L
eonardo chegou em casa extremamente frustrado. Seu pai estava sentado na sala, assistindo a um canal de esportes e segurando uma garrafa de vodca, já pela metade.
— Pai, já está bebendo de novo? — Leonardo perguntou, indignado.
— Não enche, Leonardo. — Tadeu respondeu, com a voz arrastada, evidenciando que estava embriagado.
— Não enche? Você está brincando comigo, não está? Quando pretendia me contar que hipotecou a casa? Só quando estivéssemos sendo despejados?
Tadeu o olhou surpreso e tomou mais um gole da bebida, resmungando algo que Leonardo não conseguiu entender.
— Pai, estou cansado disso. Não posso mais viver assim. Vou encontrar um jeito de te internar.
— Você é maluco, Leonardo. Eu não vou para lugar nenhum.
Ele se levantou do sofá, mas mal conseguiu se sustentar de pé, tanto pelo estado de embriaguez quanto pela dor das surras que havia recebido na noite anterior.
Leonardo respirou fundo e o encarou, ainda nervoso. Decidido a ignorar o conselho de sua mãe sobre pensar antes de falar, ele despejou toda a sua raiva.
— Você não entende o quanto está destruindo nossas vidas, pai! Já não consigo mais lidar com isso. Estou lutando contra tudo e todos para tentar salvar o que resta e você ainda insiste em destruir tudo com essa sua vida descontrolada!
Tadeu tentou se manter em pé, balançando-se para um lado e para o outro. Sua expressão era uma mistura de confusão e ressentimento, enquanto a bebida parecia aumentar sua resistência à confrontação.
— Você não sabe o que está falando. — Tadeu resmungou, tentando desviar o olhar. — Não é tão simples assim.
— Não é simples? — Leonardo gritou, a frustração estampada em seu rosto. — Olhe ao redor! Estamos à beira do caos. Eu tentei de tudo, mas você continua se afundando cada vez mais. É por sua causa que estamos nessa situação, e agora você nem sequer tem a decência de assumir a responsabilidade.
A tensão no ambiente era palpável, e Leonardo sentia a pressão de cada palavra que soltava, a raiva e a desesperança misturando-se em seu peito.
— JÁ CHEGA! EU NÃO AGUENTO MAIS ISSO! VOCÊ É UM BÊBADO NOJENTO, EU TENHO VERGONHA DE SER SEU FILHO! MINHA MÃE ESTARIA DECEPCIONADA. VOCÊ ESTÁ ACABANDO COM A SUA VIDA E ME LEVANDO JUNTO. EU NÃO CONSEGUI O DINHEIRO E, SABE DE UMA COISA? EU ESTOU PENSANDO EM PEGAR MINHAS COISAS E IR EMBORA, TE LARGAR AQUI PARA AQUELES VERMES TE DAREM O QUE VOCÊ MERECE!
Leonardo, com o rosto vermelho e os olhos cheios de lágrimas, soltou essas palavras com uma intensidade desesperada. A frustração e a tristeza dominaram sua voz, enquanto ele se preparava para lidar com a possibilidade de ter que abandonar seu pai e enfrentar o futuro sozinho.
Tadeu olhava para seu filho, totalmente espantado com aquela atitude e com as palavras que ouvira. Leonardo jamais havia alterado a voz com ele dessa maneira.
Leonardo foi para seu quarto e bateu a porta com força, encostando as costas na porta já fechada. Assim que disse aquelas palavras, ele se arrependeu, mas já estava dito; não havia nada que ele pudesse fazer. Ele andou de um lado ao outro pelo quarto, nervoso e tentando pensar em algo. Ao passar novamente ao lado da cômoda, viu o cartão preto com o nome escrito em letras douradas: “Frank Gold”. Ele o pegou e se sentou na cama, olhando-o pensativo, girando o cartão entre seus dedos.
— É isso. Vou até lá e vou pedir mais um tempo. Quem sabe eu consiga esse dinheiro.
