Arriscar

...Da próxima vez que...

...pedir um café preto...

...você vai sentir o jeito...

...amargo com que ele te deixou...

...isso vai te fazer chorar...

...mas você nunca vai...

...trocar de bebida...

...você prefere ter as partes...

...mais sombrias dele...

...a não ter nada....

...— Rupi Kaur....

MOR ERGUEU UMA SOBRANCELHA.

— O que você quer dizer com isso? A minha bunda obviamente cresceu — sorriu, irônica.

   Levantou e deu uma rodadinha para ele, para que desse uma boa olhada. A mesma que ela tanto lutou para ter, no fim das contas frequentar a academia foi uma ótima ideia. Virou-se de frente para Dean, olhando sua expressão de aborrecimento, riu de gozação da sua cara.

— Não vir aqui para você me fazer de idiota, Mor. Comporte-se como uma mulher — disse, ríspido.

— Oh — fingiu uma expressão triste. — Estou magoada.

   Tragou, logo soltando a fumaça. Foi a passos lentos até a cozinha, sendo seguida de perto por Dean. Antes de aceitar ser a noiva de Jimin, Mor ainda se envolvia fisicamente com o seu ex, apesar disso, ele sempre se comportava assim no início, como se fosse um exemplo de puritano. Não entendia como se forçava há não resistir à ela, sendo que sempre acabava na sua cama. Ela chegou perto da pia, jogando sua bebida pelo ralo e deixando o copo em cima com o cigarro apagado dentro.

— A qual devo o prazer da sua bela visita a minha pessoa? — perguntou com sarcasmo.

— Não se preocupe, não vou demorar. Para ser sincero, só vir deixar Arte — respondeu, dando passos para trás, como se tivesse percebido agora o quanto tinha avançado o sinal.

— Não vá, querido. Você chegou agora, espere um pouco — deixou transparecer um sorriso fingido de malícia, chegando perto, vendo-o engoli em seco.

— Não. Seu marido pode chegar a qualquer momento — deu três passos para trás, vendo-a se aproximar como um tigre faminto.

— Como se você se importasse com isso, Dean — revirou os olhos. — da mesma forma que você não se importou em botar outra mulher na minha cama enquanto eu trabalhava.

— Você sempre se esforça para se lembrar disso, incrível como não supera essa merda — foi a vez dele de revirar os olhos.

— Claro que superei, amor. Estou até disposta a esquecer tudo se você me comer nessa mesa — Ela apontou para a mesa do seu lado, levantou o vestido, esticando seu corpo de uma forma que sua bunda ficasse bem empinada, dando uma bela vista do seu traseiro e da sua calcinha de renda preta.

Uma verdadeira provocação ardilosa dos diabos.

   Ela sabia disso, ele sabia disso. Dean abriu a boca diversas vezes para pronúnciar algo, porém acabou optando pelo silêncio e a observar o corpo perfeitamente esculpido da menor. Mor sempre foi uma mulher excepcional de todas as formas, certamente ele sempre soube que ela era demais para qualquer homem, não é atoa que até hoje não entendia os motivos que o fez a trair não uma nem duas vezes, mas várias.

— Que merda está acontecendo aqui, Adams? — Park adentrou a cozinha de repente, com o que pareceu um rugido, mandando calafrios pela espinha de Mor e molhando sua calcinha.

— Oi, Jimin! — se desencontou da mesa, acenando para ele, embora ele estivesse bem perto. — Você chegou na hora!

— Você está bêbada? — seus olhos estavam em chamas. — Você deu bebida para ela, seu merda?! — Dean virou-se para ele, ameaçadamente.

— Eu não tenho nada a ver com isso, quando cheguei aqui ela já estava bêbada — juntou suas mãos em frente ao corpo em forma de rendição.

— Então você se aproveitou do fato de ela está bêbada para querer come-la? — chegou ainda mais perto, fazendo Dean recuar com medo.

— Ela é adulta e é consciente das próprias ações, não tenho culpa se você arrumou uma puta.

   No momento que as palavras foram cuspidas, Jimin o acertou com um soco na boca, fazendo-o cambalear para trás com a mão no local.

— Qual é o seu problema?! — gritou.

— Saia daqui antes que eu mude de ideia e decida te bater mais um pouco!

   Sem reclamar, Dean saiu fuzilando os dois com os olhos. Quando ambos ouviram a porta se fechar, Park se virou para Mor que estava sentada em cima da mesma, observando seus pés balançar.

— Vai me explicar o que houve aqui?

— Foi divertido, não foi? Sempre sentir vontade de bater nele assim — Ela sorriu, mostrando todos os dentes, exibindo suas covinhas funda.

   Por um momento ele se perdeu da pergunta que havia feito ou da raiva que havia sentido minutos antes. Ele bateria, quebraria qualquer parte daquele homem se isso significasse que ele veria esse sorriso de novo.

— Você sabia que eu viria? — Perguntou.

— Não, mas se você não tivesse feito isso, eu teria — olhou para ele como se fosse uma criança fazendo travessuras, sua voz estava suave e ela parecia leve.

  Desceu de onde estava, abaixando seu vestido, à medida que se aproximava de Jimin, o mesmo passou as mãos pelos cabelos dela, os bagunçando como se fosse um cachorrinho e ele não soubesse acariciar lentamente.

— Por que não atendeu minhas ligações? — perguntou, doloroso.

   Ela se afastou, sentindo que suas expressões haviam ficado endurecidas de repente. Entretanto, não tinha como evitar, a forma como ela bloqueava seus sentimentos se tornou automática depois do que ocorreu com o seu último relacionamento. Estava claro que ele estava com raiva e ao mesmo tempo magoado, só não sabia o que demonstrar primeiro.

   Mor olhou fixamente para seu rosto perfeitamente esculpido, observando as expressões dele e notando o quanto aquele homem estava interessado nela. Ela sabia que estava agindo como uma idiota, mas não tinha como fingir que aquele trauma de merda de ser traída novamente não a afetava.

   A dor do coração sendo despedaçado ainda parecia vívida, em como a confiança foi estilhaçada, como se tudo que tivesse acontecido durante aqueles anos juntos tivesse sido uma mentira. E doeu, doeu por vários anos e ainda doía só de imaginar. Todavia, o fato que a mais machucava foi a forma em que ela se fez de cega para as atitudes dele, porque o amava e não queria o perder.

    Simplesmente desprezível, não havia palavras o suficiente para expressar o quanto ela sentiu nojo de si mesma e em como lembrar daquilo a fazia querer bater na sua própria cara, várias e várias vezes.

   Contudo, Jimin estava aqui, parado na frente dela, com suas emoções a mil porque queria saber o motivo de ela não ter atendido as ligações dele e não do fato de que ela estava há poucos minutos se exibindo para quem a machucou. Por que ele estava ignorando isso? Será que era porque realmente acreditava nela?

   Essa questão tinha que esperar, porque havia outro lugar que precisava da atenção dele, no momento que entrou na cozinha, quando sua bunda estava empinada.

   No fim das contas ela teria que se arriscar. Ou era tudo ou nada. E no momento ela o queria todo. Completo. Sem contratos ou acordos falsos.

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