Capítulo 13 - Clima Tenso -> Parte 1

O chá, onipresente em todas as ocasiões do gênero, foi servido, embora Henry pedisse desculpas o tempo todo por não terem champanhe para celebrar o feliz casal.

Dean viu que Maya se encolheu diante daquela descri­ção. Ele estava certo de que se comportaria como se fos­sem mesmo um casal feliz.

Mas parecia que Maya diria a verdade a qualquer momento, sem se importar com as conseqüências...

— Chá é ótimo, senhor.

Tranquilizou Dean, pegan­do a xícara.

— De qualquer modo, Maya não pode beber champanhe nesta condição.

Ele afirmou.

— Não antes do bebê nascer, daqui a sete meses, mais ou menos.

Maya olhou incrédula para Dean ao perceber como os pais reagiram àquela notícia inesperada. Mas tudo o que viu nos olhos de Dean foi um brilho de desafio. Ela não tinha como escapar.

Aquele olhar fixo era cla­ro. Maya pertencia a ele. O bebê pertencia a ele.

Estava hesitante. Olhando para os pais, ela se pergun­tava se eles a entenderiam e a ajudariam caso não lhes falasse nada sobre a gravidez.

Mas do modo como Dean a anunciou, não havia como mantê-la em segredo.

— Mamãe, papai.

Dean se virou ansiosamente para os pais.

— Eu não quis lhe contar assim tão bruscamente.

Ela deu um olhar de censura para Dean antes de atra­vessar a sala para tomar as mãos da mãe.

— Mas Dean e eu estamos mesmo esperando um bebê, para o começo do ano que vem.

— O que significa que o casamento vai acontecer logo.

Acrescentou Dean, embora não tivesse mencionado to­dos os detalhes para Maya.

— Meus advogados já estão preparando os documentos.

Os advogados...!

Por que os advogados de Dean estavam tratando dos preparativos? A não ser que ele quisesse que ela assinasse um acordo pré-nupcial, ou algo parecido...

Bem, Maya não assinaria nada disso. Nem agora. Nem nunca. Mas esse não era o momento de brigar.

Ela estava preo­cupada demais acalmando os pais, ainda em choque, para se ocupar com Dean e seus planos maquiavélicos.

— Talvez um pouco de xerez seja bom.

Disse o pai, indo até o bar para servir três taças.

— Queremos que você e o papai estejam em Londres para o casamento, claro.

Disse Maya à mãe, carinho­samente.

— Na verdade, vocês provavelmente serão os únicos convidados!

Ela não fazia a menor idéia de que preparativos ele estava combinando com os advogados, mas duvidava de que Dean estivesse planejando alguma festa.

— De jeito nenhum, Maya!

Intrometeu-se Dean, cal­mo.

—A menina que divide o apartamento com você tam­bém será convidada, claro. E qualquer amigo que você queira. E eu decidi fechar a galeria no dia do casamento, assim todos os funcionários poderão estar presentes tam­bém. E meus pais estarão lá, claro. Assim como minha irmã caçula e a família dela.

Maya não podia acreditar. Ela pensava que o casa­mento seria algo quase secreto e agora Dean lhe dizia que estava convidando metade de Londres e todos os familiares.

— Eu estava querendo fazer uma surpresa, querida.

Murmurou Dean, aproximando-se de Maya para beijá-la de leve nos lábios e a envolvendo com um braço.

Para impressionar os pais dela, claro.

— Vamos dar um jantar num dos melhores hotéis de Londres.

Ele disse, mantendo-a bem presa ao lado.

—Acho que será melhor reservar-lhes algumas noites ex­tras. Tenho certeza de que Maya vai querer que sua mãe a ajude a se aprontar.

Maya se perguntava de onde estava vindo aquele cui­dado todo.

Dean já se casara uma vez, e por isso estava mais acos­tumado aos preparativos, mas mesmo assim...!

— Só estamos preocupados com uma coisa.

Ele disse, virando-se para Henry e Maria.

— Claro que Lua me contou que foi adotada. Tenho certeza de que ela era um bebê irresistível.

Acrescentou, ao ver que o pai dela franzia a testa.

— Estávamos apenas pensando se vocês têm alguma informação sobre os pais biológicos dela.

Dean olhava para os dois, curioso.

— Porque, já que Maya está grávida, seria útil ter um histórico mé­dico da família.

Explicou, usando todo o charme que possuía.

Maya não tinha certeza de que os pais cairiam naquela. Henry ainda estava de cara fechada e Maria estava um bo­cado ansiosa.

Maya não tinha certeza de que os pais cairiam naquela.

Henry ainda estava de cara fechada e Maria estava um bo­cado ansiosa.

— O que você quer saber?

Perguntou o pai de Maya.

Dean deu de ombros.

— Como disse, apenas o histórico médico, coisas desse tipo.

Havia certa tensão no ar, e Dean se perguntava se Maya também estava percebendo. Naquela circunstância, era uma pergunta perfeitamente

— Talvez vocês saibam o nome da mãe biológica de Maya!

Sugeriu.

— Ou do pai.

— Não.

Respondeu Henry.

— Acho que nunca nos informaram isso.

Seria só imaginação, perguntou-se Dean ou o velho es­tava sendo um pouco ambíguo?

— Eu lhe disse que Mamãe e Papai não saberiam, Dean!

Intrometeu-se Maya, dando um sorriso tranqüilizador para os pais.

— O Dean é um bocado exagerado quando o assunto é o bebê. Eu disse a ele que era perfeitamente saudável e que o bebê também será.

Claro que ela não lhe dissera nada daquilo. E, mesmo que tivesse dito, Dean iria querer uma segunda opinião.

A opinião de um médico. Sem querer causar mais tensão, Dean ainda não contara a Maya que marcara uma consulta para ela na segunda-feira à tarde...

Neste exato momento, porém, Dean não estava nada satisfeito com a resposta dos pais de Maya.

— Às vezes, no processo de adoção, fala-se do históri­co médico, não é mesmo?

Insistiu.

— Às vezes.

Respondeu Henry, lacônico.

— Mas não nesse caso?

— Não.

Agora o velho o estava desafiando.

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