas são fechadas às nove horas da noite, e se estiver do lado de fora após esse horário, não poderá mais entrar, entendeu?" A tia mais velha da pensão falou quando a viu entrar
"Obrigada tia! Vou lembrar disso!" Gigi respondeu antes de voltar para o seu quarto, reclamando em seu coração, embora da maneira rude como a senhora falou com ela.
Afinal eram apenas seis e meia da noite e ela já havia sido informada sobre as regras do lugar.
"Eu sou um hóspede então porque essa tia tá cuidando da minha vida?"
Ela pensou.
No dia seguinte
"Manhã!" Gigi cumprimentou a senhora da recepção antes de sair.
"Menina! Onde você vai tão cedo? Não é nem sete horas ainda." A senhora perguntou.
"Ô tia! Vou caçar um serviço, ou terei que voltar para o interior. Mas até pra isso preciso de dinheiro certo?" Gigi explicou antes de sair pela porta, acreditando firmemente que conseguiria e ficou um pouco irritada com a curiosidade da senhora.
"A vaga foi preenchida!"
"Não estamos precisando!"
"Você não preenche os requisitos necessários!"
"Não!"
"Onde está o seu diploma?"
"Não contratamos sem os demais documentos!"
"Não! Não Não..."
A tarde após andar por horas, entrando quase em todas as lojas e indo em algumas casas à procura de emprego, Gigi retornava para a pensão desanimada, pois todos a recusaram mesmo que precisassem de alguém.
"Será que é devido ao meu sotaque?"
"De que diploma aquele moço falou? Como será que consigo isso aqui?"
Gigi se perguntava durante o caminho.
"Sai daqui! Me deixem em paz!" Gigi ouviu uma garota gritar.
Parando os seus passos, ela viu que o grito veio da jovem que tentava sair de uma loja, mas foi cercada por um grupo de meninos e meninas.
"Que isso, Isadora! Porque você não quer mais sair com a gente?" Uma das garotas perguntou.
"Eu sei bem qual é a diversão de vocês agora e não quero fazer parte disso." Isadora respondeu, ainda tentando passar.
"Ahh! Realmente! O quê! Você agora virou santa Isa?" Outra garota disse sarcasticamente.
"Saiam!" Isadora gritou novamente.
Os vendedores da loja e as pessoas ao redor assistiam a tudo sem se envolver.
"Que coisa feia! Um monte de gente nova sem educação! Onde já se viu ficar prensando outra pessoa no meio da rua?" Gigi disse em voz alta se aproximando do grupo.
"Qual o problema de vocês? Cadê a sua educação?"
"Já parou para pensar que vocês pode ir tudinho pra cadeia, só por prensar a menina aqui e não a deixar sair?"
"Se ela não quiser ir com vocês, ela não vai! Quem são vocês para obrigar a bixinha?"
"Xô xô! Sai daqui todo mundo! Vocês tão tudo quase na mesma idade que eu, e mesmo assim não sabe dizer o que é certo é o que é errado de se fazer?"
"Olhem para os lados e veja bem! Olha os urubus tudo olhando pra vocês, como se fosse palhaços no circo."
"E o pior! Tem gente que até tem uma caixinha apontada para vocês! Olha lá!" Ela apontou para um senhor que estava na loja com o celular nas mãos e para mais algumas pessoas.
Gigi chegou surpreendendo os jovens e a jovem Isadora que ficaram calados, enquanto ela falava sem parar.
Nem eles entendiam o porquê de não querer brigar ou responder a Gigi naquele momento.
"Peguem os celulares e apaguem os vídeos agora, ou podem se preparar para um processo nas costas." Um homem mais velho se aproximou, passando pela multidão.
"Celular? O que é isso?" Gigi ficou confusa e perguntou para uma das garotas do grupo.
Os jovens a olhavam como se tivesse visto um monstro.
Pensando que Gigi estava zombando deles, a própria Isadora se aproximou dela e falou. "Colega obrigada por me defender agora, mas você não precisa zombar de nós dizendo não saber o que é um celular."
Gigi olhou para Isadora ainda mais confusa e com os olhos inocentes.
"Ô moça! Não precisa agradecer não! Fiz porque eu quis, e porque achei errado a atitude deles, e vendo que esse povo todo não tomava a frente vim pra cá pra ti ajudar. Mas quanto a esse tal celular, eu realmente num sei o que é não. Na minha cidade não tem essas coisas da cidade grande." Gigi explicou com sinceridade.
"Bom! Parece que esse moço veio ti buscar! Então já posso voltar ir pro meu lugar, pois ainda tô de bucho vazio. Tchau!" Gigi falou rápido saindo, sob os rostos chocados e céticos de todos ao redor.
"Credo! A cidade grande é mesmo perigosa! Melhor eu sair só no dia da prova mesmo e me habituar com essas novidades daqui primeiro, ou nem vou conseguir serviço e ainda posso ser prensada qualquer dia como essa moça." Gigi murmurava.
Na frente da loja, o grupo e Isadora estavam pasmos.
"Gente é mentira não é?"
"Aquela jovem tão bonita, não sabe realmente o que é um celular?"
"Deus que sotaque lindo!"
"E o sorriso dela! As covinhas, a minha nossa que fofa."
Os jovens falavam entre si, esquecendo-se da animosidade anterior.
"Vamos Isadora! O pai deve estar preocupado por não estar em casa a essa hora." O homem mais velho disse.
"Oi! Igor! Desculpe por antes beleza! Nós estávamos um pouco chateados porque a Isa deixou de sair com a gente muito de repente." Uma das jovens desculpou-se.
"Tudo bem! Tudo bem! Todos vocês voltem também." Igor falou antes de sair parecendo um pouco chateado por ser tratado como um velho pelos amigos da sua irmã.
No carro, Isadora perguntou ao seu irmão. "Igor, você me diz! Há lugares no nosso país, ou no mundo onde a tecnologia ainda não chegou?"
Sem precisar pensar muito para responder, Igor falou. "Claro que existe! O país é tão grande, assim como esse mundo, então é lógico que ainda existam lugares subdesenvolvidos, ou isolados onde muitas coisas que temos acesso fácil aqui não chegaram lá."
Isadora não disse mais nada durante o restante do caminho, ela estava pensando em Gigi e lembrando de cada palavra dela.
Dias depois
"Oxi! Como é ruim de arranjar um serviço nessa cidade! Credo! O dinheiro que tenho é tão pouquinho, e isso porque só gastei dez dólares por dia com comida no almoço e comendo pão e um copinho de café à noite."
"Amanhã é o dia da tal prova, vamos ver se pelo menos isso dá certo." Gigi disse, antes de se deitar para dormir.
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Atualizado até capítulo 72
Comments
Edinalva Batista
kkkkk adorei a personagem autora ela é muito divertida e espontânea e tem u coração puro
2024-03-13
6
Ângela maria Silva games
haverá mas capítulo !
2023-07-11
1
Ângela maria Silva games
cade o capítulo 8
2023-07-11
1