9 - Shopping

            Ela saiu, foi para o seu apartamento, por algum motivo estranho sentiu uma enorme vontade de chorar

ao pensar que Hebe e Guilherme teriam um filho, Catherine abriu seu notebook, tinha um e-mail do hacker “me avise quando eu puder te ligar”, ela foi até o seu telefone, discou 2020 e ele atendeu com a voz normal:

- Alô?

- O que você quer? – perguntou a voz familiar que parecia estar chorando.

- Catherine? – agora com sua voz modificada.

- Não\, não sua admiradora secreta.

- Você está bem? Está chorando?

- Estou – ela respondeu e começou a soluçar.

- O que aconteceu? O cara que você saiu fez algo com você?

- Ah não\, Tom é maravilhoso – ela respondeu tentando se explicar – É difícil dizer\, eu tenho 20 anos não deveria chorar por essas coisas – e continuou a chorar.

- Que coisa? Fala de uma vez!

- Minha madrasta está gravida e eu estou com raiva – chorou.

- Ah... Acho melhor deixar você com sua tristeza...

- Nem pense nisso\, eu não quero ficar sozinha!

- Certo\, eu descobri que quem falava da lenda para Clarice era Roberta\, consegui recuperar algumas conversas das mensagens antigas da Roberta.

- E o que fazemos com essa informação?

- Como eu disse que preciso que você dê um jeito de conhecer Denis\, antes disso vai ter quer se aproximar da irmãzinha e tentar saber de mais coisas.

- Está bem...

- Vamos trabalhar.

- Eu disse que não queria ficar sozinha\, podíamos trabalhar ao telefone?

- Achei que minha voz te assustava.

- Depois de ter visto a foto do urso pela mensagem\, até que não te acho mais tão assustador.

- Não tem muitos amigos\, não é?

- Não...

- Bom também não...

- Ser sua amiga vai ser como ser amiga de um robô.

- Ser seu amigo não vai acontecer\, só tratamos da investigação.

- Acho que isso está bom pra mim.

- Pra mim também...

            Os dois trabalharam até quase o nascer do sol pelo telefone, pouco avançaram e por isso foram dormir, de tarde quando Catherine estava almoçando, Iasmin mandou uma mensagem:

- Você pode ir comigo ao shopping?

- O que devo a esse convite repentino? Achei que não gostasse de mim.

- Eu não gosto de fazer comprar sozinha\, Roberta está ocupada e Louise vai me obrigar a usar algo que não quero\, você me pareceu ter um bom estilo.

- Vou com você.

- Me encontre no shopping em quanto tempo?

- 30 minutos?

- Está ótimo.

            Catherine foi de ônibus até o shopping, Iasmin a esperava na porta de entrada do shopping, parecia triste e

seu cabelo estava um pouco bagunçado.

Tímida Catherine a cumprimentou:

- Olá.

- Oi... Até que você é bem pontual.

- Obrigada.

- Bem\, vamos a minha loja preferida – Iasmin disse um pouco desconfortável indo em direção das escadas rolante.

- E qual é a ocasião? – perguntou Catherine curiosa.

- A turma da faculdade e da escola querem fazer um tipo homenagem para minha irmã\, também é uma forma de protesto para acelerar a polícia na investigação... Juntaram dinheiro e alugaram uma casa bem grande para esse dia... Será na próxima sexta à noite.

- Que legal da parte deles...

- Mais ou menos\, meus pais não vão\, minha mãe está revoltada achando que as pessoas querem um tipo de velório quando não se sabe o que aconteceu com ela... E meu pai vai ter uma viagem de trabalho... Eu não posso deixar nada da minha irmã de lado\, ela faria o mesmo...

- Sinto muito...

- Não finja sentir\, você mal a conhece.

- Mas é algo triste\, impossível não sentir.

- Ah esqueça – ela disse abrindo um grupo de mensagens – As meninas estão postando os looks para ocasião e até mesmo Louise vai estar de preto\, minha mãe estava certo em pensar que parece um velório... Eu não quero usar preto... Quero algo vivo.

- Vermelho.

- Vermelho me lembra sangue\, tipo morte.

- Não\, sangue é vida\, alegria e você que é loira vai ficar ótimo! – discordou Catherine querendo a animar – No meio de tantas pessoas de preto\, você será a chama de esperança\, sem contar que vermelho é a cor mais usada para protestos.

