Leonardo se mexeu na cama, totalmente incomodado, sentia muita dor em seu peito, que ardia conforme subia e descia no ritmo calmo de sua respiração. Quando abriu os olhos, eles se fecharam novamente por conta da claridade, mas logo ele os forçou abertos e notou que estava deitado em um quarto de hospital. Aparelhos apitavam, algo apertava seu dedo, sentiu algo em seu nariz e viu que estava com um acesso em seu braço, percebendo que estava tomando soro.
Ele olhou em volta, vendo um homem negro e alto parado de costas para ele, olhando pela janela. Leo tentou chamá-lo, mas sua garganta estava seca, causando uma crise de tosse, quando ele forçou sua voz.
Com isso, o homem virou-se para ele, indo apressadamente até a mesinha ao lado esquerdo da cama, pegou um copo de água que havia ali e lhe ajudou a tomar.
— Obrigado. — Ele disse baixinho.
— Vou chamar o médico. — O homem saiu depressa, deixando Leonardo sozinho naquele quarto.
Ele olhou para o acesso onde pingava um soro, em seguida olhou para seu peito nu, vendo um curativo manchado de sangue. Leonardo ergueu sua mão livre tocando o ferimento e se lembrando do que havia acontecido. Ele havia levado um tiro.
A porta abre e o homem retorna acompanhado de um médico que se aproxima dele.
— Oi, eu sou o Dr. Iago, como se sente? —Ele pergunta enquanto checava os sinais vitais de Leonardo, que piscou, nitidamente não gostando de ver aquela luz forte em seus olhos.
— Bem, só com um pouco de dor no peito.
— Certo, isso é normal, vai sentir isso por alguns dias, se lembra do que houve?
— Sim.
— Qual seu nome rapaz? — O médico pergunta ainda o testando.
— Leonardo Guerrero.
— Ótimo, seus sinais vitais estão bons. Vou mantê-lo aqui até a noite e então te darei alta para se recuperar em casa.
Leonardo nota o médico anotar algo em sua prancheta. Estava achando estranho já estar sendo liberado dali, sabia que deveria ter passado por uma cirurgia para a retirada da bala, e já estava pronto para ganhar alta?
— A quanto tempo estou aqui? — Perguntou intrigado.
— Dois dias. — O Dr. respondeu de imediato.
Leonardo olhou para ele, totalmente surpreso com a resposta, dois dias? Lembrou-se então de seu pai e do homem pelo qual devia dinheiro, será que ele havia matado seu pai? Isso o deixou inquieto, mas se sentiu um pouco fraco para sair dali, então iria saber de outra forma.
O médico saiu e Leonardo olhou para o homem de terno que ainda ficou ali e que digitava algo em seu celular.
— Você trabalha para ele, não é?
O homem o olha sério e digita mais alguma coisa no celular e depois guarda o aparelho em seu bolso.
— Sim.
— Está aqui me vigiando para que eu não fuja?
— Não.
Leonardo ficou confuso com a resposta e prosseguiu com o interrogatório.
— Eu não entendo, então porque está aqui? Se não para me vigiar? Pode me dizer se o meu pai está bem?
— Frank pediu para protegê-lo. — O homem respondeu de forma curta apenas o que podia dizer.
— Me proteger? Porquê?
O homem finalmente soltou um breve sorriso e espiou pela janela como se estivesse vigiando algo.
— Você o salvou, ele só está agradecendo.
— Isso vai fazê-lo esquecer a dívida? — Leonardo perguntou esperançoso.
— Com certeza não, não misture as coisas rapaz.
Leonardo assentiu e se ajeitou na cama, ainda pensativo.
— Aonde ele está?
O homem o olhou parecendo impaciente.
— Isso não lhe diz respeito, mas se te anima, logo que sairmos daqui vamos encontrá-lo.
