Desconfianças

...Henry Winchester ...

Abro os olhos irritado com a luz que vinha da janela, suspiro me levantando e indo em direção ao banheiro, faço minhas necessidades e desço as escadas encontrando Bruce sentado no sofá da sala encarando minha empregada.

— Menino Henry, o café está pronto.– Lídia minha empregada diz –

Lídia está comigo desde que nasci, ela é como uma mãe para mim, quando sai da casa dos meus pais ainda jovem, pedi para que ela viesse comigo, só confio nela.

— Obrigado Lídia.– digo beijado sua testa – O que você quer Bruce? deveria estar na empresa.

— Dá pra me tratar gentilmente? Sou seu melhor amigo, deveria sentir saudades de mim seu bosta.— Bruce fala vindo até mim –

— Não faça o sentimental, não combina com você.– Digo enquanto me sirvo de café –

— Eu liguei para Sam ontem e porra, a mulher ficou puta. O que tem de gostosa tem de irritadinha.

Só de ouví-lo falar isso sinto vontade de socar sua cara

— Por que ligou pra ela? Ela tem o direito de ficar irritada, você não entende o conceito de privacidade caralho?– esbravejo irritado –

Me viro e vejo Lídia me encarando, respiro fundo e peço desculpas a ela.

— Até você tá irritado, vocês tem é que assumirem logo.– Bruce diz revirando os olhos –

— Assumir o que Bruce? Por que ligou para Sam?

— Liguei perguntando se vocês estavam fodendo, ela explodiu e desligou na minha cara, é tão difícil assim assumir que se pegam?

O olho incrédulo, ele não fez isso?! Respiro fundo várias vezes tentando me acalmar, não posso surtar só porque ele ligou pra ela, não posso.

E no fundo, gosto que pensem que estamos juntos, assim não preciso ter que fuzilar qualquer um que a olhe com malícia.

— Bruce só pare de ligar pra ela.– suspiro me sentando –

— Tá tá, eu não vou ligar, que chatisse.– Bruce diz pegando as chaves do carro – Te vejo na empresa, boiola.

Rio e o encaro

— Tchau princesa.

Termino meu café e pego meu carro dirigindo em direção a Empresa.

Entro e vejo os funcionários me encarando, sempre fazem isso. Ando em direção ao elevador e quando saio a vejo deslumbrante como sempre.

— Bom dia senhor Winchester.– me entrega o café –

— Bom dia senhorita King.

Sempre pontual e organizada, a três anos essa mulher vem acabando com minha sanidade, sua beleza e elegância acabam comigo. A observo, ela estava concentrada lendo meu horário de hoje, ela é sempre discreta, nunca vem com decotes e continua chamando a atenção de todos na empresa. Seus cabelos cacheados estavam soltos, ela estava com um terno preto, tão fudidamente linda, porra.

Sou tirado dos meus pensamentos com a porta abrindo bruscamente

— Leia Henry é importante.– Bruce me entrega o documento –

Vejo ele encarar a Sam e ela o olhar irritada, ela nunca demonstra raiva e ver isso em seu rosto me deixa surpreso

— Me desculpe por ontem Sammy.

Sammy!? Que porra é essa? Ele tenta tocar seu braço mas ela se afasta, me levanto bruscamente me segurando ao último fio de auto controle.

— Não me importo, só não quero que se repita, e não me chame assim, só a Layla pode, pra você é King.– responde Sam séria –

Escondo minha vontade de rir da cara de Bruce e de abraçá-la, Bruce pode ser insuportável quando quer e ela o colocou no lugar perfeitamente.

— Com licença senhor.– diz saindo elegantemente –

Antes que Bruce fale algo eu o alerto

— Não a irrite, se eu souber que a irritou eu castro você.

Bruce me olha sem graça, sei que vai obedecer, só pensa com a cabeça de baixo, isso seria pior que a morte para ele. Ele sai da sala e fico resolvendo alguns problemas.

Perco a noção da hora, só paro quando Sam vem a minha sala perguntando se preciso de alguma coisa. Eu a olho e depois para meu relógio, já estava no seu horário de almoço.

— Vamos almoçar?

Pergunto me levantando da cadeira, e vejo um pequeno sorriso em seus lábios.

— Sim senhor, no brasileiro?

Confirmo com a cabeça e vamos em direção ao elevador, descemos e quando estava abrindo a porta do carro para ela um segurança aparece.

— Senhorita King, o ladrão foi encontrado morto.– Sam o olha surpresa –

— Que coisa, onde o encontraram?

— Numa rua deserta conhecida por ter muitos desabrigados e drogados.

— Acho que foi por isso que ele roubou a bateria.– diz colocando a mão no peito –

— Deve ser, só queria que a senhorita soubesse, bom almoço.

— Obrigada.– ela entra no carro –

Caminho em direção a sala de segurança

— Já sabem quem matou o ladrão?

