11 - Ameaça

            Enquanto André desabava, Catherine puxou o pulso de Iasmin pedindo:

- Vem comigo!

- Para onde? – perguntou Iasmin indignada – Acabaram de encontrar a minha irmã!

- Se for a sua irmã vamos descobrir agora\, eu sei onde fica essa rua.

- Ok – aceitou Iasmin agora que não era mais puxada pelo pulso e acompanhava os passos rápidos de Catherine\, ela queria mais do que tudo acabar com todo o mistério.

            Kaio encarou as meninas saindo pelos fundos e mandou:

- Peterson vai com elas\, nós ficamos com André.

            Peterson andou apressado, as alcançou e perguntou em voz alta:

- Estão malucas!

- Pet nos leva até lá – pediu Iasmin segurando o choro.

- Vamos – ele disse mostrando as chaves do carro.

            Ao chegarem, na maca puderam ver um pedaço do cabelo loiro e uma pulseira que era idêntica à de Clarice que Iasmin tinha dado, o resto do corpo estava coberto, um policial foi ao encontro deles

e pediu:

- Se afastem\, por favor.

- Eu sou irmã de Clarice\, soube que tem um corpo\, por acaso é dela? – ela perguntou mostrando a foto.

- Todos sabem do desaparecimento de Clarice\, mas não é ela\, ela é uma professora de quarenta anos.

- O que aconteceu com ela? – perguntou Catherine preocupada.

- Não podemos dizer\, mas logo sairá no jornal\, por favor\, voltem para casa.

            Eles se olharam, Iasmin colocou a mão na cabeça e confessou:

- Que dor de cabeça insuportável\, eu quero muito ir para casa!

- Peterson a leve para casa.

- Eu vou levar vocês duas.

- Não precisa\, ela me parece muito mal será melhor se não tiver uma parada\, o ponto de taxi é bem ali – disse Catherine já colocando o pé para fora da calçada para atravessar.

- Vai ficar bem sozinha? – perguntou Iasmin enxugando as lagrimas pelo susto.

- Claro... Eu aviso quando chegar – ela respondeu e atravessou.

- Vamos – disse Peterson guiando Iasmin.

            Ela ficou um bom tempo no ponto de taxi, um carro parou na sua frente abaixando o vidro, ela deu um passo para trás e reconheceu que era um convidado da festa, o homem de cinza e gentil ele perguntou:

- Oi... Você quer uma carona? É amiga de Clarice certo?

- Ah... Oi... Não obrigada\, está vindo um taxi – ela fez o sinal para o carro detrás – Obrigada – saiu apressada\, sentiu medo.

            Catherine entrou no taxi, colocou o sinto falando:

- R. Maria Aparecida\, 853 é o prédio Ângelo.

- Está certo.

            Catherine se ocupou colocando o cinto, ela olhou para o taxista jovem e usava terno preto, por ter sido

encarado ele puxou assunto:

- Eu sou Murilo\, te vi no evento para Clarice.

- Você me viu? Estava na cerimônia?

- Sim\, fazia residência com Clarice\, éramos amigos.

- E também é taxista? – ela perguntou sentindo seu coração disparar.

- Sou as vezes\, na verdade essa é a profissão do meu avô\, eu o ajudo as vezes – ele respondeu dirigindo com cuidado\, um pouco lento para o gosto de Catherine.

- Entendi...

- Tinha um carro parado na minha frente antes de ir te buscar\, quem era?

- Era só alguém pedindo informação – ela mentiu percebendo que ele era bem observador.

- Me diz da onde conhece Clarice\, eu nunca soube da amizade de vocês.

- Acho que não dava tempo de ela falar na residência sobre mim – ela tentou contornar a situação – Nos conhecemos crianças\, éramos amigas distantes\, mas sempre presente.

- Acho que é mais amiga de Iasmin pela sua roupa.

- Ah sim...

