Capitulo 11 Nariz de cachorro

Augusto foi o único que conseguiu manter a compostura ao ouvir a conversa, enquanto Lúcia e Mirela gritaram ao mesmo tempo.

"Quem você disse?" Lúcia

"De jeito nenhum!" Mirela

"Vocês conhecem essa jovem?" Ana Maria ficou surpresa e perguntou, ao ver as reações do par de mãe e filha.

"Não! Não é desse jeito! Apenas conhecemos alguém como o mesmo nome, mas acredito que não gostariam de saber do que essa jovem é capaz, pois a nossa pessoa é apenas uma caipira solitária vinda do interior.

Então é impossível ser a mesma pessoa que encontramos anteriormente." Augusto foi inteligente e soube disfarçar o espanto das mulheres da sua família.

"Sério! E, porque diz isso, Augusto? Do que uma jovem caipira é capaz de fazer para deixar vocês tão chocados assim?" Ricardo não era tolo e percebeu imediatamente que o homem a sua frente mentia descaradamente para a sua família, e que sim havia algo suspeito sobre isso.

"Espere aqui! Vamos primeiro ver se é a mesma pessoa antes de dizer qualquer coisa, ou podemos causar uma injustiça." Ana Maria disse e saiu para buscar algo na sala privada em que estava o seu sobrinho e amigos.

"Então, seu Augusto! Diz aí pra gente o que essa jovem fez? Mesmo que não sejam a mesma pessoa, acredito que deve ter feito algo extraordinário por suas reações." Isadora foi direta e perguntou.

Augusto não era bom em tramar contra crianças e não soube responder.

"Se for a mesma Lígia que conhecemos, ela deve ser uma trapaceira assim como o seu pai foi." Lucia falou em resposta.

"O que isso quer dizer exatamente dona Lúcia? Quem não trapaceia um pouquinho hoje em dia?" Isadora perguntou em tom de zombaria, pois não suportava nenhuma dessas pessoas.

"Isa! Respeite os mais velhos e veja bem como fala!" Ricardo a repreendeu.

"Não! Não é preciso brigar com a menina só por causa disso. É que esse é um assunto vergonhoso que aconteceu na nossa família, e não ficamos à vontade para compartilhar. Você entende, não é?" Lúcia falou.

"Aqui! Aqui olhe e veja se é a mesma garota!" Ana Maria retornou entregando uma fotografia nas mãos de Lúcia.

"Com licença vou falar com o primo." Igor disse antes de sair, pois estava irritado com o olhar de Mirela sobre ele.

Infelizmente Lúcia não conseguiu reconhecer Gigi, assim como o seu marido e filha, pois nunca a tinham visto pessoalmente.

Mas mesmo assim, com inveja ao ver que havia uma garota mais bonita que ela, Mirela não suportou a ofensa e disse antes que os seus pais pudessem reagir. "Sim! É essa mesma garota! Quem diria que seríamos capazes de encontrar essa pessoa aqui em nossa cidade. É muito sem-vergonha da parte dela vir para cá."

Quando o assunto ia continuar, anúncio deu início ao banquete soou.

"Vou devolver isso para o meu sobrinho ou não podemos dar continuidade ao apadrinhamento sem os documentos aqui." Ana Maria falou colocando a foto dentro do envelope novamente, antes de se levantar para sair, não levando a sério as palavras de Lúcia, pois sabia que o seu sobrinho havia investigado a menina.

"Mãe! Vou ao banheiro e já volto!" Mirela falou e saiu pelo mesmo caminho que Ana Maria.

Minutos depois, Mirela retornou e sentou para apreciar o banquete com a sua família.

"A mãe é fogo não? No mínimo deve ter ficado lá para perturbar Lorenzo e com Igor e conversar com os amigos deles." Isadora comentou vendo a demora da sua mãe.

Do outro lado do salão onde acontecia o banquete, os jovens aprovados e de origem humilde aguardavam pelos anúncios de quem os ajudaria em sua jornada escolar.

"Aí gente estou tão nervosa! Nunca na minha vida sonhei em estar num lugar chique assim. Quem diria que iriam nos convidar." Uma jovem com sardas no rosto e muito bonita falou.

"Foi a nossa boa sorte termos passado para entrar nesse colégio. Quem diria que haveria esse sistema de apadrinhamento para pessoas como nós." Um rapaz robusto falou.

"Tia! Quero fazer xixi!" Gigi que era a única que trouxe acompanhante pois tinha medo de se perder e usava seu jeans e camiseta, estava um pouco nervosa.

Ela se sentia incomodada mas não sabia o porquê.

"Vamos! Vamos procurar o banheiro colega, eu também estou apertada." Uma garota mestiça de cabelos dourados que estava ao lado delas falou.

"Vamos, tia!" Gigi falou se levantando.

"De onde estavam até o banheiro era uma caminhada de pelo menos dez minutos do lado dos super ricos."

No banheiro

"Ai! Que alívio! Parecia que o meu bucho ia explodir!" Gigi saiu e falou para as outras duas pessoas, enquanto lavava as mãos.

"Vamos voltar! Olha lá! Vocês ouviram meninas, vai começar o anúncio de apadrinhamento." A tia falou, mas quando saíram do banheiro Gigi de repente parou os seus passos.

"O que foi bonita! Vai dizer que de tão nervosa agora deu vontade de fazer o número dois?" A jovem de cabelos dourados brincou.

"Cheiro de sangue! Eu sinto cheiro de sangue gente e tá forte! É aqui perto." Como se fosse um cachorro Gigi falou e começou a andar cheirando o ar ao redor.

"Gigi! Vamos voltar filha ou podemos nos meter em confusão. Aqui só tem gente rica que pode fazer qualquer coisa com a gente se os provocar." A tia falou, mas não parou de seguir a garota.

"Que corredor escuro é esse gente? Parece aqueles filmes de terror!" A jovem de cabelos dourados falou ao chegar num corredor atrás do banheiro onde as luzes estavam apagadas.

"Oxi! Ei menina você tem aquela caixinha que fala né? Ilumina o caminho pra gente, por favor." Gigi pediu para a jovem.

"Hum?" A jovem estava confusa.

"Ela fala do seu celular. A Gigi é de longe e de onde veio a tecnologia ainda não chegou." A tia explicou.

"Ei! O meu nome é Tânia, ok! Espere ai!" A jovem de cabelos dourados apresentou-se e com o celular iluminou o caminho.

"Shiii! Shiii! O cheiro de sangue vem daqui, mas parece ter mais gente lá dentro. Deve ser ladrão né? Esse lugar cheio de rico deve ter atraído eles." Gigi cochichou.

"Vou ver o que tá acontecendo lá dentro, e quando eu entrar as duas pega a pessoa que deve tá machucada e sai. Dexa os bandidos comigo. Eu sei brigá." Gigi falou estalando os dedos pronta para bater em alguém.

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