- Vamos ver...

            As duas entraram na loja, Iasmin parecia não gostar de nada que era vermelho, ou eram curtos ou decotados demais, outros a deixavam com cara de senhora, até que Catherine olhou um vestido escondido na arara junto a roupas laranjas, pegou o vestido e pediu:

- Prove.

- Já reparou na minha magreza? Eu vou parecer uma taboa com isso!

- O que tem de errado em ser magro?

- Que eu não sou como você ou Lari\, vocês têm corpos com curvas\, eu sou um frango depenado.

- Que imagem horrível que você tem de si mesma! Você é linda Iasmin! Agora vista logo!

- Acho que você elevou um pouco minha autoestima – disse Iasmin fazendo careta\, difícil acreditar que alguém a achasse linda\, depois de tanto tempo que ficou na sombra de Clarice.

            Ela saiu do provador de cabeça baixa e Catherine ficou de pé dizendo:

- É esse! Te deixou elegante\, não tem decote\, o cumprimento é até o joelho\, mas tem um corte atrás ele se alinhou direitinho nas suas pequenas curvas – se referiu ao seu peito e bunda pequena.

- Seja sincera.

- Das treze peças que vestiu essa é melhor\, mas se quiser podemos continuar procurando algo.

- Acha mesmo que vou causar boa impressão?

- Uma ótima impressão!

- Está bem – ela disse reparando que a vendedora estava perto – Será esse.

            Depois de ter pago, Iasmin a convidou:

- Vamos tomar um café?

- Vamos... – aceitou Catherine um pouco receosa.

            As duas sentaram fizeram seus pedidos, Catherine respeitou o silencio de Iasmin, ela parecia pensativa e só quebrou o silencio depois de beber um gole do seu cappuccino:

- Você quer ir?

- Ir para o evento da sua irmã?

- Sim e usar vermelho\, eu acho que estou com medo de estar sozinha e nunca fiz algo ousado sem minha irmã...

- Eu posso fazer isso por você.

- Quer comprar alguma coisa?

- Eu tenho o look certo para ocasião e não quero tirar o brilho da irmã\, você é a principal no evento\, tenho certeza que fará algum tipo de discurso.

- Eu deixei isso com Louise.

- Ah diga algo da sua irmã\, é importante...

- Eu vou pensar... Será legal você lá\, eu vi o jeito que lidou com André\, foi bem gentil... Ninguém se preocupou tanto com ele\, por parecer ser forte e confiante que dará um jeito de achar Clara...

- Já que nos conhecemos\, mesmo que por circunstancias estranhas\, acho que posso ser eu mesma com vocês... Ao menos como colega.

- Está fazendo mais que várias amigas que já tive.

- Isso foi bem legal...

- Posso te dar uma carona? Acho que está chovendo...

- Pode...

            No carro Iasmin dirigindo com atenção comentou:

- André te contou que estava em um momento ruim com minha irmã?

- Um pouco por cima.

- Ele é possessivo\, ciumento e controlador\, Clarice depois da faculdade pareceu se tornar uma pessoa mais livre e eles discutiram bastante\, na última briga Clara pediu a chave do apartamento e me deu\, acredita que até hoje não tive coragem de ir lá sozinha\, só fui junto a polícia...

- André parece amar sua irmã de um jeito tão raro\, não consigo imaginar esse comportamento machista

nele...

- Eu também não via\, até Clara me dar as chaves e me contar tudo.

- Que complicado...

- Ele era meu principal suspeito até surgir você\, e agora minha cabeça está uma bagunça\, até parece que você é mais nossa vitima que culpada por algo.

- É estranho que isso esteja acontecendo comigo\, obrigada por ter sido legal hoje – agradeceu Catherine saindo do carro.

- Até mais – sorriu Iasmin sem jeito.

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Comments

Flora 🌹

Flora 🌹

André é o meu suspeito número um no momento

2023-12-23

4

Cecilia geralda Geralda ramos

Cecilia geralda Geralda ramos

André ser controlador possessivo é começa um verdadeiro suspeito.

2023-09-25

3

Thayza Santana

Thayza Santana

Podemos dizer que irá nascer uma amizade disso ai ?

2020-06-25

2

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