— Não senhor, mas sabemos que ele se meteu com gente muito errada, torturaram ele.

A segurança vem até mim com seu Tablet em mãos, vejo a foto do homem, sua cabeça nos pés, ele estava coberto de sangue e cortes por toda extensão do seu corpo, quem fez isso estava possesso.

Agradeço e me viro indo para o carro, uma grande conhecidência, ele roubar a bateria e no mesmo dia ser encontrado morto, sem contar no bilhete que vi a Sam amassando.

Enquanto dirigia até o restaurante reparo em sua mão, estava machucada, como se tivesse socado alguém

— Você está bem? Sua mão está machucada.– pergunto a fitando a vejo encarar a mão e suspirar –

— Fui numa balada ontem, um cara avançou pra cima de mim, então, pra me proteger soquei o estômago dele.– Sam responde olhando em meus olhos –

Não digo mais nada todo o caminho, no fundo sinto que ela está mentindo.

|...|

Fizemos nossos pedidos e estávamos esperando

— Henry? Se me permite perguntar, você sabe porque Bruce me ligou fazendo aquela pergunta idiota?

Sam me olha curiosa e não consigo esconder o sorriso de satisfação ao ouvir meu nome saindo de sua boca.

— Já que você não caiu nos encantos dele, ele deduziu isso.– respondo divertido –

Ela revira os olhos

— Que idiotice, eu só não sou burra de fazer isso, e ele não é tão atraente assim.– diz cruzando os braços –

— E o que seria atraente para você senhorita King?– me encosto no cadeira cruzando os braços –

Ela morde o lábio inferior pensando e sinto meu pau dar as caras, porra.

— Acho que não tenho um tipo específico, mas particularmente gosto de homens grandes.– fala me dando um sorriso fofo –

— Grandes?– a pergunto confuso –

É isso que estou pensando?

– ela ri – Tipo homens malhados, 1,90. Grandes, entendeu?

Sua risada fofa era música para meus ouvidos, nunca a vi sorrindo desse jeito, sua risada era contagiante me fazendo rir também.

— Entendi, e você já achou esse homem grande?

— Nah, ainda não, não tenho procurado.– ela apoia seu rosto em sua mão –

— Com sua beleza não precisa procurar, eles vão até você.– a vejo rir novamente –

— Queria que fosse verdade Henry.– diz me lançando um sorriso –

Mal sabe ela que era verdade, ela tem um homem grande que adoraria saber como ela fica enquanto goza.

Nossa comida chega e nós comemos em um silêncio agradável.

Voltamos para empresa e continuo o dia normalmente.

|...|

Escuto o celular tocar e atendo rapidamente.

— Senhor? O senhor Silva está aqui.

— Deixe-o entrar.

Silva era meu detetive, meus olhos e ouvidos.

— Boa tarde Henry.– O homem moreno diz se sentando na poltrona àminha frente –

— Boa tarde Matheus. O que descobriu?

— Nada.

O olho sem entender

— Como assim nada? Ela é só uma mulher normal, como não achou nada?

— Normal está longe da senhorita King, a mulher é um mistério, só descobri o básico. Pais mortos, foi adotada por uma família russa e é isso, meus contatos em Moscow não descobriram absolutamente nada. É como se tivessem medo de falar sobre ela. Na escola era uma aluna exemplar, nenhuma passagem na polícia, nada.

Não entendo, porque não tem nada sobre ela?

— Mas pode ser que eu tenha um jeito de descobrir mais sobre ela.– ele sorri –

— Como?

— Ontem uma mulher com as mesmas características que ela foi vista no Blood Virgin.

É uma boate conhecida por ser ponto de tráfico de todos os tipos, de drogas a pessoas. Porque ela estava lá?

— O que ela estava fazendo lá?

— Pelo que descobri, ela entrou numa sala VIP e depois de uns minutos saiu com um cara, o mesmo que foi encontrado sem cabeça hoje de manhã.

Não consigo evitar a surpresa, porra, não é possível.

— E sobre o último contrato do seu pai, eu descobri o codinome da pessoa, Samael, só de falar esse nome as pessoas se calavam e iam embora, um homem me alertou dizendo que não deveria mexer com o diabo.– diz cruzando os braços –

— Mais alguma coisa?

— Você precisa se ligar Henry, você pode ser forte, rico, ter muitos contatos, isso não muda nada pra esse cara, se ele quiser sua cabeça ele vai ter. Pra uma pessoa ter esse nível de confidencialidade ela deve ser realmente o próprio Diabo.

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Comments

Valdivía Quaresma

Valdivía Quaresma

Eu gostaria de lê o primeiro livro não sei se já li estou amando esse

2024-03-08

1

queijinho

queijinho

eita /Hunger/

2023-12-13

1

Leda

Leda

Autora, quem é Samael afinal?

2023-11-03

5

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