Leonardo não gostou nada de saber que teria que encontrar Frank ao sair dali. Ele queria apenas ir para sua casa, queria ver seu pai e voltar para sua vida. Pensou em seus empregos, será que seus patrões o manteriam trabalhando? Isso o deixou bem preocupado, mas ao mesmo tempo pensou que poderia ganhar mais tempo para arrumar o dinheiro devido seu ato estúpido e heroico.
— Por acaso sabe me dizer se meu pai está bem?
— Ele insistiu naquele questionamento, já que não havia ganhado uma resposta.
— Não sei.
— Você é sempre assim?
— Assim como? — O homem respondeu voltando a olhar pela janela.
— Monossilábico.
— E você é sempre assim? Tagarela?
Leonardo riu e notou um breve sorriso pelo canto esquerdo da boca do homem.
Ao chegar da noite, o médico deu alta para Leonardo, que sentou na cama doido para sair daquele quarto, mas olhando em volta não viu suas roupas. Ele usava apenas uma calça de pijama hospitalar e estava sem camiseta.
— Eu não tenho roupas para sair daqui. Não posso sair assim.
— Suas roupas estão a caminho. —
Aquele homem respondeu firme e sério como sempre.
Leonardo olhou para o homem que o acompanhava desde cedo, notando que ele ainda olhava pela janela, ele se levantou e caminhou até a janela parando ao seu lado.
— O que você tanto olha lá para fora?
O homem não lhe respondeu e Leonardo olhou para baixo, vendo as pessoas que passavam pela calçada, apressadas pela correria do fim do dia, não havia nada de estranho ali.
— Pode me dizer pelo menos o seu nome?
— Luiz.
Quando Leonardo ia puxar assunto, na intenção de saber mais sobre Luiz, a porta se abriu. Outro rapaz de terno entrou com uma sacola de loja na mão, seus cabelos ruivos chamavam atenção, assim como as sardas em seu rosto, ele parecia sério, assim como Luiz.
— Trouxe as roupas que me pediu Luiz.
Leonardo sem demora foi até o homem pegando a sacola e agradeceu, em seguida foi até o banheiro e vestiu as roupas que estavam ali. Uma calça de moletom azul marinho e camiseta preta. Calçou as meias brancas e o tênis aparentemente novo e de marca. Algo do qual ele nunca pôde ter.
— Podemos ir. — Ele disse decidido ao sair do banheiro.
Luiz e o outro rapaz o olharam e assentiram, em seguida saíram do quarto, acompanhando Leonardo que reparou que eles estavam sempre atentos, olhando tudo em volta, como se a qualquer momento algo fosse acontecer. Ele achou tudo isso estranho, mas resolveu não questionar.
Ao chegar lá fora havia um carro preto com os vidros filmados os aguardando. Leonardo entrou e Luiz sentou no banco da frente. Ao procurar o outro rapaz, ele já havia sumido. Assim que o carro saiu, Leonardo encostou a cabeça no banco olhando pela janela.
— Será que podem me levar para casa? Preciso ver meu pai, ele deve estar preocupado com o meu sumiço.
— Desculpe, temos que ir direto ao Sr. Gold.
Leonardo bufou e continuou olhando pelo vidro. A viagem do hospital até a mansão de Gold durou um pouco mais de uma hora e ele observou admirado, após entrarem pelo grande portão dourado e seguir por uma estrada arborizada.
Quando chegaram em frente a mansão, Leonardo não pôde não ficar chocado. Era enorme e linda, nunca havia visto alto tão grande e luxuoso a não ser por foto. A entrada possuía uma grande escada dupla e um enorme lustre. Luiz o guiou para uma grande porta entre as escadas e ao abrir, eles entraram em uma sala com lareira. Luiz saiu dizendo para ele aguardar e fechou a porta. Deixando Leonardo ali, deslumbrado com tudo a sua volta.
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Atualizado até capítulo 103
Comments
Loidy Ruth
Ata kkkk
2024-11-27
2
piripito
meu deus vou guardar essa palavra e usar sempre kkk gostei Vey kkk
2024-09-10
6
chatGPT
olá, eu me chamo Sr mar🤚🏻
2024-08-31
5