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- Qual era o nome do homem?
— Droga, Maya, que diferença faz?
Retrucou Dean, nervoso.
— Ele tinha o seu retrato, não basta?
— Não.
Ela balançou a cabeça devagar, tornando a fitá-lo com os olhos dourados.
— Porque, não importa o que você pense, Dean a mulher do retrato não sou eu.
Diante do ceticismo dele, ela sorriu, sem achar graça.
— Não, Dean, não sou.
Insistiu.
— Andre Souter jamais poderia ter me retratado porque eu jamais o conheci! Mas parecia que minha mãe pode tê-lo conhecido.
Acrescentou, com tanta calma que ele tremeu ao ouvir aquilo.
A mãe dela?
Maya estava tentando dizer que a mulher no retrato era sua mãe?
Será que ela achava que Dean era burro? Claro que era Maya na pintura. Não podia ser outra pessoa.
Podia?
Dean franziu a testa.
— Você está me dizendo que é igualzinha à sua mãe quando ela tinha sua idade?
Ela deu um sorrisinho.
— Veja bem, é uma pergunta difícil de responder...
— Por quê?
Interrompeu, irritado.
— Como pode ser difícil saber se você se parece ou não com a sua mãe?
Maya olhou para Dean se sentindo impotente e entendendo a incredulidade dele, até mesmo solidária, mas ao mesmo tempo sabendo que não tinha a resposta que ele queria.
Exceto por uma...
— E se eu lhe disser que sou adotada?
Dean parou de andar pelo escritório, encarando-a com olhos incrédulos. Ela realmente estava querendo lhe dizer, querendo que ele acreditasse...?
Mas por que não?
Centenas de crianças eram adotadas todos os anos.
Ele ficou de pé em frente ao retrato, estudando-o cuidadosamente. Ele logo reparara nas semelhanças, mas agora estava procurando por diferenças.
Havia aquela marca de nascença, claro. Mas aquilo não provava nada. Era uma bela marca e talvez Andre Souter a tenha usado como uma licença poética quando a desenhou sobre os seios da modelo.
Havia um ar de sensualidade também, achava Dean.
Mas só Deus sabia como Maya era sens*al e se*y. Ele conhecera aquele mesmo olhar na noite que passaram juntos fazendo amor. Não, aquilo não provava nada.
Nem o contorno definido do corpo, aqueles seios proeminentes e o pescoço delicadamente arqueado.
O anel!
Havia um anel de esmeralda e diamante no terceiro dedo da mão esquerda da mulher.
Dean achou que Maya não tivera uma relação com Andre Souter, mas com o finado proprietário da pintura.
Por que mais alguém manteria uma obra de arte tão valiosa? Especialmente se a tivesse mantido para irritar a futura esposa e o amante. Maya não usava um anel como aquele.
Mas se o noivo de Maya tivesse descoberto que ela estava tendo um caso com Andre Souter, e como poderia não descobrir com a pintura comprova?,
Então ele teria todo o direito de romper o compromisso. Sem contar o fato de ela estar vestindo uma roupa tão provocativa. Parecia que havia acabado de sair dos braços do amante.
E Dean, melhor do que ninguém, sabia como era a aparência dela naquele momento.
Não, não havia nada na pintura que indicasse que Maya estava dizendo a verdade.
Mas por que ela mentiria? Porque fora descoberta? Ou porque, depois de deixar escapar dois homens ricos, ainda esperava que um deles se tornasse seu namorado?
Dean fez uma careta ao virar-se para Maya.
— É uma idéia interessante, mas não muito convincente, não é?
Ela se endireitou defensivamente.
— Por quê?
Droga, por que ela não esclarecia de uma vez as coisas? Por que não admitia ser a mulher do quadro e lhe dizia como entrar em contato com Andre Souter?
Dean balançou a cabeça.
— Porque é conveniente demais, não acha?]
— Conveniente para quem?
Perguntou Maya, trêmula. Certamente não para ela.
Os pais lhe disseram há muito tempo que ela era adotada, claro.
E foram maravilhosos, por isso Maya jamais quis magoá-los e jamais tentou encontrar os verdadeiros pais.
E haveria motivo? Obviamente eles não a quiseram quando Maya nasceu, então por que eles a quereriam agora que era adulta?
— Veja, Maya, eu não me importo que você tenha posado nua para este cara. Eu só quero entrar em contato com Andre Souter.
Disse Dean, com uma brutal honestidade.
— Bem, então se vire!
Respondeu.
— E por favor me avise, porque depois disso tudo eu também gostaria de conversar com ele.
— Está certo. Conversar não é algo que você faça quando está na cama, não é?
— Insultos não nos levarão a lugar algum, Dean!
Disse Maya, trêmula.
Aparentemente o chocolate não serviu muito para aliviá-la do choque. Na verdade, agora ela se sentia nauseada.
Se bem que não é todo dia que alguém lhe mostra uma pintura que possivelmente seja o retrato da mãe que você jamais conheceu. Um retrato, aliás, que era exatamente aquilo que Dean dissera sobre ele.
Quem quer que fosse a mulher, Andrew Southern estava apaixonado por ela ao pintar aquele quadro.
Estava claro em cada pincelada, em cada detalhe da beleza sensual da modelo.
Isso queria dizer que o pintor era o pai de Maya?
Ou será que o pai dela era o proprietário que mantivera o quadro escondido do público por todos estes anos?
Havia algumas questões que Maya queria respondidas. Mas, por enquanto, tinha de lidar com a desconfiança de Dean.
— Você pode pensar o que quiser sobre o retrato, Dean. Sua opinião realmente não me interessa. Eu sei que a mulher não sou eu, e isso é o que importa.
— Você realmente espera que eu acredite que, se o retrato for mesmo da sua mãe, ela estava com... O quê? Vinte e seis, vinte e sete anos?
Ela deu de ombros para o ceticismo dele.
— Isso se encaixaria perfeitamente no período que Andre Souter se dedicou a retratos. E, só para constar, Dean, eu não espero que você acredite em nada. Já disse, não me importa.
Maya estava pensando é que deveria encontrar o pintor por si só e perguntar a ela sobre a mulher no quadro. Mas se um homem como Dean Maxwell com todo o prestígio das galerias Maxwell, não era capaz de passar pelo agente do recluso artista, como Maya conseguiria?
Ela daria um jeito.
Não podia apenas sair daquele escritório fingindo que jamais vira a pintura. O retrato da mulher que com certeza era sua mãe...
Ela teria de conversar com os pais também, claro. Também não podia simplesmente sair à procura dos pais biológicos sem avisá-los primeiro.
Maya lhes devia uma justificativa e eles a entenderiam, com certeza.
Os pais a criaram com a noção de que Maya era importante para eles e de que era amada, mas, ao mesmo tempo a ensinaram a ser independente mental e espiritualmente.
Eles não deixariam de apoiá-la na busca pela mulher do retrato.
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Atualizado até capítulo 24
Comments
Priscila Santana
cadê cadê atualização do livro?
2023-04-01
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