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O chá, onipresente em todas as ocasiões do gênero, foi servido, embora Henry pedisse desculpas o tempo todo por não terem champanhe para celebrar o feliz casal.
Dean viu que Maya se encolheu diante daquela descrição. Ele estava certo de que se comportaria como se fossem mesmo um casal feliz.
Mas parecia que Maya diria a verdade a qualquer momento, sem se importar com as conseqüências...
— Chá é ótimo, senhor.
Tranquilizou Dean, pegando a xícara.
— De qualquer modo, Maya não pode beber champanhe nesta condição.
Ele afirmou.
— Não antes do bebê nascer, daqui a sete meses, mais ou menos.
Maya olhou incrédula para Dean ao perceber como os pais reagiram àquela notícia inesperada. Mas tudo o que viu nos olhos de Dean foi um brilho de desafio. Ela não tinha como escapar.
Aquele olhar fixo era claro. Maya pertencia a ele. O bebê pertencia a ele.
Estava hesitante. Olhando para os pais, ela se perguntava se eles a entenderiam e a ajudariam caso não lhes falasse nada sobre a gravidez.
Mas do modo como Dean a anunciou, não havia como mantê-la em segredo.
— Mamãe, papai.
Dean se virou ansiosamente para os pais.
— Eu não quis lhe contar assim tão bruscamente.
Ela deu um olhar de censura para Dean antes de atravessar a sala para tomar as mãos da mãe.
— Mas Dean e eu estamos mesmo esperando um bebê, para o começo do ano que vem.
— O que significa que o casamento vai acontecer logo.
Acrescentou Dean, embora não tivesse mencionado todos os detalhes para Maya.
— Meus advogados já estão preparando os documentos.
Os advogados...!
Por que os advogados de Dean estavam tratando dos preparativos? A não ser que ele quisesse que ela assinasse um acordo pré-nupcial, ou algo parecido...
Bem, Maya não assinaria nada disso. Nem agora. Nem nunca. Mas esse não era o momento de brigar.
Ela estava preocupada demais acalmando os pais, ainda em choque, para se ocupar com Dean e seus planos maquiavélicos.
— Talvez um pouco de xerez seja bom.
Disse o pai, indo até o bar para servir três taças.
— Queremos que você e o papai estejam em Londres para o casamento, claro.
Disse Maya à mãe, carinhosamente.
— Na verdade, vocês provavelmente serão os únicos convidados!
Ela não fazia a menor idéia de que preparativos ele estava combinando com os advogados, mas duvidava de que Dean estivesse planejando alguma festa.
— De jeito nenhum, Maya!
Intrometeu-se Dean, calmo.
—A menina que divide o apartamento com você também será convidada, claro. E qualquer amigo que você queira. E eu decidi fechar a galeria no dia do casamento, assim todos os funcionários poderão estar presentes também. E meus pais estarão lá, claro. Assim como minha irmã caçula e a família dela.
Maya não podia acreditar. Ela pensava que o casamento seria algo quase secreto e agora Dean lhe dizia que estava convidando metade de Londres e todos os familiares.
— Eu estava querendo fazer uma surpresa, querida.
Murmurou Dean, aproximando-se de Maya para beijá-la de leve nos lábios e a envolvendo com um braço.
Para impressionar os pais dela, claro.
— Vamos dar um jantar num dos melhores hotéis de Londres.
Ele disse, mantendo-a bem presa ao lado.
—Acho que será melhor reservar-lhes algumas noites extras. Tenho certeza de que Maya vai querer que sua mãe a ajude a se aprontar.
Maya se perguntava de onde estava vindo aquele cuidado todo.
Dean já se casara uma vez, e por isso estava mais acostumado aos preparativos, mas mesmo assim...!
— Só estamos preocupados com uma coisa.
Ele disse, virando-se para Henry e Maria.
— Claro que Lua me contou que foi adotada. Tenho certeza de que ela era um bebê irresistível.
Acrescentou, ao ver que o pai dela franzia a testa.
— Estávamos apenas pensando se vocês têm alguma informação sobre os pais biológicos dela.
Dean olhava para os dois, curioso.
— Porque, já que Maya está grávida, seria útil ter um histórico médico da família.
Explicou, usando todo o charme que possuía.
Maya não tinha certeza de que os pais cairiam naquela. Henry ainda estava de cara fechada e Maria estava um bocado ansiosa.
Maya não tinha certeza de que os pais cairiam naquela.
Henry ainda estava de cara fechada e Maria estava um bocado ansiosa.
— O que você quer saber?
Perguntou o pai de Maya.
Dean deu de ombros.
— Como disse, apenas o histórico médico, coisas desse tipo.
Havia certa tensão no ar, e Dean se perguntava se Maya também estava percebendo. Naquela circunstância, era uma pergunta perfeitamente
— Talvez vocês saibam o nome da mãe biológica de Maya!
Sugeriu.
— Ou do pai.
— Não.
Respondeu Henry.
— Acho que nunca nos informaram isso.
Seria só imaginação, perguntou-se Dean ou o velho estava sendo um pouco ambíguo?
— Eu lhe disse que Mamãe e Papai não saberiam, Dean!
Intrometeu-se Maya, dando um sorriso tranqüilizador para os pais.
— O Dean é um bocado exagerado quando o assunto é o bebê. Eu disse a ele que era perfeitamente saudável e que o bebê também será.
Claro que ela não lhe dissera nada daquilo. E, mesmo que tivesse dito, Dean iria querer uma segunda opinião.
A opinião de um médico. Sem querer causar mais tensão, Dean ainda não contara a Maya que marcara uma consulta para ela na segunda-feira à tarde...
Neste exato momento, porém, Dean não estava nada satisfeito com a resposta dos pais de Maya.
— Às vezes, no processo de adoção, fala-se do histórico médico, não é mesmo?
Insistiu.
— Às vezes.
Respondeu Henry, lacônico.
— Mas não nesse caso?
— Não.
Agora o velho o estava desafiando.
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Atualizado até capítulo 24
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