Casa

...As companhias prestam muita atenção ao custo de fazer alguma coisa. Deviam preocupar-se mais com os custos de não fazer nada....

...— Philip Kotler....

   NO DIA SEGUINTE, MOR ENTRAVA COM SUAS MALAS para dentro da casa de Jimin. Casa não, mansão. Enorme, bonita e bem decorada, mas ainda sim na cabeça de Mor aquilo era só desperdício de dinheiro e um exagero total.

Por que uma pessoa que mora só iria querer uma mansão desse tamanho? Parecia solitário e medonho. Eize estava logo atrás da mãe, usando um vestido azul com bolinhas e uma tiara da mesma cor, enquanto segurava uma boneca de pano. Estava tão fofa que Mor sentia vontade de cheirar a menina por vários minutos.

— Nossa, ele parece ser bem rico, mamãe — Eize olhava para cima, admirada.

— Sua mãe também é bem rica e não precisa de uma casa desse tamanho.

— Pensei que rica fosse a vovó.

— Você também quer tirar uma com a minha cara? — Mor botou a mão no quadril.

— Não brigue com ela, não é como se ela estivesse errada. — Jimin se aproximou de Mor por trás, botando suas mãos na cintura dela e depositando um beijo em sua bochecha, deixando-a atordoada com o gesto.

— Mas o que diabos você está fazendo???? — se afastou dele como se tivesse sido queimada, Jimin sorriu de orelha à orelha. — Aí que nojo!!!!

Eize soltou uma gargalhada gostosa, chamando atenção dos dois.

— Mamãe não gosta de contato físico. Ela bateu no meu papai porque ele beijou ela.

Mor ficou tensa, Jimin direcionou o olhar para ela com a sobrancelha arqueada. Ele sabia que não deveria fazer qualquer pergunta sobre aquilo, então mudou de assunto:

— Ah, então você é a pequena Eize? — se aproximou da menininha, se ajoelhando para a ver melhor.

— Eu conheço você... — a pequena apertou os olhos, como se procurando em sua mente quem ele era, em poucos segundos seus olhos se abriram em choque, junto com a sua boca em um O. — Você é o Park!

— Oh, temos uma simpatizante de internet aqui —  Jimin sorriu irônico para Mor, que apenas cruzou os braços e revirou os olhos.

— Você é o amigo da mamãe?

— Não, eu sou o noivo dela — Jimin brincou, levantando-se em seguida e oferecendo a mão que ela logo pegou e os dois foram andando para dentro, uma Mor emburrada os seguindo logo atrás.

— Mamãe não namora — Eize inclinou a cabeça pra cima, para ver ele melhor.

— É por isso mesmo que não estamos namorando, estamos casando — Jimin sorriu para ela, piscando um olho, fazendo a pequena da uma risadinha cúmplice.

— Ahh — Eize não entendia a diferença de namoro e casamento, porém fingiu entender.

— Não querendo atrapalhar vocês dois, mas onde fica a cozinha? Preciso de cafeína e não estou com vontade de me perder.

Os dois pararam de andar e olharam para trás, ambos haviam esquecidos que ela estava alí. Jimin ficou de joelhos novamente e sussurrou algo no ouvido da menor que abriu um sorriso largo e assentiu com a cabeça antes de saí correndo.

— O que você disse pra ela? — Mor olhou para onde a filha estava indo, preocupada.

— Falei para ela ir ver o quarto dela.

— Ela não vai ficar comigo, o pai dela vem buscar ela amanhã, não precisava se preocupar com isso — Mor estava amarga de novo.

— E o quê que tem? Eu só quis dá um quarto para ela. Por que ela não pode ficar aqui? — Perguntou, franzino a testa.

— Ele ficou com a guarda dela depois que nos separamos. Enfim, vai me mostrar a cozinha ou não?

Jimin continuou olhando para ela, tentando decifrar o que se passava na cabeça da garota.

— Entendo — diz, decidindo da um tempo pra ela — Vamos.

Não fez mais perguntas, o que quer que tenha acontecido, ele teria muito tempo para descobrir.

...[...]...

— Sabe, eu aceitei entrar nisso, contudo eu ainda não sei os seus motivos — Mor estava sentada em uma cadeira, com uma xícara de café na mão, os olhos brilhando em curiosidade.

— Meus motivos? — Jimin pensou, um pouco confuso. — Marketing.

— Você poderia ter arrumado uma modelo, se fosse realmente o caso — deu um gole.

— Não são todas, óbvio, mas a maioria das modelos são terrivelmente... insuportáveis — Disse, cauteloso. — Não me entenda mal, eu não quero ficar com uma pessoa de mentira e depois ser obrigado a ouvir ela resmungando sobre algo 24hrs perto do meu ouvido.

— Eu sou justamente essa pessoa — Mor ergueu a sobrancelha.

Jimin sorriu para ela, negando com a cabeça. Ele sabia que só o fato de ter admitido isso a tornava diferente das outras, embora se ele dissesse isso em voz alta ela certamente negaria fervorosamente. Estava acostumado em ter que lidar com alguém que normalmente ele não conseguia entender, já que sua mãe era do mesmo jeito quando se tratava de demonstrar algo. Ainda sim, ele não conseguia deixar de se sentir frustrado por não a decifrar.

— Não é não — nega juntando suas mão em cima da mesa. — Você me ignora. Ainda lembro daquele almoço de quando nos conhecemos que você não me notou e quando notou, continuou me ignorando — riu, prazeroso.

Embora o almoço não tenha terminado da melhor forma, ele ainda conseguiu desfrutar de uma boa conversa com seus amigos que geralmente demorava meses para se ver novamente por causa de sua agenda lotada. E conhecer ela em meio disso foi melhor do que pensava, teve sorte de ela o ter aceitado, mesmo que tenha demorado meses com ela não atendendo suas ligações muito menos lendo suas mensagens. Ele sabia que nas ruas ela se escondia dele, era quase impossível não notar uma garota pequena correndo para trás de um arbusto na rua, mas ela não sabia disso.

— Estava ocupada me imaginando sentando em você — Mor fez sua melhor expressão de sedutora à medida que levava a caneca de café aos lábios, dando pequenos goles.

Jimin se engasgou com a saliva, tossindo algumas vezes, voltou o olhar para ela, surpreso.

— É-é sério isso?

— Claro que não, seu idiota — gargalhou.

— Ah, que pena — fingiu uma expressão triste. — Porque era isso que eu estava imaginando enquanto encarava você.

Tosse, tosse, tosse, tosse.

Mor não conseguia parar, até que finalmente se acalmou.

— Nojento — fez uma careta e se levantou, antes que seu rosto a denunciasse que estava envergonhada.

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