Capítulo 3 - Incertezas

O que ela está esperando?, perguntou-se Arthur, impaciente. Ele oferecera café, Maya recusara, agora seria melhor para ambos se ela apenas...

— Eu... Talvez seja melhor eu ir embora.

Disse, constrangida, parecendo sentir a

ansiedade dele.

Era quase urna pergunta. Como se ela esperasse que Dean lhe pedisse que ficasse.

Por que ele faria isso? Eles jantaram. Fizeram amor. Gostaram. E agora estava acabado. O que mais queria dele? Porque Dean não tinha nada para oferecer!

— Minha amiga provavelmente está se perguntando onde eu me meti.

Acrescentou ela, franzindo a testa.

Na noite anterior ele sequer se incomodou em saber se a pessoa que dividia o apartamento com Maya era homem ou mulher.

Ele estava ocupado demais abafando, atenuando a dor interior para se preocupar.

Mas de repente ficou curioso e se perguntou se Maya Jones era noiva ou se ao menos tinha um namorado fixo. Ela não parecia o tipo de mulher que se permitia casos fora de um relacionamento.

Se bem que também não parecia ser o tipo de mulher que iria para a cama com ele, e veja só como Dean se enganara!

Isso era extremamente desconfortável, pensou Maya, que continuava parada em pé à porta, sem ter a menor idéia de como deveria se comportar na manhã-do-dia-seguinte.

Provavelmente porque fazia muito tempo desde que houvera uma manhã-do-dia-seguinte para ela!

Não que Maya fosse completamente ingênua, ela vivera um relacionamento há alguns anos, quando estava na universidade.

Mas jamais passara a noite no apartamento de um homem, e já que este homem era Dean Maxwell, seu patrão nos últimos seis meses, o desconforto era dobrado.

Ele parecia meramente aliviado diante da hipótese de Maya sair.

— Tem certeza de que não quer café?

Perguntou distraído ao se servir de uma xícara de café, sem açúcar.

A oferta foi repetida mais por educação do que por qualquer outro motivo, percebeu Maya com o coração apertado, quando Dean se sentou no balcão para beber o líquido fumegante sem nem ao menos olhar para ela.

Ela ficara tão fascinada pela atenção daquele homem lindo e sedutor na noite passada que não conseguiu acreditar na própria sorte quando Dean pareceu corresponder ao interesse.

Mas parecia que ela teria muito tempo para se arrepender.

A saída de Maya para não tornar a situação ainda mais constrangedora do que já estava...

— Estou indo, então.

Anunciou.

— Eu... Obrigada pelo jantar.

Acrescentou de um jeito estranho.

E por tudo o mais, ela poderia ter dito, mas não disse. Depois das intimidades que eles compartilharam na noite anterior, isso seria realmente vergonhoso.

Algo que pretendia jamais repetir, se a condição fosse se sentir assim na manhã seguinte.

Maya parecia um pouco intrigada com a grosseria, percebeu Dean com certa irritação culpada depois de olhar para ela.

Aqueles incríveis olhos dourados estavam alertas e arregalados, e ela ficara ligeiramente pálida diante da falta de entusiasmo dele.

O que ela esperava, caramba?! Que ele faria declarações de amor eterno? Que ele diria que não poderia viver sem ela e a convidaria para acompanhá-lo a Nova York?

Droga, isso é a vida real, não um conto de fadas. E eles são adultos, não crianças românticas!

E se divertiram, mas isso era tudo.

— Vou voltar para Nova York ainda hoje.

Disse-lhe Dean, distraidamente.

— Mas eu ligarei para você.

Acrescentou, sabendo que não pretendia fazê-lo.

Dean jamais deveria ter se envolvido com uma funcionária, por isso certamente não pretendia se encontrar com Maya Jones fora do expediente nunca mais.

Até porque ele sabia que, caso se encontrasse com Maya fora da galeria, eles acabariam na cama, mais uma vez.

Mesmo agora, olhando para o biqu*nho macio daquela boca, para aqueles cabelos loiros e para as sinuosas curvas do corpo sob a blusa, Dean sentiu uma rajada de desejo, uma ânsia sobre a qual estava totalmente determinado a não fazer nada.

Maya, por sua vez, percebeu com pesar que estava mesmo sendo dispensada.

Ela não era tão ingênua a ponto de não saber que, quando um homem diz que vai ligar depois de uma noite daquelas, sem nem ao menos perguntar o número de telefone, significava que ele não tinha a menor intenção de entrar em contato com ela!

Claro que Dean era um pouco diferente e podia, se quisesse, obter o telefone de Maya com o Departamento Pessoal da galeria.

Mas ela não achava que ele fosse fazer tal coisa.

A emoção de jantar com ele na noite passada e das horas que passaram juntos fazendo amor para depois ser dispensada logo de manhã foi a experiência mais humilhante de toda a vida de Maya.

Ela estava demorando demais para sair dali!

Dean percebeu que parecia que ela iria sair correndo do apartamento sem nem ao menos se despedir.

Bem, mas não era isso o que ele queria?

Ele franziu a testa, reconhecendo que não gostaria de ser a pessoa que estava sendo dispensada depois de um caso à toa.

Era sempre ele quem dizia adeus, não o contrário.

Dean levantou-se, sorrindo, e atravessou a cozinha para colocar o braço ao redor da cintura dela e puxá-la para junto de si.

— Adeus, Maya.

Murmurou, evidentemente excitado.

Ela olhou para Dean, com os olhos dourados cheios de incertezas.

Droga, ela tinha belos olhos, pensou Dean, com um ge*ido contido.

Era toda linda, se a memória não o estava traindo. E ele sabia que não estava.

Quem sabe eles podiam se encontrar de novo...

Não! Não seja um idiota, Dean, ele reagiu, de súbito. É melhor deixar as coisas como estão.

Deixe assim e reze para que, com o tempo, ambos esqueçam o que aconteceu.

Dean com certeza tinha a intenção de fazer exatamente isso!

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Comments

morena

morena

só acho qui a autora tem que falar menos e deixa os personagens falar mas pois a história parece boa

2023-04-28

4

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