Ele atirou, espatifou o espelho que ficava preso a parede sobre o lavatório, André com os olhos arregalados e tremendo perguntou reconhecendo Catherine:
- O que você faz aqui?
- A culpa é minha – respondeu Louise saindo detrás da cortina – Por favor, guarda essa arma.
- Por que você tem uma arma? – perguntou Catherine o vendo guardar a arma na cintura e a esconder com sua camisa.
- Meu pai é do exército.
- O que faz aqui André? – perguntou Louise tentando parar de tremer.
- Vamos conversar na sala, esse lugar pequeno está me deixando tenso – ele respondeu saindo do banheiro.
As duas saíram o seguindo, ele sentou no meio das duas e contou:
- Estou agoniado com a demora para acharem algo da Lari, eu vim procurar.
- Nós também – revelou Louise prendendo seus cabelos negros, longos e caracolados.
- Acharam alguma cosia?
- Nada – respondeu Catherine rapidamente.
- Eu achei essa pulseira, tem algumas iniciais gravadas.
André tirou a pulseira das mãos de Louise, olhou bem, na parte interna estava escrito “com amor R.S.” ele começou a chorar e comentou:
- Será que ela me traía?
- Ah que horror, não pense isso! – pediu Catherine, ela nunca tinha visto um homem tão sensível, não sabia como reagir, mesmo sabendo que naqueles arquivos indicavam que possivelmente Clarice teria o traído.
- Sei que vocês brigaram, ela me contou, foi a última coisa que ela me falou – revelou Louise o deixando bem surpreso – Mas ela te ama muito, impossível que tivesse coragem em te trair.
- Então de quem são essas iniciais?
- Pode ser da Roberta, o nome dela é Roberta Silva – respondeu Catherine.
- Não... Roberta odeia pulseiras – avisou Louise tentando não colocar palha na fogueira.
- Eu preciso me arrumar para o trabalho, não achamos nada além dessa pulseira, melhor vocês tentarem vir em outro momento – avisou Catherine tentando diminuir a tensão e pronta para se retirar.
- Eu estou de carro, vou levar vocês e hoje eu também retorno ao trabalho – avisou André.
- Que ótima notícia – disse Catherine o abraçando.
- Do que você trabalha André?
- Em um estúdio de música, cuido das mixagens – ele respondeu seguindo Louise e ela para saída do apartamento.
- Que legal.
- Eu também costumava a achar legal, eu vou levar vocês meninas.
- Me leve para a igreja combinei de ajudar minha mãe.
- Certo.
- Minha casa é aqui perto, posso pegar um ônibus, não se preocupe – disse Catherine caminhando com eles na portaria.
- De jeito nenhum, aceite a carona – pediu Louise indo para o banco detrás.
- Por que não vai na frente?
- Era o lugar da Lari – respondeu Louise ficando corada.
Catherine entrou no carro, ela reparou bem na igreja em que Louise foi deixada, André dirigindo com bastante cuidado perguntou:
- Louise te contou alguma coisa?
- Não, por quê?
- É que ela é a melhor amiga da Lari, eu queria saber se ela não esconde algo mais só para me poupar por ser o namorado.
- Acha mesmo que ela te pouparia? Acabou de te mostrar uma pulseira suspeita e te deixou com ela.
- Tem razão.
- Pode estacionar aqui – pediu Catherine o vendo parar de frente ao prédio que mora.
- Desculpe pela arma, não queria ter assustado vocês.
- Tudo bem, mas te aconselho a não sair armado – disse Catherine tirando os cintos.
- Até depois.
- Até depois e bom retorno ao trabalho.
Assim que ela entrou em casa, ficou olhando para o e-mail e tinha uma resposta assim “disque em seu telefone quando chegar 2020”, ela discou e deu direto na linha do hacker:
- Você está bem?
- Sim, eu achei algumas coisas no apartamento e peguei, achei dentro de uma gaveta com fundo falso, uma carta, um diário e uma foto cortada.
- Já leu?
- Não, André apareceu do nada no apartamento, ele estava uma arma quase matou Louise porque ele pensou que o apartamento tinha sido invadido, foi um susto e tanto.
- O que ele fazia lá?
- Ele tinha ido buscar por mais repostas como Louise.
- Que coincidência.
- Louise achou uma pulseira com a frase gravada “com amor R. S.”.
- Roberta não gosta de pulseiras, quem poderia ser...
- André discutiu com Clarice antes dela sumir e acha que ela o traiu.
- Bom isso também achamos... Quero foto de cada página do diário.
- Certo, eu preciso me arrumar para o trabalho.
- Vá e fico no aguardo de notícias.
Catherine levou o diário para o trabalho, deixou sua colega de trabalho Fernanda no balcão, enquanto ela ficou na área de recebimento de novos livros para os cadastrar antes de colocar na prateleira, sentada atrás das caixas e tirou fotos do diário, ele tinha apenas 21 páginas escritas, ele era relativamente novo, era do início do mês passado. Catherine enviou as fotos par seu e-mail, depois sua atenção foi chamada para a última página artística, era de um dia antes do seu desaparecimento:
São 16h, estou aqui na minha
escrivaninha olhando a árvore que fica em frente à minha janela, o céu está
claro e está relativamente calor.