- Inclusive é uma bela saia – ele disse encarando suas pernas.

            Sem graça ela sorriu, Murilo parou no sinal amarelo o que não era necessário:

- Foi horrível o que fizeram no final\, não imaginava que Clarice poderia ter inimigos\, o que você acha?

- Acho que isso foi feito por um monstro...

- Acha que ela tinha segredos? Que ela fez tudo aquilo?

- Isso não faz diferença\, só precisamos a encontrar\, certo? – ela perguntou o encarando – O sinal abriu – avisou apontando para frente\, ficou constrangida pelo jeito que ele a olhava.

- Me desculpe\, seu jeito em defender Clarice me deixou admirado – ele disse olhando para frente um pouco mais ele dirigiu e estacionou em frente ao simples prédio – Vai ficar bem em seu apartamento?

- Meu esposo é policial\, eu sempre fico bem – ela mentiu soltando o cinto\, tirou o dinheiro do bolso e avisou – Fique com o troco.

- Desculpe\, me pareceu jovem demais para ser casada\, imaginei no máximo que morava com os pais.

- Nunca julgue um livro pela capa – ela disse sorrindo abriu a porta apressada.

            Saiu do taxi, percebeu que ele ficou parado enquanto ela colocava a senha no interfone para destravar a porta de acesso, rápida ela entrou, correndo pelas escadas ela ligou em seu celular para o hacker:

- Catherine? – atendeu a voz que a assustava.

- Você sabe de tudo que aconteceu?

- Está correndo? – ele perguntou notando que ela estava eufórica e ouviu o barulho das chaves caírem antes dela colocar na fechadura.

- Eu estou assustada – ela respondeu agora abrindo a porta – Você sabe de tudo que aconteceu?

- Sim e estou ouvindo o noticiário\, a mulher encontrada morta\, possui certa semelhança com Clarice como se fosse uma versão dela mais velha e aquela realmente era a pulseira dela\, foi anunciado pela perícia.

- Que bizarro... E-Eu peguei um taxi\, o taxista era uma das pessoas que estavam no evento\, ele me encheu de perguntas\, me flertou e disse algumas coisas de Clarice\, ficou na porta do prédio até eu entrar\, foi assustador... E antes dele um cara me ofereceu uma carona\, eu estou com mania de perseguição?

- Respira... – ele pediu ouvindo bater à porta com força ao fechar – Qual era o nome do taxista?

- Murilo.

- Vou descobrir do que se trata\, mas tente relaxar\, ele também pode estar assustado com a situação e você é atraente talvez ele só estava tentando ser legal ou um idiota...

- Eu sou atraente?

- Foi o que eu disse.

- Então me acha atraente?

- Não foi isso que eu disse\, mas pelas estimativas dos homens\, sei que é considerada atraente.

- Acho que não doeria nada um elogio Sr. Hacker\, eu estou em pânico\, mas estou em casa e pretendo comer um sorvete assistindo algum filme.

- Assistir filme? Você precisa trabalhar no caso de Clarice.

- Eu posso tomar sorvete\, assistir filme e cuidar dos arquivos.

- Certo\, tem algo mais que queira me falar?

- Eu só pensei em você quando estava com medo\, o que é engraçado\, eu nem te conheço... – ela respondeu se achando uma idiota.

- Eu preciso ir\, até mais – e desligou.

            Catherine passou o final de semana falando com hacker, na segunda-feira quando estava prestes a trabalhar, sua caixa de correio chamou sua atenção, ela estava lotada, ao abrir a portinha de ferro, tinha diversas cartas, ela olhou pela porta o reflexo do carteiro passando, apressada abriu a porta de entrada e perguntou:

- Dá onde veio tudo isso?

- Foi um ex-namorado seu que pediu para eu colocar na caixa\, não sei muito moça\, ele me viu e pediu para colocar na caixa e eu coloquei.

- Fez isso de graça?

