Capítulo 18 - De Volta A Normalidade (Ou Quase!)

Ele deu um passo em direção a Maya, furioso, as mãos fechadas ao lado do corpo. Intimidador, ela percebeu.

Ao senti-la apreensiva, Dean estreitou os olhos e se obrigou a relaxar, a expressão mais solta e as mãos abertas.

— Acho melhor você não me provocar assim nova­mente, Maya.

Aconselhou Dean.

— E se eu provocar?

Ela perguntou, empinando o nariz.

Dean riu melancólico.

— Nesse caso lhe darei exatamente o que você está pedindo!

Maya engoliu em seco e umedeceu os lábios com a ponta da língua.

Isso deixou Dean completamente louco, despertando-lhe o desejo. Ele se lembrou daqueles lábios percorrendo-lhe o cor­po na noite passada e ficou ansioso por fazer amor com Maya.

Ela arqueou as sobrancelhas.

— O que seria?

Ele se obrigou a exibir um sorrisinho, lutando contra o desejo de tomá-la nos braços e se esquecer de tudo, pen­sando só nos dois.

O que Dean bem sabia que era possí­vel. Só que Maya parecia odiá-lo por isso. Cada vez mais, até...

— Exatamente o que você pediu ontem à noite!

Respondeu, desafiando-a.

— Provavelmente com algumas modificações...

— Você está insinuando que o que aconteceu foi culpa minha?

Dean fez que não.

— Não acho que seja possível chamar de culpa algo que satisfez a nós dois...

Maya ficou vermelha, mas foi incapaz de discordar. O único consolo era que ele parecia desejá-la na mesma medida.

— Vou trabalhar!

Repetiu Maya de repente.

— Sairemos daqui à uma e meia...

— Nós?

Ea perguntou, virando-se.

Dean a olhou, intrigado. Depois de perder Luke, não queria perder nada na vida do novo bebê.

— Você não acha mesmo que eu a deixaria ir ao médi­co sozinha, não é?

Maya simplesmente não pensara nisso. Não estava acostumada a agir como um casal, a ter alguém ao lado o tempo todo.

E depois do carinho que Maya não se acostumasse mesmo!

— Não sou criança, Dean!

Ela atacou.

— Sou capaz de ir onde for preciso.

— Mas por que usar o metrô ou pegar um táxi se estou me oferecendo para levá-la? E quero ouvir o que o médico dirá.

Maya ficou nervosa.

— Por quê?

— Por que o bebê também é meu!

Ele respondeu

— E quanto mais cedo você se acostumar a isso, mais fáceis serão as coisas!

Sim, o bebê também era filho de Arthur, aceitou Maya, relutante. Não importava por que Sarah ligara ontem ou se eles se reconciliariam.

Maya sabia que Dean levava a sério responsabilidade que tinha

como pai. E era só por isso ela fazia parte da vida dele... E Maya jamais deveria se esquecer disso.

Como fizera na noite passada.

Ela só não era capaz de se proteger, de resistir, quando Dean a tocava. E era melhor nem fingir que conseguia. Ele observava as emoções passando pelo rosto de Maya, a insegurança, a apreensão. Droga, ele não queria que ela tivesse medo dele!

Que­ria o impossível, que o casamento desse certo e que os dois se entendessem de algum modo.

Como isso aconteceria, já que só brigavam quando não estavam na cama, Dean não tinha a menor idéia. Talvez se começassem a parar de discutir...

— Veja Maya, vamos fazer uma trégua?

Ele sugeriu.

— Esta discussão não está sendo boa para mim e eu duvi­do que esteja lhe fazendo algum bem.

Ela ficou olhando para ele, rindo.

— Não tente fingir que está preocupado comigo...

— Quer parar?

Ele gritou, agarrando-a pelos ombros e chacoalhando-a ligeiramente.

— Não quero mais brigar com você, está certo?

Maya deu um risinho, os olhos marejados.

— Seu humor é tão imprevisível...

Dean riu alto.

— E desde quando futuros pais são previsíveis?

— É mesmo.

Concedeu, suspirando.

— Mas talvez eu conseguisse entendê-lo melhor se você fosse mais previsível.

— Você quer me entender?

Ela fechou os olhos, defensiva.

— Não exatamente.