O tempo não está tão quente como o
meu coração, eu sempre fui de ter grandes decisões, mas essa é uma das que mais
me assusta, toda hora meu coração está disparado, minhas mãos soam, parece até
que sinto medo, mas não é isso, eu estou com raiva, estou ansiosa e por sorte
tenho alguém para me ajudar.
Depois que eu descobrir quem está
seguindo a mim e aos meus amigos, juro que vou decidir sobre o meu futuro, acho
que não pertenço mais aqui, sinto que não quero mais aquela faculdade, minha
vida é distante daqui e acho que vou fugir ou criar uma boa história.
Querido diário, amanhã eu volto
como uma nova mulher.
O tempo tinha passado tão rápido para Catherine, já era metade do seu expediente e não tinha feito nada,
Fernanda entrou perguntando:
- Pode cobrir a frente, eu vou tomar um lanche e depois é a sua vez.
- Claro.
- Nossa os livros ainda estão na caixa?
- Ah sim, Tom me pediu para verificar outras coisas sobre os livros – mentiu Catherine colocando o diário discretamente no bolso do avental.
- Tom confia muito em você.
- E isso é bom ou ruim?
- Acho que é bom.
Uma pessoa com foto de Urso que parecia furioso, mandou uma mensagem para ela e tinha o nome de Urso:
- Você está me mandando as fotos do seu trabalho?
- Não sabia que Ursos tinham celular.
- É o hacker.
- Não conheço você – ela bloqueou o número, se fosse realmente o hacker ligaria para ela ao noitecer.
Ao chegar em casa, pontualmente o telefone ligou e ela atendeu o rude hacker:
- Sua idiota me desbloqueia.
- Eu vou puxar seu CPF do número e descobrir quem você é.
- Quanta dedicação, até parece que faz isso de graça.
- Você é irônico, sarcástico e um pé no saco sem senso de humor.
- Está descontando a raiva do seu trabalho idiota na biblioteca em mim?
- O único xingamento que conhece é “idiota”?
- Eu quero só que trabalhe e nunca mais leve algo de Clarice para fora da sua casa.
- Vou pensar se te obedeço.
- Sabe que isso é perigoso e se um dos amigos dela ver, você vai ficar ainda mais suspeita.
- Tá, tá, tá, tá, por que ligou?
- Quero falar sobre o que você leu.
- Eu não li nada, somente o último dia, porque era o trecho mais curto...
- Leia dois dias antes.
- Por favor, eu tenho que limpar minha casa, eu não limpo desde quando falo com você, resume.
- Ok – ele respirou fundo parecia irritado – É o dia da suposta briga com André, ela conta das coisas que começaram a irritar, dos ciúmes dele e do tempo que ela pediu, o quanto ela sofreu por ele ter chorado...
- André me parece ter os sentimentos a flor da pele, eu o vejo muito triste e desconfiado, sabe lá como ele é com raiva e com uma arma na mão.
- Ficou com medo dele?
- Eu o impedi de atirar em Louise, eu tive mais medo de presenciar um assassinato do que ter medo dele.
- Você é corajosa, gosto disso.
- Eu as vezes não gosto muito, posso desligar?
- Pode – e ele a ouviu rapidamente bater o telefone.
Ela realmente precisava arrumar sua casa, tinha um balde de roupas para serem lavadas a esperando, sua casa pedia pelo aspirador de pó, o lixo estava transbordando e a louça quase não cabia mais na pia. Clarice depois que cuidou da casa, estava muito cansada, mas estava curiosa para ler o diário, o pegou da bolsa do trabalho e leu, estava quase dormindo quando achou uma pista chamada “Curupira”, ela digitou em um arquivo que tinha a dica “casa amaldiçoada”, ela abriu 11246 fotos da casa mal-assombrada, da lenda do curupira e tipos de notícias sobre ele.
Catherine desbloqueou o número em seu celular e mandou uma mensagem:
- Acho que Clarice era supersticiosa.
- Quem não seria ao ser perseguido?
- Em um minuto vai chegar o e-mail para você com muitas fotos, depois dessa vou ter pesadelos.
- Não seja supersticiosa também.
- Vou tentar.
- Descanse e só deixe que eu te chame, não mostre esse número para ninguém, ok?
- Está confiando em mim até agora, não vou te desapontar revelando seu número.
- Ótimo.
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Atualizado até capítulo 59
Comments
Flora 🌹
Nunca pensei no Curupira de uma forma assustadora
2023-12-23
4
Só sei que nada sei
autora me desculpa, não é reclamação nas só algo que me lembrei. Já joguei esse jogo 2 vezes e quando estava lendo tua história me lembrou muito o tal jogo. parece que foi baseado no jogo. Nada contra, amei jogar o jogo e estou amando ler a história. Em certos momentos prece uma história diferente e em outros coincide, não tem problema. E tem o lado bom que a sua história parece ser mais completa que o jogo. Enfim, obrigada pela história
2023-11-28
5
Cecilia geralda Geralda ramos
na verdade todos são suspeitos .
2023-09-25
3