No dia seguinte, as duas senhoras continuaram a observar se levantar cedo e sair só retornando após o horário de almoço.
Mas hoje foi diferente pois elas viram a jovem sair cedo e logo voltar da rua, carregando um saquinho de papel e um copo de café pequeno nas suas mãos.
"Manhã, tias!" Gigi as cumprimentou, antes de subir as escadas indo para o seu quarto.
"Ó misericórdia! O dinheiro tá acabando e num guento mais comer pão. Acho que mais tarde vou na barraca daquela tia comprar uma marmita de seis dólar para comer." Gigi reclamou, enquanto comia.
"Paizinho! Pode ficar sossegado que a sua filha num vai desistir tão fácil não. Tenho certeza de conseguir uma vaga naquela escola chique, assim tendo um lugar melhor pra morar e comida três vezes por dia." Gigi dizia otimista como se o seu pai estivesse presente na sua frente.
Gigi passou o restante da semana dentro do seu quarto na pensão, a não ser para buscar pão ou uma marmita de seis dólares na barraca ela não saia mais.
Um dia antes do exame, no domingo pela manhã, uma das senhoras responsável pela pensão, observou Gigi durante esses dias, notando que a menina parecia ser muito inocente para estar na cidade grande e também era sozinha.
"Parece que é realmente como a senhora chique disse! A garota vai ser fácil de enganar." A tia pensou se lembrando da conversa que teve com a pessoa que veio reservar o quarto para Gigi.
Ela até sentiu um pouco de simpatia por Gigi, pois ela mesma veio do interior há muitos anos e sofreu muito com a sua irmã antes de ter o que tinha hoje.
De repente a senhora chamou por Gigi quando a viu voltando da rua com o seu café da manhã. "Lígia, a tia pode te perguntar uma coisa?"
"Pode falar tia! Tenha receio de mim não!" Gigi respondeu sorrindo e sentou-se numa cadeira perto da recepção, esperando a senhora falar ela tirou o seu pão e o comeu ali mesmo.
"Menina! Você não tem família aqui? Como você vai fazer para sobreviver na cidade se esta sozinha? Não entenda mal! Só estou preocupada com você, pois também sou do interior, mas quando vim para a cidade, vim com os meus pais e irmãos e nós desencontramos mas ainda assim tive a minha irmã mais nova ao meu lado." A tia perguntou o que queria, e ao mesmo explicou o motivo da sua preocupação.
"Ô tia! Eu fui criada somente por meu paizinho que morreu na semana passada de câncer."
"A minha tia, que é irmã dele, disse ao pai que ia cuidar de mim caso ele morresse, mas a verdade é que o pai enviou o nosso último dinheiro para ela comprar uma passagem de avião para mim, pensando que a sua irmã cuidaria da sua filha em sua casa."
"Mas o quê aconteceu foi que o pai morreu, ela nem foi ao enterro, pago pelos nossos vizinhos e amigos, e me enviou uma passagem de ônibus e com o resto do dinheiro veio aqui e alugou o quarto por dois meses para eu ficar."
"Quando eu cheguei, ela mandou o seu motorista me buscar, mas ele foi embora depois de me dar uma ninharia, o endereço daqui e o recado da minha tia, que dizia que ela não devia mais nada ao pai e que eu estava sozinha na cidade e deveria arrumar um emprego e me virar."
"Andei desde a rodoviária procurando esse lugar, guardando o dinheiro que tenho que hoje não dá nem duzentos dólares."
"Saí a procura de emprego, mas não consegui devido a não entender as modernidades da cidade grande, e agora tô esperando passar no exame de amanhã num colégio de rico.
"Aí sim, eu sei que a minha vida vai mudar para melhor! E posso arrumar um bom trabalho quando começar a estudar."
Gigi resumiu os acontecimentos desde o falecimento do seu pai, contanto a tia da pensão que não se apresentou sobre as suas dificuldades.
"E a sua mãe menina? Você não tem mãe?" A senhora estranhou que a jovem não disse nada sobre a sua mãe e perguntou.
"A mãe abandonou eu e o pai quando nasci, anulando o casamento que teve com o pai e foi em busca da sua própria felicidade. Nunca a conheci nem sei nada sobre ela. Mas não a odeio não! Porque sinto que cada um tem um caminho que deve seguir em seu coração, mas também não vou mentir dizendo que a reconheço como mãe, pois ela me colocou no mundo, mas abandonou em seguida, isso mágoa um pouco." Gigi respondeu sinceramente.
Vendo que a jovem a sua frente não parecia ter um pingo de maldade no seu coração, a senhora ficou aliviada em e resolveu concordar com o pedido da outra parte e perguntou. "Você tem algum trabalho específico que deseja agora?"
"Nada! Sendo trabalho eu topo qualquer coisa agora." Gigi respondeu.
"Bom saber! Aqui sou só eu e a minha irmã, e como já passamos dos cinquenta, fica difícil fazer os trabalhos da pensão sem ajuda. Nós até tínhamos uma pessoa, mas descobrimos que ela roubava alguns itens dos quartos dos hóspedes e a mandamos embora."
"Se você quiser o emprego, pode começar amanhã! É só limpar os quartos e lavar as roupas de cama. O que você diz?" A senhora explicou para Gigi.
"Claro! Posso começar agora se quiser!" Gigi levantou-se animada e falou.
Assim a jovem e a senhora conversavam sobre o trabalho, o pagamento e sobre as futuras aulas de Gigi.
No mesmo dia Gigi iniciou seu trabalho, as duas senhoras ficaram muito satisfeitas ao ver que Gigi era uma garota trabalhadora e alegre e ainda mais felizes por ter posto o seu plano em andamento.
Alguns dias depois
Os exames foram realizados na segunda feira na parte da manhã e durante dois dias Gigi foi até o colégio, voltando em seguida para a pensão parecendo bastante otimista sobre os seus resultados.
Na semana seguinte, quando sairam os resultados, a senhora que a contratou acompanhou Gigi para ver os resultados dos exames.
A porta do colégio estava cheia de alunos e pais, que entravam e saiam sem parar.
Alguns felizes, outros chorando, xingando, sorrindo, gritando.
Os jovens e as suas famílias demonstravam as suas emoções conforme os resultados dos seus filhos.
"Vamos esperar esvaziar um pouco! Tem muita gente ainda!" A senhora disse puxando Gigi para o lado onde estava mais vazio para aguardar.
Demorou um pouco, mas uns vinte minutos depois muitos já havia se dispersado, as duas entraram.
Procurando nas três grandes listas de nomes presos ao quadro, logo Gigi deu pulinhos de alegria.
"Passei tia! Passei! Eu sabia, eu tenho muita sorte! Hahahaha!" Gigi estava realmente muito alegre.
As duas saíram dali, após se informarem do dia e do processo de matrícula, retornando em seguida para a pensão.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 72
Comments
Beatriz Santos de Oliveira Bernardo
Que benção. 1° batalha vencida
2024-02-23
6
Vaninha Rosa
que bom que ela passou?
2023-09-04
1