Capítulo 12

No final do dia, o destino parecia conspirar a favor deles. Lorenzo e Zoe se encontraram no corredor ao mesmo tempo, cada um segurando prontuários. Ambos pararam, um pouco surpresos.

— Oi... — disse Lorenzo, coçando a nuca. — Como foi seu dia?

— Foi ótimo. Trabalhei com o Marcel na maternidade. E você? — Zoe respondeu, tentando manter a conversa casual.

— Movimentado, como sempre. — Ele sorriu. — Mas estava pensando... Se você estiver livre amanhã, que tal... sairmos para comer alguma coisa? Só nós dois desta vez.

Zoe ficou surpresa com o convite, mas seu coração deu um salto. Ela sorriu, tentando esconder o nervosismo.

— Acho que seria legal. — respondeu, sentindo as bochechas corarem.

Lorenzo sorriu, aliviado com a resposta. Eles combinaram o horário, e Zoe continuou seu caminho, enquanto Lorenzo ficou parado por alguns segundos, se perguntando como tinha conseguido reunir coragem para fazer o convite.

Marcel, que passava pelo corredor naquele momento, apenas sorriu de canto e murmurou para si mesmo:

— Eu sabia.

...[...]...

Na manhã seguinte, Zoe acordou animada e nervosa ao mesmo tempo. Mesmo sendo apenas um jantar, ela sentia que algo especial poderia acontecer. Depois de terminar seu plantão no hospital, foi direto para casa se arrumar. Escolheu uma roupa casual, mas elegante, algo que não chamasse muita atenção, mas que a fizesse se sentir confiante.

Enquanto isso, Lorenzo também estava se preparando. Ele tentou manter a calma, mas Marcel, que sempre estava por perto, não deixava passar nenhuma oportunidade de provocá-lo.

— E aí, Lolo? Vai arrasar no encontro hoje? — perguntou Marcel, encostado na porta do quarto de Lorenzo.

— Não é um encontro, é só um jantar. — Lorenzo respondeu, tentando parecer indiferente.

— Claro, claro... Um "jantar" com a pessoa que você não para de pensar. Entendi. — Marcel deu um sorriso malicioso.

— Por favor, me deixa em paz, Marcel. — Lorenzo disse, tentando esconder o sorriso enquanto ajustava a gola da camisa.

Marcel riu e foi para a sala, mas não sem antes dizer:

— Boa sorte, lindinho. E não estrague tudo, hein?

Lorenzo balançou a cabeça, rindo, e saiu logo depois.

Zoe e Lorenzo se encontraram em um restaurante aconchegante, conhecido por sua comida italiana. Lorenzo chegou primeiro e, quando viu Zoe entrando, sentiu o coração acelerar. Ela estava linda, com um sorriso que iluminava o ambiente.

— Oi. — disse Zoe, um pouco tímida.

— Oi. Você está... incrível. — Lorenzo respondeu, claramente encantado.

— Obrigada. Você também. — Zoe sorriu, sentindo as bochechas esquentarem.

Eles se sentaram e começaram a conversar. No início, o clima estava um pouco tenso, mas logo a conversa fluiu naturalmente. Lorenzo contou histórias engraçadas do hospital, e Zoe riu mais do que esperava. Eles descobriram que tinham mais em comum do que imaginavam, desde o gosto por comida até os sonhos profissionais.

Quando a comida chegou, a conversa já estava tão leve que parecia que eles se conheciam há anos.

— Então, Lorenzo... — Zoe começou, olhando para ele. — Por que você me convidou para jantar?

Lorenzo ficou em silêncio por alguns segundos, tentando encontrar as palavras certas.

— Porque eu queria te conhecer melhor. — Ele respondeu, sincero. — E, se for honesto, porque gosto de passar tempo com você.

Zoe ficou surpresa com a honestidade dele, mas gostou da resposta. Ela sentiu o rosto corar novamente, mas manteve o sorriso.

— Eu também gosto de passar tempo com você. — disse, olhando nos olhos dele.

Por alguns segundos, os dois ficaram em silêncio, apenas se encarando. Lorenzo estava prestes a dizer algo quando o garçom apareceu para recolher os pratos, quebrando o momento.

Depois do jantar, Lorenzo sugeriu uma caminhada até um pequeno parque próximo ao restaurante. Zoe aceitou, e os dois andaram lado a lado, conversando sobre suas vidas e suas paixões. A noite estava fresca, com uma leve brisa que fazia Zoe puxar o casaco um pouco mais.

— Está com frio? — Lorenzo perguntou, notando o gesto.

— Um pouco, mas estou bem. — Zoe respondeu.

Sem dizer nada, Lorenzo tirou o próprio casaco e colocou sobre os ombros dela. Zoe sorriu, surpresa pelo gesto.

— Obrigada. — disse, sentindo o calor do casaco e da gentileza dele.

Eles pararam perto de um lago iluminado pelas luzes da cidade. Zoe olhou para a água, pensativa.

— Às vezes, eu sinto que estou sempre correndo. No hospital, na vida... Como se nunca pudesse parar para realmente respirar. — confessou, com a voz baixa.

Lorenzo olhou para ela, vendo uma vulnerabilidade que nunca tinha percebido antes.

— Talvez você só precise de alguém que te lembre de respirar de vez em quando. — disse ele, suavemente.

Zoe se virou para ele, surpresa com as palavras. Por um momento, tudo ao redor parecia desaparecer. Lorenzo deu um passo mais perto, hesitante, mas confiante.

— E eu adoraria ser essa pessoa. — Ele disse, a voz baixa, mas cheia de emoção.

Zoe não respondeu de imediato. Apenas olhou para ele, sentindo o coração bater mais rápido. Finalmente, ela sorriu, um sorriso que dizia mais do que palavras poderiam.

— Talvez você já seja. — respondeu, com um brilho nos olhos.

Lorenzo sorriu também, e, naquele momento, soube que havia algo especial entre eles.

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