Abrir os olhos sentindo a brisa fria da noite, virei a cabeça estranhando o lugar que eu estava.
Sentei rapidamente na cama, tentando reconhecer o ambiente.
Percebir logo pelo leve balançar, que estava num barco, mas não caia a fixa de quem seria aquele barco, tinha absoluta certeza que não estava no mesmo que saira para o mar, com os pescadores, sentir a cabeça da um giro ao recordar do acidente que sofrera, não fazia ideia de quantos minutos passara desmaiada, e nem quem havia me socorrido, apenas estava grata, e aliviada por não ter morrido, lembrava vagamente do boto rosa a ajudar-me flutuar sobre as ondas, me protegendo com o seu corpo, uma imagem distorcida de um homem apareceu vagamente na lembrança, quais parecia ser de um sonho distante, a imagem vinha e ia distorcido como fumaça.
Olhando atenciosamente para o local, notando que aquele interior era bem organizado, e pelo que indicava, o dono passava muito tempo no barco, além da cama confortável e cheirosa, havia também uma cozinha equipada com o básico, uma mini geladeira um fogão e uma prateleira com poucos utensílios, o ambiente era minimalista, mais era agradável e cheirava a limpeza, na cabeceira da cama avia uma cômoda embutida, algum poucos cabides e poucas peça de roupa masculina penduradas, entre as peças, vi um colete salva vidas, o que me fez ficar aliviada, acreditando que estava em um barco da guarda marinha que os pescadores mandara para me resgatar, sentir ser a mais sortuda e abençoada por eles ter sido rápidos em me achar com vida. Decidida a agradecer aos meus salvadores, coloquei‐me de pé, pude então perceber que alguém havia tirado minhas roupas de mergulho, e me vestira com uma camisa masculina que mãis parecia um vestido em meu corpo magro.
Não entendi a necessidade daquilo, e com certeza pediria uma explicação, segurei na porta, antes de abrir‐la, ouvir passos leves vindo em minha direção, afastei dando um passo para trás, ao ver a porta se abrir e um homem entrar, ele pareceu surpreso em ver que eu estava de pé.
— Então você acordou! Como se sente?
— Espera! — falei mais surpresa ainda, reconhecendo‐o de imediato, aquele era sem sombra de dúvida o homem que vi na boate, e que parecia me perseguir em todos as festas, agora aquilo seria coincidência? – me perguntei, puxando a camisa para tentar me sentir mais decente, algo naquele olhar me deixava desconfortavel, sentia como se estivesse completamente despida, pensar aquilo me fez ruborizar, pois com certeza o homem ali já avia visto toda minha nudez, quando me trocaram as roupas — Merda! — espraguejei em voz alta, evitando criar a cena mentalmente, das minhas vergonha expostas, derrepente sentir que transpirava, revirei os olhos, olhando em todas as direções, menos para onde ele estava parado, me olhando com um ar de tranquilidade.
— Desculpe! — ouvir o falar, percebendo meu desconforto ao esticar a roupa — Precisei retirar a roupa de mergulho, você teve febre muito alta, precisava ficar o mais fria e confortável possível — ele mudou o olhar para outra direção e caminhou até a área da cozinha, colocou duas fatias de pão na torradeira — Não se preocupe, eu não vi nada!
— Ah que alívio! — falei torcendo os labios com sarcasmo — Se não foi você foi um dos outros!
— Estamos sozinhos! Eu não vi nada porque fiz com as luzes apagadas!
Ele disse aquilo, acreditando que eu ficaria despreocupada, mais não vir diferença, com ou sem luz, ele havia tocado todo meu corpo, e só Deus sabe lá o que mais ele fizera, pois não fazia ideia quanto tempo estive desacordada. Pensar aquilo me deixara com raiva, só conseguia pensar que o homem havia se aproveitado da minha inconsciência.
— Você falou que estamos sozinhos?
Abrir a porta olhando para cima, não ouvia nem um sinal de mais pessoas, tirando o barulho do vento soprando lá fora, era silêncio total.
— Sim! Você prefere as torradas com geleia ou ovos? — ele perguntou em seguida — Quer um suco, ou caputino?
