Ninguém

...Você diz que ama a chuva, mas você abre seu guarda-chuva quando chove. Você diz que ama o sol, mas você procura um ponto de sombra quando o sol brilha. Você diz que ama o vento, mas você fecha as janelas quando o vento sopra. É por isso que eu tenho medo. Você também diz que me ama....

...— William Shakespeare....

POV'S MOR.

   ACORDEI DEPOIS DE ALGUMAS HORAS.

Pela luz que atravessava minhas cortinas abertas, eu poderia chutar que deveria ser 10hrs. Me sentei na cama, olhando um ponto fixo na parede, esperando minha alma retornar para o corpo. Então me lembro dos acontecimentos de mais cedo e sinto-me estúpida.

— Mas que merda!! — pego meu travesseiro e cubro o meu rosto, gritando em seguida e me certificando que tenha saído abafado.

O que está acontecendo comigo? É um sentimento tão bom, mas ao mesmo tempo é tão assustador. Ele é bonito demais pra mim, sem contar que tem uma fila enorme de mulheres mais bonitas do que eu esperando apenas ele estalar os dedos para fazer o que ele mandasse.

O desgraçado me avisou sobre não se apaixonar por ele, contudo como quer que eu faça isso quando me beija daquela forma?

Ouvi risadas altas no quintal, retirei o travesseiro do rosto e me enrolando com o meu robe preto de seda me retirei do quarto, caminhando descalço pela mansão enorme, até que me encontrei no jardim de casa. A imagem que eu vi me tirou o fôlego, me deixando com o coração quentinho e emocionada. Park segurava minha filha pelas duas mãos, enquanto a rodava.

Continuei olhando a cena tentando guardar esse momento na minha mente. Acho que desde que tive Eize eu não me permitir mais a namoros sérios, tive medo que ela não se desse bem com os homens cujo eu já tive envolvimento que durou alguns anos ou que eles não a tratasse bem por não ser filha legítima deles.

— Veja só quem acordou, a bela adormecida — Park pegou Eize no colo e correu até aonde eu estava.

Meu sorriso deveria estar enorme, porque os olhos dele brilharam de felicidade assim como os da minha menina.

— Tio não para de me tratar como um bebê, diz pra ele que já sou uma mocinha, mamãe — Eize resmungou e Park a colocou no chão, sorrindo.

  Tio? Ergui minhas sobrancelhas em uma pergunta silenciosa para ele, o mesmo sorriu convencido dando de ombro.

— A culpa não é minha se você e sua mãe tem problemas com crescimento.

— Eu não vejo você carregando ela no colo, então por que só eu? — Eize cruzou os braços em frente o corpo, emburrada.

Antes que eu pudesse me defender e dizer que não tinha nada a ver com a briga deles dois, Park me pega no colo, me fazendo soltar um gritinho de surpresa.

Ouço Eize gargalhando.

— Mamãe você parece uma bebêzinha.

— Ah, é? Me solte, Jimin, eu vou pegar essa bolinha aqui e encher de cócegas — me movo, mas ele me aperta mais contra o corpo.

— Cadê o meu beijo?

Olhei para ele, surpresa. Meu coração bateu tão forte dentro do peito que eu podia ouvir o som frenético.

— Vocês vão se beijar? Eca! — Eize se virou de costas.

— Viu? Ela não está olhando, agora venha cá — ele inclinou seu rosto até o meu, seu hálito quente bateu em meu rosto me fazendo fechar os olhos automaticamente, esperando que seus lábios me satisfizesse.

  Uma buzina alta nos assusta e ele se afasta me botando no chão rapidamente.

— Desculpa, este é meu carro, preciso ir.

— Você volta quando? — perguntei, sentindo minha garganta fechar.

— Não sei, esses shows demoram alguns meses, mas prometo ligar quando puder — Ele me puxa, depositando um selinho nos meus lábios, me fazendo ansiar por mais.

Puxei sua grava, para que ele ficasse com o rosto na mesma altura que o meu.

— Opa!

