O ataque

Leonardo se debatia, tentando se soltar, e via a fúria nos olhos escuros de Frank. Finalmente, o homem o soltou, fazendo-o cair no chão. Leonardo levou as mãos ao pescoço, aliviando a dor e se levantou com dificuldade, ainda ofegante.

Frank ainda o observava com raiva, e Leonardo, sentindo a pressão, se aproximou novamente.

— Por favor, não faça nada com o meu pai. Deixe-me pagar a dívida aos poucos. — Leonardo implorou.

Frank soltou uma risada seca e estava prestes a responder quando uma confusão lá embaixo chamou sua atenção. Ambos se aproximaram da grade para observar o que estava acontecendo. Lá embaixo, uma verdadeira algazarra se desenrolava, com pessoas se empurrando e gritando.

— Eles estão armados. — Leonardo percebeu, observando os homens entre a multidão, apontando suas armas.

Frank, percebendo a gravidade da situação, puxou Leonardo para trás e os homens de Frank se movimentaram rapidamente. Dois desceram correndo as escadas, enquanto dois permaneceram na área VIP. As pessoas na área VIP, que já haviam testemunhado o caos, se encostaram na parede, afastando-se da grade, temendo que os tiros se dirigissem para cima.

De repente, tiros começaram a ser disparados. Todos se abaixaram instintivamente para se proteger. Leonardo olhava desesperadamente para as escadas. Um dos homens de Frank foi atingido e caiu, enquanto mais tiros foram disparados. O outro homem de terno desceu as escadas, e logo três dos homens que haviam invadido a boate chegaram à área VIP.

Ele olhou para trás e viu Frank com a arma em punho. Em um instante, um dos homens apontou a arma em direção a eles e disparou. Leonardo, em um ato desesperado, pulou na frente de Frank, e o tiro o atingiu em cheio no peito. A dor aguda se espalhou pelo seu corpo, e o ar lhe faltou. Seus joelhos cederam e ele caiu no chão. Tudo ao seu redor parecia acontecer em câmera lenta.

Frank, atônito, derrubou a mesa para se esconder e imediatamente começou a disparar contra os invasores. Com uma precisão impressionante, acertou dois dos homens antes de se refugiar novamente atrás da mesa, enquanto o último homem disparava mais tiros na sua direção e se aproximava.

Mais disparos ecoaram pela boate, desta vez vindos dos homens de Frank, que haviam retornado ao nível superior. Eles alvejaram o invasor, que caiu morto imediatamente.

A cena na boate era de terror absoluto, com as pessoas observando em choque. Frank levantou-se e foi até Leonardo, que estava caído no chão. Ele tocou o pulso do rapaz e notou seus batimentos fracos, observando o fluxo de sangue que manchava o chão ao redor de Leonardo. A situação estava crítica e, apesar de sua frieza habitual, a gravidade da situação parecia afetar Frank.

— Vamos, me ajudem a levar ele para o carro! — Frank ordenou, a voz cheia de urgência.

Ele pegou Leonardo nos braços, posicionando-o cuidadosamente em seu colo e o ergueu com cuidado. Frank saiu apressadamente pela saída de emergência nos fundos da boate, acompanhado por seus homens. Desceu com rapidez e colocou Leonardo no banco de trás do carro. Frank se sentou ao lado de Charles, o motorista, que imediatamente começou a dirigir, com mais dois carros seguindo atrás deles.

Ao chegar no hospital, Frank retirou Leonardo do carro e correu para dentro, gritando por ajuda.

— Precisamos de um médico aqui, rápido! — Frank clamou, sua voz carregada de desespero.

Leonardo foi levado para dentro da emergência, enquanto Frank se sentava na recepção, rodeado por seus seguranças. Apesar de sua frieza habitual e do fato de que poderia ter deixado Leonardo para morrer na área VIP, o ato de Leonardo em tomar um tiro por ele havia mudado a situação. Para Frank, agora era uma questão de honra salvar a vida daquele jovem.

Após algumas horas de espera, um médico saiu pela porta por onde havia levado Leonardo e começou a procurar por alguém. Frank, ao perceber a busca do médico, se levantou e foi ao seu encontro.

— Doutor, e quanto ao rapaz baleado? — Frank perguntou, a voz tensa e carregada de preocupação.

O médico reconheceu Frank, já que conhecia sua fama e sabia exatamente quem ele era. Ele ajustou os óculos e olhou para Frank.

— Sim, o senhor está com ele?

— Sim. Como ele está?

— Ele passou por uma cirurgia para a retirada da bala e seu estado é estável no momento. Gostaria de vê-lo? Ele já está no quarto, mas está dormindo.

— Não, não quero vê-lo. — Frank respondeu rapidamente. — Quero um de vocês acompanhando o rapaz enquanto ele estiver internado.

— Eu fico, senhor... — Disse o mais moreno dos seguranças, se oferecendo para a tarefa. Frank assentiu em concordância.

O médico olhou para Frank com uma expressão confusa, mas decidiu não questionar e encaminhou o segurança até o quarto de Leonardo.

— Bom, então vamos, vou levá-lo até o quarto. — O médico disse, se movendo para guiar o segurança.

— Luiz, quero informações sobre o quadro dele três vezes ao dia. — Frank ordenou, olhando-o com seriedade.

Luiz concordou e saiu com o médico, enquanto Frank se afastava com seus homens.

Frank entrou em seu carro e imediatamente ligou para seu braço direito, Roberto, que estava substituindo seu grande amigo Yan, atualmente em uma missão.

— Chefe, o senhor está bem? Já estou sabendo do ocorrido.

— Sim, e você já descobriu quem foi?

— Ainda não, estamos investigando. Temos uma suspeita.

— Quero saber quem está por trás desse ataque o quanto antes. Entendeu?

— Sim, senhor.

Frank desliga a ligação e reclina a cabeça no banco do carro. Em sua mente, a imagem de Leonardo entrando na frente da bala para protegê-lo continua a assombrá-lo. Frank sente uma estranha mistura de gratidão e perplexidade. Ele se pergunta o que poderia levar alguém a se sacrificar por um desconhecido, ainda mais alguém que estava ameaçando não só a sua vida, mas a de seu pai.

Não fazia sentido algum. Se Leonardo tivesse morrido, ele teria se livrado da dívida. A atitude do rapaz parecia um enigma, e Frank estava determinado a descobrir o que realmente motivava Leonardo a agir daquela forma.

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