— Eu não quero nada! — respondi, pouco importando com comida, não estava entendendo, como madaram ele sozinho em um resgate perigoso naquela tempestade? E como ele me encontrou tão rápido? — Voltando para dentro, demonstrei minhas desconfiança
— Você disse que estive febril, — parei atrás dele, enquanto observava colocar as torradas prontas no prato e as recheava com geleia de morango, em seguida encheu dois copos com suco de kiwi que pegara na geladeira
— Dois dias! — ele falou estendendo o prato em minha direção — Coma!
Arregalei os olhos
— Quer dizer que estamos no mar sozinhos a dois dias??
— Á três dias e três noites, melhor dizendo!
O homem sentou em uma cadeira, colada na barra de ferro ao lado da pia e mordeu a sua torrada que escorria a geleia
Eu segurava o prato que ele havia entregue, mais com o baque da notícia, deixei o lanche sobre a pia e sentei na cama com as mãos em volta da cabeça, preocupada.
— O que está acontecendo? Porque ainda estamos no mar? Estamos perdidos? — disparei a fazer perguntas, pois algo me dizia que algo errado não estava certo ali.
— Não precisa ter medo de mim! Jamais faria mal a alguém!
Me levantei e tive um pique de estresse, revelando meus pensamentos sobre aquele estranho
— Quer que confie em alguém que não conheço? Qualquer pessoa ver que tem algo errado aqui, como já se passou três dias e ainda estamos aqui? Você pretende o que comigo? Por acaso está me mantendo em cárcere? E o quê você fazia em alto mar em um temporal daqueles? Estava me seguindo? Como andou fazendo das outras vezes, em? Fala?
Fiz tantas perguntas e acusações que o homem ficou apenas ouvindo, depois falou calmo, com a voz suave
— Jamais te perseguir! E os nossos encontros, foram puramente acasos!
— Ah tá! Conta outra, você não parava de me perseguir com os olhos! — Falei ainda mais alto, em tom de acusação
— Eu poderia te dizer o mesmo! Mas vou te confessar que fui atraído por sua beleza, sentir algo especial em voce! Não é pecado admirar ou é? — O homem me olhou, depois finalizou as torradas em seguida bebeu o suco
— Eu só te olhei porque me olhou primeiro! Não tenho nem um interesse em você! — desabafei como quem não aceita ser pega na malineza, deixei bem claro que ele não me interessava em nada, mesmo achando ele muito bonito, afinal eu era lésbica e não cega, uma coisa não tinha nada a ver com a outra.— pensei segura da minha opção sexual.
— Está bem! Se te incomoda tanto, peço desculpas, e tentarei manter distância, isso não irá se repetir novamente! E perguntou o que eu fazia aqui? — ele pensou um pouco, e falou apontando para a cama — Como ver aqui, eu moro no barco, e trabalho como salva vidas, esse fim de semana tirei folga e sair para velejar, na volta dei de cara com a tempestarde, assim como você, creio que foi sorte ter te visto entre aquelas fortes ondas, e consegui te resgatar!
— Está certo! Vou me contentar com isso! Mas quanto o boto? Você chegou a ver?
— Boto? — falou em negação
— Sim! Tenho certeza que só estou viva, graças ao boto rosa que me manteve na superfície impedido de ser arrastada pelas ondas... E claro a você também ter aparecido na hora que fiquei inconsciente — falei com a voz mais branda, deixando de lado um pouco da desconfiança, afinal não sentia presença alguma de perigo, e eu devia a vida a ele, e com certeza avia arriscado a vida para me salvar nas águas violenta daquele dia — Obrigada por ter me ajudado — falei sem graça, percebendo os meu faróis acesos, por esta começando a sentir frio, e está completamente sem nada por baixo daquela camisa, queria muito que o homem parasse de olhar‐me, voltei a sentir o rosto queimado de vergonha.
— Não se preocupe! Faria por qualquer humano!
— Creio que sim! – falei, pegando o pão e dando uma mordida — Você não disse o que ainda estamos fazendo no mar? — terminei de comer rapidamente, percebendo que estava mesmo com fome, virei o suco saboreando em apenas duas grandes goladas.