Ele passou a tarde nervoso e trancado em seu quarto, totalmente sem fome. Quando os ponteiros do relógio em sua mesa de cabeceira marcaram 21:30, já arrumado, ele saiu passando por seu pai, que estava largado bêbado no sofá.
Leonardo caminhou até a avenida e chamou um táxi que passava. Apesar de estar apertado financeiramente, ele não queria caminhar até a boate. Assim que entrou no táxi, pediu ao motorista para levá-lo à Luxurious.
Ao descer do táxi, Leonardo observou a grande fachada da boate e as pessoas na fila. Não estava disposto a esperar na fila enorme e, ao sentir o cartão de Frank Gold no bolso, olhou para a porta onde havia um segurança grandalhão. Caminhou decidido até ele e, ao parar na frente do homem, mostrou o cartão com firmeza.
— Boa noite. O Sr. Frank me aguarda.
O segurança o olhou dos pés à cabeça e sorriu de uma forma que o deixou desconfortável, mas então deu passagem a Leonardo. Ele entrou na boate, aliviado por sua estratégia ter dado certo.
A boate estava lotada, o som alto e as batidas da música faziam seu corpo saltar, aumentando ainda mais sua ansiedade. As luzes piscavam por todo lado e ele passava entre as pessoas que dançavam animadas, mas para ele, essa noite não tinha nada de animada; ele precisava salvar a vida de seu pai. Parou no meio da multidão e olhou em volta, procurando pela área VIP. Logo, avistou Frank Gold, que estava em pé, olhando para baixo.
Leonardo avançou pela multidão até chegar à escada que dava acesso à área VIP. Um segurança o barrou na entrada. Lembrando-se do cartão no bolso, Leonardo o retirou e mostrou ao homem, falando alto para ser ouvido sobre o som da música.
— O Sr. Frank Gold me aguarda lá em cima! — Leonardo gritou, apontando para cima.
O segurança olhou para o cartão e, ao reconhecer sua validade, permitiu a entrada de Leonardo. Ele estava surpreso com o poder que aquele cartão parecia ter. Queria que ele fosse tão eficaz para resolver os problemas que seu pai estava causando.
Leonardo subiu as escadas e, ao chegar à área VIP, notou alguns políticos acompanhados por mulheres em seus colos. Ignorou a cena, refletindo sobre a sujeira do mundo. Caminhou até onde Frank Gold estava, mas dois homens o interceptaram, impedindo-o de se aproximar de Frank. Ao perceber a movimentação dos seus homens, Frank se virou e viu Leonardo parado ali.
— Deixem-no passar. — A voz de Frank ressoou forte e autoritária, como um trovão inesperado.
Os homens se afastaram, permitindo que Leonardo se aproximasse. Ele notou agora o tamanho e a robustez de Frank, que, além de ser extremamente alto, tinha um olhar sombrio que o deixava desconfortável.
— Conseguiu minha grana, Sr. Guerrero? — Frank perguntou, com uma expressão impassível.
Leonardo balançou a cabeça negativamente. Não havia conseguido o dinheiro, mas precisava tentar negociar um prazo maior.
— Não. Eu preciso de mais tempo, Sr. Gold.
Frank se aproximou, pegou Leonardo pelo pescoço e o prensou contra a parede. Seus pés deixaram o chão, e ele olhou desesperado ao redor, esperando que alguém interviesse. No entanto, todos pareciam alheios à situação, o que o deixou ainda mais angustiado.
Frank apertou o pescoço de Leonardo, que começou a ficar com o rosto avermelhado devido à falta de ar.
— Está de brincadeira com a minha cara? — Frank rosnou, sua voz carregada de raiva.
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Atualizado até capítulo 103
Comments
rosangela aparecida
Autora de Deus! não deixa ele maltratar o Leozinho não tadinho.😞
2025-01-12
1
Loidy Ruth
Cuidado com o que deseja neném.. /Chuckle/
2024-11-27
3
Edilaine Leticia
maravilhosa
2024-11-24
1