Mentiu.

Bem, Dean realmente queria entendê-la! A noite passada, fora a coisa mais próxima da perfei­ção que ele já tivera. Não, não fora apenas próximo, fora absolutamente perfeito.

Dean se recusava a acreditar que Maya era capaz de se entregar daquele modo sem que sentisse nada por ele, que só estava atrás do dinheiro! Anão ser que Dean estivesse apenas se enganando...

Ele a largou de súbito, dando-lhe as costas.

— Tem razão. Já é hora de irmos para o trabalho.

— Sim, senhor!

Respondeu Maya, provocando-o. Ele fechou os olhos por um segundo antes de se afastar.

Tinha mesmo de se afastar, senão seria capaz de fazer algo de que se arrependeria mais tarde.

Maya o observou sair, o coração pesado por saber que a intimidade que tiveram, antes do telefonema de Sarah, fora na verdade uma mentira.

Eles não tinham nada em comum, a não ser o bebê.

Os sete meses seguintes, até que Maya fosse novamente dona do próprio corpo, passariam diante dela como uma sombra.

Trabalho, esta era a resposta.

Ela sempre adorara o tra­balho na galeria, e nem mesmo a presença de Dean no escritório do segundo andar tiraria dela aquele prazer.

Ra­pidamente ela se apegou ao trabalho, depois de explicar a Jane, a gerente, que Dean se enganara e que ela pretendia trabalhar ainda por muitos meses.

Os colegas estavam curiosíssimos, claro, e a viam com inveja, o que tornou as coisas um pouco estranhas.

Mas assim que perceberam que Maya estava se comportando normalmente, mesmo estando prestes a se casar com o proprietário da galeria, eles se acalmaram e retomaram a convivência pacífica de sempre.

Bem, mais ou menos, ela percebeu. Não havia mais comentários sobre a beleza do patrão e nenhum daqueles comentários de como Dean seria nu.

Maya, porém, era capaz de lidar com tal mudança. Na verdade, ela não queria mesmo conversar sobre Dean naquele momento.

Tentou se convencer de que eram os hormônios que a deixavam de pernas bambas e com o corpo dolorido ao pensar nele.

Os hormônios estavam em polvorosa porque ela estava esperando um bebê, tudo muito simples. Foi o que repetiu a si quando Dean voltou à galeria no fim daquela manhã e Maya, ao vê-lo, sentiu o corpo ardendo.

Dean era mesmo tão lindo quanto as colegas de traba­lho diziam, e Maya sabia muito bem como ele era quando estava nu.

Ela ficou tensa quando ele atravessou a galeria na direção dela, com a mesma energia de sempre.

Lembrava-se de ter passado as mãos naqueles cabelos negros um pouco compridos demais na noite anterior, de como aquele corpo musculoso combinava com o terno cinza que o cobria.

— Sim?

Ela o encarou, na defensiva.

— Vamos fazer uma reunião, Maya!

Ele murmurou, olhando para Kate, que trabalhava nos fundos da galeria.

— É assim que você recebe o seu noivo?

Ela o olhou torto e irritada.

— Você quer que sejamos... Discretos em frente ao res­tante dos funcionários, não é?

Na verdade não, pensou Dean.

Discrição era a última coisa que lhe vinha à mente quando pensava em Maya! E ela não era somente uma funcionária; era sua noiva, meu Deus.

— Achei que seria o que você queria!

Ele respondeu.

— Também achei que você gostaria de saber que meus ad­vogados telefonaram e que o casamento foi acertado para daqui a duas semanas, na sexta-feira, às duas e meia da tarde.

Informou-lhe, satisfeito, enquanto via que Maya ficava pálida ao receber a informação de que se casaria dentro de 18 dias exatos.

Droga, por que ela sempre reagia como se casar com ele fosse quase tão ruim quanto caminhar para a forca, e não como se estivesse prestes a se unir a um homem que tinha mais dinheiro do que Maya poderia gastar em toda uma vida?

 

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Comments

M227

M227

vou dar uma olhada e consertar os erros

2023-12-15

0

M227

M227

ao mesmo tempo que atualizava essa

2023-12-15

0

Minha Opnião

Minha Opnião

Quem é este Arthur, que toda hora ela fala?

2023-12-14

0

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