— Sinto muito, isso não tem explicação! Ou melhor, tem — o homem fez uma pausa pensativo, apontou para o prato vazio, perguntando se eu queria mais, que neguei com gesto de cabeça, então ele continuou — Estava esperando que melhorasse, caso você voltasse em terra sonolenta, iriam te levar ao hospital, fazer exames, e de maneira alguma, podem saber o que corre em suas veias misturado aos seus glóbulos vermelho...
— Como assim? — indaguei assustada pela forma que ele fazia entender que me dera algo perigoso para tomar.
— Tinha muita água no seu pulmão! a única coisa que poderia te salvar era isso...
O salva vidas tirou um cordão do pescoço, nele havia um pingente que tinha um formato estranho, parecia uma garrafinha pequena com um líquido de duas cores dentro, vermelho em cima e azul em baixo, apesar de não ter divisória o conteúdo não se misturavam.
—... Esse elixir das águas turvas que te salvou! Por isso tenho algo para te pedir!
Ele falou com o olhar fixo nos meus buscando confiança
— O que é isso? — indaguei curiosa
— É um elixir, você acredita em magia?
"Na verdade não" — Pensei em dizer, mais fiquei calada, e deixei prosseguir com o mistério
— Isso vai modificar suas células, seu sangue não é mais como antes, nunca mais precisará ir em um hospital, te imploro que jamais em impotese alguma deixe alguém examinar seu sangue!
Ele foi bem intenso e insistente, mesmo sem intender o que ele dizia, concordei, como se estivesse em um certo transe.
— O que aconteceria, caso eles...
— Você estaria em perigo, eu estaria e todos que conhecermos, podem perder a vida!
— Nossa que responsabilidade! — sorrir para descontrair — Está certo, eu prometo, pode confiar em mim!
— Eu sei, que posso!
O homem sorriu aliviado, e se aproximou, levantou meus cabelos soltos e passou o cordão sobre meu pescoço
— Esse ficara sobre sua proteção! Caso algum dia venha senti‐se doente, pingue apenas uma gota na água sem qualquer resíduo de cloro ou outro componente, água pura natural, então beba, jamais tire isso de perto do seu corpo, será como seu amuleto da sorte, e não se preocupe que ele se torna praticamente invisível aos olhos de quem não o toma, e quem usa isso são pessoas do coração bondoso, e se algum dia o perder, me avise imediatamente!
Com tantas exigências me sentia a guardiã da vida eterna, pensei sorrindo por dentro, mãos concordei com tudo
— Agora poderemos voltar para o mundo dos mortais? — perguntei em tom brincalhão, ele também sorriu e confirmou balançando a cabeça.
— Então donzela, não precisamos necessariamente ser amigos, mais seria bom saber o seu nome!
— Ah! Mais é claro! — concordei — Me chamo Megh jan castro! — limpei a mão na camisa prata tirar os farelos do pão e estendir a mão, que ele segurou
— Muito prazer Megh! Eu sou Edhward Sullivan!
Estávamos muito perto um do outro, observei haver uma tatuagem bem discreta em seu pescoço, mais evitei olhar longamente os detalhes do seu corpo, os cabelos longos estavam soltos, encobria parte da figura, sentia que a estatura física dele intimidava-me um pouco, além daqueles olhos penetrante, figura masculina alguma havia me feito sentir aquelas sensações estranhas, procurei afastar-me, esticando novamente a camisa.
— A suas roupas estão limpas e sacas — levantou o dedo aprontando para uma das gavetas da cômoda — Está ali, acho que vai ficar mais confortável com elas, não é?
Não precisei responder, peguei‐as, e ele saiu para me dar privacidade para vestir.
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Atualizado até capítulo 51
Comments
Lyu Lima
Deusss, quanta curiosidade, essa história está MT misteriosa
2024-01-26
1
Lyu Lima
Ele deve ser o boto
2024-01-26
1
Lyu Lima
Melhor fingir simpatia e quando estiver segura aí sim faça as indagações
2024-01-26
1