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Ela se virou para descobrir que Dean estava segurando a mesma caixinha de joalheria da noite passada. E ficou séria ao olhar para aquilo.
— Já disse que não quero isso.
Ela afirmou. Nem mesmo para convencer a família sobre o relacionamento. Não podia usar aquele anel ofensivo.
— Quer pegar a caixa, Maya? Para eu usar as duas mãos para dirigir.
Relutante, ela pegou a caixinha.
— Não fique só olhando. Abra!
Ordenou Dean.
Ela o fitou de soslaio antes de abri-la. Dentro havia uma aliança com uma pedra amarela cercada por seis diamantes menores...
— Uma safira amarela.
Disse-lhe Dean.
— A cor dos seus olhos.
Ela estava prestes a chorar. Descobrira que, agora que estava grávida, chorava com facilidade. Na verdade, estava muito emotiva.
O anel era lindo e delicado. Era o anel que teria escolhido para si mesma, se pudesse.
E Dean escolhera uma safira amarela porque combinava com os olhos dela.
— É lindo.
Ela disse, ofegante.
— Então use-o.
Sugeriu Dean.
Maya tirou o anel da caixa e o pôs no dedo. Ficou perfeito. Ela levantou o olhar para ele, tímida.
— Você conseguiu o dinheiro daquele outro anel de volta?
— Nem tentei. Vou guardá-lo para o nosso aniversário de dez anos de casamento. Ou para o nascimento do nosso quarto de bebê, o que acontecer primeiro!
Quarto do bebê...? Dean falava do casamento como se fosse algo eterno, e não um arranjo.
— É um belo anel. Obrigada.
— Você vai mesmo aceitá-lo?
— Claro!
Respondeu Maya, com a voz rouca.
— Ei, você não está chorando, está?
Perguntou ele um pouco depois, ao perceber que ela estava tentando conter as lágrimas.
Maya estava chorando. As lágrimas rolavam por sobre o rosto. Parecia impossível controlá-las.
Dean ia pensar que ela era uma idiota emotiva, chorando só por causa de um anel. Mas não era só um anel. Era tudo. A gravidez.
A insistência para que se casassem. A incerteza quanto ao futuro.
Dean deu uma olhada para Maya mais uma vez antes de parar o carro no acostamento da estradinha, colocar o veículo em ponto-morto e se virar completamente no banco na direção dela.
— Acho que podemos ter só três filhos se a idéia de quatro crianças for tão assustadora!
Brincou, abraçando-a.
A brincadeira a fez chorar ainda mais alto. Será que Dean alguma vez diria algo que não faria Maya ficar com raiva ou chorar? Deste modo ela parecia tão vulnerável.
E tudo o que ele podia pensar era em protegê-la. Ele não se lembrava de Sarah ser tão emotiva assim, nem quando estava esperando Luke...
— Com esses olhos vermelhos de tanto chorar você não vai conseguir convencer seus pais de nada, exceto de que eu bati em você.
Ee disse.
Maya riu à vontade. Agora não estava mais vermelha e inchada por causa das lágrimas.
Deanquis mergulhar naqueles olhos dourados. Mas isso não lhe faria bem algum. Ele a soltou e se voltou para trás do volante, antes de religar o carro, o rosto sério e fechado. Faltavam pouco mais de 15km para o fim da viagem.
Concentre-se, Dean! disse para si.
Maya não estava se casando porque o amava. Não era amor. Ela estava grávida do filho deles e como recompensa esperava que Dean lhe desse algumas coisas. Era isso.
Quinze minutos depois, ao conhecer os pais de Maya, ele entendeu perfeitamente por que ela estava tão preocupada com a reação deles.
Henry Jones era um homem alto e magro, um professor aposentado de Cambridge, e a esposa, Maria, era aquele tipo de mulher rechonchuda e caseira para a qual o marido e a filha eram tudo, aquele tipo de mulher que se ocupava em fazer do lar o lugar mais afetuoso e convidativo
possível.
Não havia como o casal entender o relacionamento que Maya e Dean tinham!
— Ah, minha querida Maya você está linda!
Disse a mãe, com lágrimas nos olhos, assim que ela lhe mostrou o anel de noivado.
O pai lhe deu um abraço apertado.
— Você podia ter trazido o Dean antes para que o conhecêssemos!
Repreendeu-a, mas com afeto, em vez de raiva.
— O dono da galeria Maxwell.
Acrescentou, maravilhado.
— Culpa minha, senhor
Garantiu Dean ao cumprimentá-lo.
— Tudo aconteceu tão rápido. Maya me conquistou assim que eu a conheci!
Literalmente, pelo que ele podia se lembrar!
Henry assentiu, como se soubesse bem o que podia acontecer a um homem que se envolvia com a filha.
Eles eram um pouco mais velhos do que Dean imaginava: ele diria que tinham aproximadamente 60 anos.
O que significava que Henry e Maria estavam com mais de 30 anos quando adotaram
Dean se perguntava por que esperaram tanto tempo para decidir o que fariam.
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Atualizado até capítulo 24
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