-Tyler? Quando fui dormir você ainda não tinha voltado e quando acordei você não estava, achei que tivesse ido embora.
-Não, ainda estou aqui. -Olho de cima a baixo para a garota linda e cheirosa na minha frente. Tenho certeza que estou babando.
-Judith disse que meu comprador havia chegado e que era pra eu estar arrumada para encontrá-lo. Ele está aqui?
-Está. -Respondo sem saber o que dizer. Eu não consigo parar de olhar pra ela.
-Estou com medo. E se ele não gostar de mim? E se ele quiser consumar o casamento? E se ele for uma pessoa ruim?
-Ele é uma pessoa ruim, mas não vai machucar você e nem tocar em você.
-Como você sabe?
-Porque ele, sou eu. -Sorrio completamente sem graça e incapaz de olhar nos olhos verdes luminosos.
-Está dizendo que fui vendida pra você? -Ela arqueia as sobrancelhas surpresa.
-É uma longa história, podemos ir embora? -Resmungo ficando mal humorado.
-Claro! -Lucy sorri e não consegue esconder a empolgação na voz.
Eu não tive tempo de conversar com a menina antes de Judith se intrometer, provavelmente deve ter enchido a cabeça da menina de caraminholas e ideias românticas sobre ser vendida à um mafioso. Eu queria ter explicado à ela que só estou fazendo isso para mantê-la viva, afinal ela não merece morrer e eu não poderia matá-la. Agora provavelmente ela está cheia de falsas esperanças que eu vou ter que quebrar como se fosse um troglodita.
Finalmente livre pra voltar pra casa, porém com uma carga a mais, Oswald retorna para nos levar, sigo o caminho todo absorto em meus pensamentos, preciso comprar remédios e curativos pra cuidar da menina, limpar a sutura e tudo mais que for necessário. Aviso Oswald para ir até o centro da cidade.
-Ouça, garota. Eu vou na farmácia comprar algumas coisas pra você. Fique dentro do carro. Oswald vai me acompanhar.
-Eu não posso ir com vocês?
-Não, serei rápido.
-Eu vou ficar trancada e sozinha, de novo? Por favor, não faça isso.
-Lucy, você ainda está fraca, a cirurgia te deixou com uma anemia profunda por causa da perda de sangue e a situação que você estava antes. Pavlovic me deixou uma lista imensa de coisas e remédios pra você, não acho que seja uma boa ideia ficar exposta ao tempo e andando por aí com esse vestido que não vai te proteger. -Olho involuntariamente para as coxas expostas.
-Está bem, posso ligar o rádio?
-Faça o que quiser, só não saia do carro. Logo estaremos de volta.
Caminhamos apressados até Midtown e quando chegamos entrego um cartão de crédito nas mãos de Oswald, que me olha completamente confuso.
*Midown, Manhattan- NY*
-Oswald, você é meu braço direito e só por isso vou te fazer esse pedido. Sei que não é essa a sua função, mas quero que vá em algumas lojas e compre roupas para Lucy.
-Claro, ela parece muito com uma das minhas filhas, não sou muito bom nisso, mas posso pedir ajuda a elas.
-Seria ótimo, Oswald. Se demorar muito você fique à vontade pra comer o que quiser e pode comprar coisas pra você se desejar, ou para suas filhas, considere um pagamento por fazer algo tão fora da sua função.
-Sim, senhor. Obrigado.
-Eu vou voltar dirigindo, vou apenas na farmácia então você pode voltar de táxi, ou como preferir, Theo está de plantão hoje, se quiser pode ligar para ele te buscar. -Theo é meu segundo motorista e eu raramente preciso dele.
-Está bem, senhor. Pode ficar tranquilo, vá logo cuidar da garota. -Oswald sorri.
-Obrigado, amigo. E eu já lhe disse um milhão de vezes, pra você é apenas Ty!
-Não me sentiria confortável, senhor.
Reviro os olhos e aceno para Oswald, caminho até a primeira farmácia que vejo, compro gase, soro, bandaids, algodão, antisséptico, pomada, sulfato ferroso, vitaminas de diversos tipos, escovas de dente cor de rosa, imagino que mulheres gostem de tudo nessa cor, e mais um monte de coisas que eu acho que ela possa precisar, além das que me foram prescritas.
-Mais alguma coisa, senhor? -O atendente pergunta depois de passar todos os itens.
-Anticoncepcional. -Sim, eu não pretendo fazer nada com a moça, mas não posso deixar nenhuma sorte para o azar.
-Tem alguma preferência?
-Eu não tenho ideia, o que você disser que é melhor, eu levo. -Dou de ombros.
-Bem, esse aqui é bom, não tem muitos efeitos colaterais e também não tem pausa, ou seja, não há ovulação e o risco de gravidez é praticamente zero.
-Então põe uns 3 desse e algumas dessas barrinhas de ceral também.
Pago a compra e retorno praticamente correndo para o carro, não parecia que ia demorar tanto e o frio aqui fora está desesperador.
Quando chego, Lucy está apertando alguns botões do rádio, parecendo confusa e também assustada, ela relaxa visivelmente quando me vê.
-Tudo certo aí?
-Sim, eu estava procurando outra estação, você não tem nenhum CD e nenhum pendrive ou cartão de memória com músicas, as rádios não estão sintonizando bem. Desculpe fuçar assim no seu carro. -Ela se encolhe.
-Tudo bem. -Entro no carro e jogo as compras no banco de trás, Lucy se prepara para voltar pra trás junto com as compras e eu seguro seu tornozelo. -Fique aqui, no banco da frente. Precisamos conversar.
-E quanto à Oswald? -Ela se senta novamente e prende o sinto de segurança.
-Ele voltará mais tarde. Precisamos falar sobre esta situação. -Dou partida e saímos do estacionamento em direção à minha casa, nossa casa... Não, minha casa, mesmo, só minha...
-Eu não entendi porque você me comprou. -Ela dá de ombros.
-Serei honesto com você, Lucy. Mas preciso que preste atenção à cada palavra que eu disser.
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Atualizado até capítulo 110
Comments
Maria Lima De Souza
Ela é linda, tive uma irmã ruiva.
2025-03-19
6
Arlete Fernandes
Põe linda nisso é bela demais e ele tbm um pedaço de mal. Aninho!
2025-03-26
0
Rosana Carvalho
ele é muito engraçado jkkkkkkkkk
2025-03-24
0