Café

...Desceu até a pista, evitando olhá-la de frente, como se ela fosse o sol, mas, sol que era, também não precisava de a olhar para vê-la....

...— Liev Tolstói....

   COINCIDÊNCIA. ERA ISSO QUE TINHA QUE SE LEMBRAR DE FALAR.

Tudo não passava de uma presença improvável. Apenas um homem fazendo compras de brinquedos para seus sobrinhos com os quais não via há anos, mas tudo bem, ela não precisava saber dessa última parte, assim como também não precisava saber que havia perguntado para seus amigos onde ela estaria.

   Ele caminhou por entre os corredores, tentando não a perder de vista, decidindo qual seria a melhor abordagem. Poderia tentar uma aproximação casual, mas tinha certeza que ela faria de tudo para o assunto morrer. Mor levantou a caixinha de boneca para que pudesse a avaliar melhor; perguntando a si mesmo se valia a pena comprar algo que na outra semana Eize não saberia dizer onde deixou.

   Por fim, ela decidiu levar duas para o caso de isso acontecer. Jimin fingiu estar escolhendo carros de brinquedo, fazendo de tudo para que a mulher pequena não o notasse ainda. Entretanto, seu celular tocou e para o seu azar, não estava no silencioso. Ele virou-se rapidamente, atendendo quase de imediato.

— Alô? — sua voz sai apreensiva, baixando a cabeça para o caso alguém o ver e reconhecer.

— Senhor, onde você estar? Estamos o esperando já tem uma hora para tirar as fotos para a celebrity — Rodrigues também estava apreensivo, provavelmente não estava mais conseguindo dar desculpas para a ausência do cantor.

— Eu já estou indo, Rodrigues... Só preciso resolver...

— Jimin? — a voz de Mor o faz parar de falar abruptamente.

  Ele gela por alguns segundos.

— Senhor? Está tudo bem? — Rodrigues ainda estava em busca de uma resposta.

— Depois eu falo com você — avisa e encerra a ligação, tentando recompor sua postura. — Mor, oi! Como é que você está?

   Ela o avalia, parecendo desconfiada.

— Você está me seguindo? — indaga.

Ele arregala os olhos.

— Eu? Seguindo você?! Claro que não! — seus olhos desviaram rapidamente para os carrinhos de brinquedos ao seu lado e pegou um. — Só vir comprar um... Carrinho, sabe? M-meus sobrinhos insistiram que queriam um de presente.

Mor ainda estava desconfiada, porém não insistiu.

— Entendi — diz por fim. — Nos vemos por aí — se despede, passando ao lado dele.

— Espera! — praticamente grita, fazendo-a parar e o encarar como se fosse retardado. — V-você quer tomar um café comigo?

— Não — responde e vai embora, deixando Jimin sem reação.

Nunca havia sido tratado dessa forma, nem antes mesmo de ser famoso. As pessoas sempre davam um jeito de o agradar, independente do que ele fizesse. Mas agora, aparentemente, as coisas haviam mudado e ele tinha que se humilhar para uma garota muito menor do que ele, apenas para conseguir o que quer.

Contudo, não iria desistir assim tão fácil. Agora além da carreira que teria que manter, também tinha um coração para conquistar, pelo menos de forma amigável, embora ela o tenha interessado de todas as formas.

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