Capítulo 12 - A Visita -> Parte 2

Ela se virou para descobrir que Dean estava segurando a mesma caixinha de joalheria da noite passada. E ficou séria ao olhar para aquilo.

— Já disse que não quero isso.

Ela afirmou. Nem mesmo para convencer a família sobre o relacionamento. Não podia usar aquele anel ofensivo.

— Quer pegar a caixa, Maya? Para eu usar as duas mãos para dirigir.

Relutante, ela pegou a caixinha.

— Não fique só olhando. Abra!

Ordenou Dean.

Ela o fitou de soslaio antes de abri-la. Dentro havia uma aliança com uma pedra amarela cercada por seis dia­mantes menores...

— Uma safira amarela.

Disse-lhe Dean.

— A cor dos seus olhos.

Ela estava prestes a chorar. Descobrira que, agora que estava grávida, chorava com facilidade. Na verdade, esta­va muito emotiva.

O anel era lindo e delicado. Era o anel que teria esco­lhido para si mesma, se pudesse.

E Dean escolhera uma safira amarela porque combina­va com os olhos dela.

— É lindo.

Ela disse, ofegante.

— Então use-o.

Sugeriu Dean.

Maya tirou o anel da caixa e o pôs no dedo. Ficou per­feito. Ela levantou o olhar para ele, tímida.

— Você conseguiu o dinheiro daquele outro anel de volta?

— Nem tentei. Vou guardá-lo para o nosso aniversário de dez anos de casamento. Ou para o nascimento do nosso quarto de bebê, o que acontecer primeiro!

Quarto do bebê...? Dean falava do casamento como se fosse algo eterno, e não um arranjo.

— É um belo anel. Obrigada.

— Você vai mesmo aceitá-lo?

— Claro!

Respondeu Maya, com a voz rouca.

— Ei, você não está chorando, está?

Perguntou ele um pouco depois, ao perceber que ela estava tentando conter as lágrimas.

Maya estava chorando. As lágrimas rolavam por sobre o rosto. Parecia impossível controlá-las.

Dean ia pensar que ela era uma idiota emotiva, choran­do só por causa de um anel. Mas não era só um anel. Era tudo. A gravidez.

A insistência para que se casas­sem. A incerteza quanto ao futuro.

Dean deu uma olhada para Maya mais uma vez antes de parar o carro no acostamento da estradinha, colocar o veículo em ponto-morto e se virar completamente no banco na direção dela.

— Acho que podemos ter só três filhos se a idéia de qua­tro crianças for tão assustadora!

Brincou, abraçando-a.

A brincadeira a fez chorar ainda mais alto. Será que Dean alguma vez diria algo que não faria Maya ficar com raiva ou chorar? Deste modo ela parecia tão vulnerável.

E tudo o que ele podia pensar era em pro­tegê-la. Ele não se lembrava de Sarah ser tão emotiva assim, nem quando estava esperando Luke...

— Com esses olhos vermelhos de tanto chorar você não vai conseguir convencer seus pais de nada, exceto de que eu bati em você.

Ee disse.

Maya riu à vontade. Agora não estava mais vermelha e inchada por cau­sa das lágrimas.

Deanquis mergulhar naqueles olhos dourados. Mas isso não lhe faria bem algum. Ele a soltou e se vol­tou para trás do volante, antes de religar o carro, o rosto sério e fechado. Faltavam pouco mais de 15km para o fim da viagem.

Concentre-se, Dean! disse para si.

Maya não estava se casando porque o amava. Não era amor. Ela estava grávida do filho deles e como recompen­sa esperava que Dean lhe desse algumas coisas. Era isso.

Quinze minutos depois, ao conhecer os pais de Maya, ele entendeu perfeitamente por que ela estava tão preocu­pada com a reação deles.

Henry Jones era um homem alto e magro, um pro­fessor aposentado de Cambridge, e a esposa, Maria, era aquele tipo de mulher rechonchuda e caseira para a qual o marido e a filha eram tudo, aquele tipo de mulher que se ocupava em fazer do lar o lugar mais afetuoso e convida­tivo

possível.

Não havia como o casal entender o relacionamento que Maya e Dean tinham!

— Ah, minha querida Maya você está linda!

Disse a mãe, com lágrimas nos olhos, assim que ela lhe mostrou o anel de noivado.

O pai lhe deu um abraço apertado.

— Você podia ter trazido o Dean antes para que o co­nhecêssemos!

Repreendeu-a, mas com afeto, em vez de raiva.

— O dono da galeria Maxwell.

Acrescentou, maravilhado.

— Culpa minha, senhor

Garantiu Dean ao cumpri­mentá-lo.

— Tudo aconteceu tão rápido. Maya me con­quistou assim que eu a conheci!

Literalmente, pelo que ele podia se lembrar!

Henry assentiu, como se soubesse bem o que podia acontecer a um homem que se envolvia com a filha.

Eles eram um pouco mais velhos do que Dean imagi­nava: ele diria que tinham aproximadamente 60 anos.

O que significava que Henry e Maria estavam com mais de 30 anos quando adotaram

Dean se perguntava por que esperaram tanto tempo para decidir o que fariam.

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