- Claro que não\, ele me deu cinquenta reais.

- Eu te dou vinte se me falar como ele era – ela disse tirando a nota do casaco.

- Ele tem cabelo escuro\, estava de chapéu não vi muito\, estava óculos escuros\, branco\, alto e não tinha barba.

- Ok...

- Bom dia\, moça.

- Bom dia – ela desejou o vendo sair.

            Ela colocou as cartas na sua bolsa de lado, não conteve a curiosidade, abriu um envelope, a capa da carta era preta, dentro tinha uma foto dela abraçada ao Sandro e ao lado dela estava escrito:

            Vadia, foi muito difícil achar algo seu já que suas redes sociais são bloqueadas para público, tentei te add, mas pelo visto não aceita desconhecidos.

            Te deixo um recado, sei que não era amiga de Clarice e não sei o motivo de estar com o grupo, mas se continuar pode ter certeza que vou descobrir tudo.

            Por outro lado, esse idiota do seu lado, deixa tudo bem aberto, tem várias coisas suas no álbum dele de “sexo, drogas e rock n roll”... Agora que eu sei tudo sobre ele posso te atingir de alguma forma e vai por mim, não vai querer se colocar em meu caminho...

            Tudo depende de você se Sandro vai ou não vai ficar bem.

            Com carinho do demônio da floresta.

            Ela saiu correndo de volta para dentro do apartamento, mandou mensagem para Tom avisando que não se sentia bem e pediu desculpas, para o hacker ela tirou foto do cartão que abriu e o mandou, também enviou mensagem para Sandro:

“Oi... Você está bem?”

            Seu telefone tocou, era o hacker perguntando:

- O que foi isso?

- Como eu vou saber\, eu tenho trinta envelopes na minha bolsa\, eu não sei o que todos têm\, estou preocupada com Sandro.

- Não caia nessa ameaça\, deve ter sido o cara do taxi.

- Se for ele juro que vou espancar esse filho da puta – ela disse ligando pelo celular para Sandro\, mas deu caixa postal\, como estava no viva-voz o hacker ouviu.

- Para quem está ligando?

- Para o Sandro\, eu disse que estou preocupada.

- Calma\, veja as outras cartas.

- Deixa pra lá\, eu vou para oficina depois falo com você – e desligou.

            Pelo calor da emoção Catherine amarrou o cabelo, saiu apressada do apartamento levando apenas seu celular, andou pela calçada quase correndo, a oficina ficava há sete quadras dali, no caminho ela ainda tentava ligar para Sandro, mas ele não atendia, seus pensamentos estavam a mil, reparou que o hacker a mandava diversas mensagens, ela não conseguia andar e responder ao mesmo tempo.

            Na oficina, ela chegou dando um largo sorriso, em sua frente, Sandro tinha acabado de sair de baixo de um

carro, seu melhor amigo que estava na sua frente fez sinal para ele olhar para trás, Sandro olhou e ficou surpreso ao ser abraçado por Catherine, um abraço apertado e repentino demais para ele. Ainda atraído pela paixão antiga, ele correspondeu o abraço e a chamou:

- Vem... Vamos conversar.

            Ele a levou para dentro do escritório, fechou a porta e perguntou:

- O que é tudo isso?

- O que é tudo isso? Você sumiu! Tentei te ligar milhares de vezes – ela respondeu cruzando os braços.

- Meu celular estava aqui dentro – ele respondeu pegando o celular que estava carregando sobre a mesa\, tinha uma mensagem e dezessete ligações perdidas – Mas isso faz não uma hora... Por que está me procurando tão desesperada?

- Eu não estou desesperada... – ela respondeu procurando uma resposta lógica para ela ter o abraçado e ter ido até a oficina – Eu tive um sonho... Tipo um aviso que você estava encrencado... E vim aqui...

- Gosto mais quando em seus sonhos nós trocando amor – ele disse soltando o celular pensando que ela poderia estar voltando atrás com a decisão de terminar.

