Capítulo 8 - Vamos Nos Casar

— Bem, eu estou grávida, se é isso que você está que­rendo dizer...

— Não, não é isso.

Ele virou-se, as mãos na cintura, exalando raiva por todo o corpo.

— Aquele dia, há seis semanas, era o aniversário de morte de Luke.

Ele disse.

— Faz três anos que um louco entrou no carro depois de beber vinho demais em um almoço de negócios e atro­pelou pessoas que faziam compras em Nova York. Sarah e Luke estavam entre estas pessoas. Ela foi gravemente ferida e Luke... Luke morreu antes mesmo de os médicos chegarem!

Ela podia sentir o sofrimento e o horror daquele dia na voz de Dean Não só por ter perdido um filho, mas por tê-lo perdido daquele jeito...

— Por favor, acredite quando digo que sinto muito por isso tudo. Deve ter sido horrível para você. E para Sarah.

Acrescentou.

Maya só sabia da existência do próprio filho há alguns minutos, e não tinha nem idéia se seria menino ou meni­na, mas já sabia que ficaria arrasada se algo acontecesse a ele.

— Mas eu não posso me casar com você, Dean.

Dis­se.

— As pessoas não se casam apenas porque a mulher está grávida...

— Eu realmente quero me casar com você, Maya. Esta criança terá um pai e uma mãe. E não me diga que não precisamos nos casar para isso acontecer.

Adver­tiu-a.

— Eu não quero ser um pai de fim de semana para o meu filho! Quero que esta criança tenha pais que morem juntos, pessoas que ele

possa chamar de papai e mamãe.

— E quanto ao que eu quero?

Reclamou Maya.

— Você foi criada por duas pessoas que a amaram, não? Pais que lhe deram o apoio e a segurança que sua mãe biológica, quem quer que seja ela, certamente pensou que não era capaz de lhe dar.

— Sim...

Maya o olhava, insegura, sem saber aonde ele queria chegar.

— O que quero dizer é que você não viveu sozinha com sua mãe, sendo colocada numa creche, de modo que sua mãe pudesse trabalhar para sustentá-la. Ou ainda com um pai que talvez a visitasse de vez em quando, partindo seu coração quando ia embora...

— Não seria a mesma coisa!

— Não se eu concordar em manter você e a criança vivendo a vida que você deseja. Mas eu não farei isso, Maya. O único jeito de você ter a vida que deseja é se casando comigo. E eu pretendo estar presente na vida des­ta criança todos os dias. Pela manhã, para amar e cuidar dela, e à noite, para ler uma história antes de ela dormir, para cuidar dela quando estiver doente.

— E quanto à mãe?

Perguntou.

— Já que você vai se casar comigo para conseguir o que quer, o que fará comigo?

— Já lhe mostrei o que podemos ter juntos!

Ele res­pondeu, cheio de malícia.

— Já lhe ocorreu, Dean , que talvez eu não queira este bebê?

Dean fechou os punhos e a expressão de encheu de raiva.

— Espero que você não esteja falando sobre o que eu acho que está.

Maya suspirou, porque sabia que um aborto não era uma opção para ela. E, pelo que se via, nem para Dean.

— Não, eu não poderia fazer uma coisa dessas.

— Espero que não.

— Já disse que não. Droga, Dean não estou conseguin­do pensar direito.

Ela suspirou.

— Não sei nem ao me­nos quem eu sou!

— Isso descobriremos juntos.

Ele disse, tranqüilo.

— Na verdade, eu insisto.

Acrescentou, sério.

— Como assim?

— Não é óbvio, Maya? Você está esperando um bebê, mas não sabe nada sobre seus pais biológicos, nem o his­tórico médico deles. Para o bem da criança, você precisa saber dessas coisas, não?

Para o bem da criança...

Claro. Até parece que Dean se ofereceria para ajudar por outro motivo. Até porque ele achava que ela, Maya, era a mulher naquele retrato. E que ela engravidou de propósito!

— A primeira coisa que devemos fazer a respeito é conversamos com seus pais adotivos e descobrir se eles sabem qualquer coisa sobre seus pais biológicos.

— Claro que não sabem. Eles teriam me contado.

— Mesmo?

— Claro. Por que não me contariam?

Dean deu de ombros.

— Não sei, mas acho que devemos perguntar.

— Também acho. Vou visitá-los neste fim de semana.

— Nós vamos.

Dean a corrigiu.

— A partir de agora faremos tudo juntos, Maya.