O beijei com paixão, querendo mostrar para ele o quanto eu sentiria a sua falta. Separei seus lábios com a língua, adentrando a sua boca, tocando a dele timidamente. Não sei quanto tempo ficamos assim, mas ouvimos de novo a buzina, fazendo a gente se afastar.

— Eu te ligo — ele me dá um selinho e depois vai até Eize, abraçando a minha pequena. — Eu volto daqui um tempo, ok? Você tem o meu número, me ligue se sua mãe estiver sendo chata demais.

— Ei! — Reclamei e Eize riu.

— Pode deixar, titio — ela o abraçou forte, até que se soltaram e ele caminhou até o carro que estava estacionado na frente da mansão.

...[...]...

— Você está tão ferrada — Louis disse, colocando uma batatinha frita na boca.

Estávamos em uma lanchonete e eu havia contado tudo para ela, desde o contrato, até os beijos de hoje com o Jimin. Embora Louis seja fofoqueira, era a única amiga que eu tinha e podia contar, já que a minha irmã mais velha iria me matar se soubesse a verdade por trás desse noivado, que de verdadeiro não tem nada. Quer dizer, antes não tinha nada, mas agora tem os meus sentimentos confuso.

— Obrigada, você me ajudou muito — bufei, me jogando para trás na cadeira.

— Pelo menos agora a gente sabe que psicologia reversa realmente funciona com qualquer pessoa — riu. — O cara fala pra mina mais sem coração que eu conheço que é para ela não se apaixonar e o que ela faz? Se apaixona — ela rir da própria piada.

Choramigo.

— Eu não sei o que fazer, eu tô com medo de sair machucada nisso tudo — puxo o lóbulo da orelha.

— Oh, não. Disso você pode ficar tranquila, tenho certeza que quem vai saí com problemas nessa história é ele — comeu outra batata.

— Por que todo mundo pensa que a minha missão nesse mundo é fazer homens maravilhosos procurar um terapeuta? — resmunguei, revirando os olhos.

— É porque você precisa de um, mas não procura — piscou um olho pra mim. — Você tem certeza que está apaixonada e não com um enorme fogo no rabo só porque ele é um gostoso e, - o mais impressionante nessa história - porque você ainda não dormiu com ele?

— Eu já pensei sobre isso, mas acho que se fosse o caso eu teria sentido atração por ele desde o primeiro dia quando a gente se conheceu — digo, tamborilhando os dedos na superfície fria da mesa de mármore.

— Pelo amor de deus! Eu no seu lugar, sozinha naquela mansão, com aquele homem... menina — ela soltou um gemidinho. — Eu faria loucuras com aquele homem.

Eu rir.

— Se bem que eu já imaginava que daria nisso — bocejou, jogando a batatinha na cestinha com as outras. — Ele passou meses enchendo o saco do Robert para que vocês se visse novamente, e eu só conseguia pensar "coitado". Contudo, depois de ver aquela foto de vocês se beijando na internet, eu sentir que tinha mais coisa rolando...

— Foto da gente se beijando? Do que você está falando?

— Ué, daquela em que vocês estão em uma festa e você estava até com um vestido preto, muito bonito por sinal ok, sentada na perna dele — falou, simplória.

— Eu não beijei ele naquela festa... Eu acho — Eu estava surpresa, ele disse que não aconteceu nada naquele dia, por que mentiu pra mim?

— Garota você não olha a internet? Só tem vocês dois, 24hrs por dia.

— Eu parei de olhar as redes sociais, não aguentava ler os comentários — meu coração parecia que iria sair pela boca.

Ele me disse no início que esse noivado era puro marketing. Será que ele tem se aproximado mais, justamente para gerar mais polêmica e engrandecer o trabalho dele?

Sinto o celular vibrar no meu bolso, peguei e vi de quem era a chamada.

Park.

Continuei olhando a tela do celular, até que a ligação caiu na caixa postal.

— Quem é? — Lou perguntou.

— Ninguém — sorri para ela e levantei. — Vamos?

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!