- Não seja idiota Sandro\, eu só estava preocupada com você.

- Isso significa que ainda sente algo por mim...

- Para de dizer besteiras... Aliás quero te pedir uma coisa.

- Ainda com dividas?

- Não... Quero dizer sim\, sempre com dividas\, mas é sobre um álbum seu de “sexo\, drogas e rock n roll”\, notei que lá tem muitas fotos minhas\, por favor\, você pode apagar?

- Não é porque você quis me apagar da sua vida que eu tenho que te apagar na minha! – ele respondeu irritado.

- Tem pessoas vendo aquilo e eu não quero.

- Pessoas? Ou cara? Está apaixonada Cat? Eu te conheço bem para saber que não liga para essas coisas.

- Tem um cara sim e eu o chamo de pai\, está lembrado de quem te tirou da cadeia da última vez? – ela perguntou o encarando.

 Fala sério, ainda está tentando se encaixar na vida dele? Quando vai reparar de uma vez que seus pais não te amam! Eles não aceitam quem você é de verdade! E eu sim, te aceito! – ele sabia que aquilo a machucaria, só não esperava que ela chorasse.

- É só um pedido Sandro\, não precisa fazer se não quiser – ela se afastou se encostando na parede tentando ser forte.

- Eu não queria que você chorasse\, mas todas as vezes que você entra na minha vida é como um furacão e eu não sei como te parar\, falei aquilo só para você pensar um pouco.

- Eu penso demais o tempo todo Sam...

- Diz que ainda sente algo – ele pediu se aproximando queria tanto beijá-la.

            Mas o rádio o interrompeu, era a voz da recepcionista de serviço:

- Carro novo para Manutenção de rotina\, todos os mecânicos estão ocupados.

- Dá um café pro cara que eu já vou – respondeu Sandro.

- Eu não quero atrapalhar seu trabalho\, melhor eu ir...

- Espere...

- Eu só vim pelo sonho e pelo meu pai\, me desculpa – ela disse o abraçando.

- Me diz que vamos conversar outra vez – ele pediu segurando sua mão.

- Eu não posso – ela negou puxando sua mão.

            Abriu a porta, saiu apressada, reparou que tinha muitas pessoas a olhando, na calçada ela andou devagar, quase se rastejando, estava um pouco mais calma, começou a responder o hacker que parecia estar bastante preocupado e depois ao Tom.

            Ao chegar em casa abriu os outros envelopes, em cada um tinha foto dela com vários amigos ou com seu ex, todas fotos pegas do álbum de Sandro, uma das cartas a deixou preocupada:

            Vocês pareciam um belo casal, mas deu um pé na bunda dele por qual motivo? Por que ele se drogava, bebia e te traia demais? Ou por que ele foi preso? Ou deve ser por que tem medo de ser presa? Com um cara desses deve ter muitos segredos Catherine, ou como ele te chama, Catlove, se eu descobri os segredos de Clarice, imagine quando eu descobrir os seus, vocês serão duas vadias desaparecidas!

            Com amor e muita travessura do Curupira.

             Cansada de ler tudo aquilo, guardou as cartas dentro de uma caixa de madeira que tinha um cadeado, olhou para sua casa e ficou pensando para onde deveria levar, sem muitas opções colocou dentro do baú da

sua cama.

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Comments

Maria Ines Santos Ferreira

Maria Ines Santos Ferreira

olha para minha idade eu não tô entendendo muito esse livro não mas eu acho que é o patrão dela aquele que convida ela para sair que ela aproveita sabe mas não dá bola sabe qual que é que trabalha com ela eu tô achando que é ele

2023-09-09

2

Joseane Teixeira

Joseane Teixeira

pra mim o curupira é Roberta

2021-11-28

2

Thayza Santana

Thayza Santana

Isso assusta qualquer um

2020-06-25

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