Nós. Maya e Dean. Maya Jones e Dean Maxwell. Ela não podia se casar com aquele homem só porque ele dizia que era o certo. De jeito nenhum!

— Amanhã vou tomar as providências necessárias para nos casarmos o mais rápido possível. Hoje é quin­ta-feira, então eu acho que você deve tirar o resto da semana de folga. Sábado visitaremos seus pais e no do­mingo você se mudará para o meu apartamento, nosso apartamento.

— Não me mudarei para o seu apartamento nem no domingo nem nunca! E nem vou me casar com você!

— Claro que vai.

Ele respondeu.

— Não...

— O que eu quero não importa?

— Mas você está conseguindo o quer. Mais do que isso, até. Você não planejou que eu fosse seu marido, não é?

Ele perguntou, com um risinho.

Se Dean a amasse e quisesse se casar com ela por isso, Maya não hesitaria em dizer sim ao pedido. Mas ele deixara claro o que pensava; para Dean, ela era uma oportunista.

Se Dean a amasse e quisesse se casar com ela por isso, Maya não hesitaria em dizer sim ao pedido.

Mas ele deixara claro o que pensava; para Dean, ela era uma oportunista.

— Você não pode me obrigar...

— Acalme-se. Toda essa raiva não é boa para o bebê.

O bebê. Dean só pensava nisso.

— Vou me casar com você, Maya. Insisto. Você real­mente acha que tem o direito de negar a essa criança as coisas que eu posso dar a ela? Ou quer transformar isso em uma batalha? Uma batalha que eu pretendo vencer.

— Como assim?

Ela perguntou, sentindo um frio na barriga.

— Eu lutaria pela custódia da criança.

Informou Dean.

— Na verdade, se você continuar a discutir esse assunto comigo, vou direto para o escritório dos meus ad­vogados dar início ao processo.

Maya o olhava como se ele fosse um monstro. E talvez fosse mesmo. Mas Dean não recuaria. Havia muita coisa em jogo.

Ele não podia deixar que esta segunda chance de ser pai lhe escapasse.

Ela engoliu em seco.

— Você faria mesmo isso?

— Se for obrigado, sim.

— Mesmo que eu o odeie por isso?

— Mesmo assim.

Agora Maya o olhava como se não o conhecesse, ou como se desejasse jamais tê-lo conhecido!

— Acho que eu gostaria de ficar sozinha um pouco, se você não se importar.

Mas Dean se importava.

— Nós vamos nos casar, Maya. E você vai se mudar para o meu apartamento. E nós vamos visitar seus pais no sábado. E não pense que não a encontrarei se você fugir.

— Você está mesmo falando sério?

Perguntou ela, com os olhos cheios de lágrimas.

— Com certeza.

— Vou ligar para meus pais e avisá-los.

— E você vai se mudar para meu apartamento no do­mingo?

Ela suspirou.

— Uma coisa de cada vez.

Eles não tinham tempo para "uma coisa de cada vez". Mas ao ver como Maya estava pálida, Dean percebeu que estava no limite.

— Tudo bem. Eu lhe telefonarei amanhã para informá-la dos preparativos para o casamento. Talvez possamos jantar juntos?

Ela riu para ele, cansada.

— Acho que é um pouco tarde para começarmos um namoro.

— Precisamos começar a nos conhecer melhor.

In­sistiu.

— Até onde sei, temos exatamente sete meses e meio para isso.

Ela se via presa.

Maya não tinha dúvidas de que Dean falava sério quando disse que ela não conseguiria fugir. E também falava sério sobre se casar.

Assim como falava sério quando ameaçou lutar pela custódia do bebê se Maya não concordasse em se casar.

Estava muito claro por que Dean estava sendo tão enfá­tico em relação àquilo.

Ele não pretendia deixar passar a segunda chance de ser pai.

Pelo menos amanhã, à esta hora, Maya se encontraria com Gillespie, o agente de Andre Souter, e começaria a resolver a situação.

Assim que tivesse as respostas de que precisava, ficaria feliz em mostrar a Dean que ele estava errado sobre ela. Pelo menos em relação ao quadro...

Quanto à gravidez, não havia nada que pudesse fazer. O que significava que ela teria de se casar ou lutar con­tra Dean

Com todos os milhões da família Maxwell, era uma batalha perdida.

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Comments

Minha Opnião

Minha Opnião

Só sendo trouxa, pq um juiz só tira de uma mãe se ela não tratar bem o filho se fácil fosse muitos jogadores não pagariam pensão só tirariam o filho da mãe

2023-12-14

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