Era estranho, mais sentia‐me otima. havia feito todo o caminho em um só fôlego, e ainda tinha pique para correr uma maratona se fosse necessário. Na portaria não entendi quando um dos guardas perguntou:
— Tem certeza que é de carne e osso senhorita Megh? – o homem do outro lado da porta de vidro transparente pareceu estranhar minha presença ali.
Por não entender do que ele se referia, apenas sorrir dando-lhe bom dia como de costume, apontando o crachá para a câmera de monitoramento, após a liberação da passagem, segui direto para o meu andar, antes de abrir a porta da sala, ouvir uma voizinha atrás de mim, já sabendo quem era virei para cumprimenta‐la.
— Oi, bom dia!
A funcionária da limpeza, sorriu ao mesmo tempo que correu em minha direção parecendo esta muito alegre em ver‐me.
— Você está viva! – ela apalpou ‐me para ter certeza que estivesse mesmo me vendo, balancei a cabeça afirmando que sim, aquilo pareceu esquisito, retribuir o abraço com um pouco menos entusiasmo.
— Estive sumida por três dias, mais estou bem, obrigada, mais sim, estou bem viva!
— Nossa, que alívio! — com a mão no peito, ela parecia mesmo aliviada, coisa que não entendir.
— Acho que ninguém está mais feliz que eu mesma!
— Desculpe‐me! – voltou a se mostrar acanhada — é que o senhor Elói fez um comunicado avisando do seu acidente...
Já entendera, o Elói havia anunciado sua falta de sorte em cai no mar em plena tempestade, era mesmo sorte está viva.
— Ah! pois é, não foi dessa vez não, estranho é a guarda costeira não ter me encontrado no barco do Edhward – falei aquilo, mais para mim mesma
— Quem? Esta falando do rapaz salva vidas, o Edh?
Ela parecia conhecer‐lo bem, pois reparei que chamou o rapaz intimamente pelo apelido
— Acho que é esse mesmo! Ele estava no mar aquele dia...
— Ah que bom, o Edh é um bom rapaz, só é na dele, mais o importante é que você esteja bem, tenho certeza que ele cuidou bem de você.
Concordei com a cabeça, girei a maçaneta da porta abrindo a agradecir os cuidados da mulher lembrando que precisava trabalhar, ela entendeu mais antes que pudesse entrar na sala fui alertada:
— Sabe suas coisas? Não estão mais aí, – ela olhou para os lados como se estivesse com medo de ser pega falando aquilo — até achei que não era certo, deveriam ter enviado seus pertence para sua família, como a senhora Jéssica havia pedido...
— Como assim? — não precisei perguntar mais nada, já sabia quem dera a ordem, já que ele mesmo havia dado a notícia da minha morte. — o que ele fez com meus pertences?
— Não faço ideia! Mais deixei tudo em uma caixa em cima da mesa dele, como me ordenou.
Sair imediatamente procurando o Elói de sala em sala, minutos depois o encontrei conversando com o treinador de focas e golfinhos, um dos fucionarios que cuidava do aquário.
Assim que percebeu a minha presença parada de braços cruzados, aguardando que terminasse o assunto com o treinador, arqueou a sobrancelha, demonstrando um certo espanto, que logo se dissipou da sua face, voltando a ter aquele ar de superioridade e desprezo.
Detestava aquilo nele, talvez todo o conjunto fosse detestável. E era óbvio que ele achava o mesmo da minha presença.
— O que fez com minhas coisas? – fui logo indagando, assim que o funcionário se afastou para alimentar os animais
— Entao está de volta? – ele mostrou-se indiferente – Como sobreviveu?
— Alguém me resgatou a tempo, porque se dependesse da agilidade da guarda costeira...
— ora! A guarda costeira tem mais o que fazer, que ficar perdendo tempo com algo sem importância, além do mais não avia chance de alguém sobreviver aquela tempestade, era impossível, ninguém arriscaria muitas vidas saindo atrás de apenas uma, se encherga Megh!
— O quê? Como disse? – não acreditava no que ouvia, aquele homem era isento de sentimentos, era vazio sem qualquer demonstração de empatia. Decidida a não me importar com toda aquela escuridão que o envolvia, segurei a língua, controlando a raiva e a vontade de mandar ele se f*d*r, no fundo do inferno, não iria cair na pilha dele, não ganharia nada perdendo tempo discutindo. Olhando direto nos olhos do infeliz falei calmamente:
— Morta ou viva, voltei, e gostaria que devolvesse tudo que é meu, tenho horas para cumprir!
— Veja só! ,Você se acha muito importante não é mesmo filhote de cruz credo? — ele sorriu da minha cara, como se eu estivesse contado uma piada — Está certa, se esta viva, vamos trabalhar!
"Que ódio desse cara debochado"
O homem começou a fazer o caminho de volta para a área privada, o segui até a sua sala, onde ele me entregou a caixa, notei que o conteúdo já havia sido revirado devido a desordem que estava ali dentro.
olhei para o homem sentado em sua mesa demonstrando está incomodado com o meu retorno, antes de pensar em questionar o que ele procurava ali, Elói gesticulou apontando a porta
— Pronto, agora saia!
— Eu preciso...
— Saia já daqui! — dessa vez ele gritou, arremessando a garrafa térmica que estava sobre a mesa.
Confesso que até assustei‐me, dando um passo para trás. Me perguntava o porque ele estava agindo com tanto odio.
Retornei para a sala, reorganizei tudo no lugar. Na sala ao lado continuei dando andamento as pesquisas incompletas, onde trabalhei na dessecagem de alguns moluscos, e também de uma tartaruga, que fora encontrada sem vida no aquário, depois fiz todas as anotações do resultado conclusivo.
A tartaruga avia morrido de causas naturais, simplesmente morreu do nada, e pelo que soube, isso estava acontecendo rotineiramente com vários animais do aquário, inexplicavelmente.
***
Mais tarde alguém bateu na porta, sem mesmo olhar, autorizei a entrada, estava concentrada a olhar algumas amostras pelo microscópio
— Megh!
— Sim! – levantei o olhar ligeiramente, vendo a Glória em pé na entrada da porta esperando minha atenção
— O delivery chegou, o segurança interfonou para você descer, o rapaz da entrega está te esperando.
— Hummm, comida — sorri animada, levantando da frente do objeto.
Olhei a hora percebendo que já era meio-dia em ponto, estava faminta, não havia parado nem mesmo para fazer as necessidades básicas ou tomar um rápido café, tinha intenções de adiantar os trabalhos atrasados. Desliguei a tela do computador
— Já estou descendo, obrigada querida!
Glória retribuiu o sorriso e saiu fechando a porta.
Retirei o jaleco branco, e a touca protetora que mantinha os cabelos preso, segurei o smartphone em uma das mãos indo até o portão, enquanto aproximava mais e mais reconhecendo quem estava fazendo a entrega. Recostado em uma Honda Elite vermelha o Lian tinha um capacete em uma das mãos, na outra uma sacola térmica que ele estendeu assim que o cumprimentei, feliz por ver ‐lo ao mesmo tempo, surpresa.
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Atualizado até capítulo 51
Comments
Lyu Lima
tem coisa aí /CoolGuy/
2024-02-06
1
Lyu Lima
— Não me acho, dragossauro... quer dizer, Elói. 🤭
2024-02-06
1
Lyu Lima
Peraa aí... como assim? Que louco!/Curse/
2024-02-06
1