Capítulo 18

Dylan

Faz uma semana desde que eu encontrei as minhas meninas e que elas estão em minha casa.

E uma semana também do meu casamento com a Nadine, nesse meio tempo percebi que ela me evita o quanto pode, e fiquei com raiva quando vi que ela está procurando manter uma distância maior que no primeiro dia, se a casa não fosse minha provavelmente ela nem me cumprimentaria.

Finalmente descobri o motivo do seu afastamento, e só descobrir isso porque sem querer, totalmente sem pretensão alguma o celular da minha secretária ficou com as mensagens aberta em sua mesa enquanto ela pegava um documento importante para mim, deslizei o dedo muito sem querer pela tela que afirmo já estava ligada e vi que ela contou para as meninas sobre o cheiro feminino que eu exalava quando cheguei em casa em uma determinada manhã, para o meu bem eu vou ignorar completamente a mensagem que dizia sobre um certo delegado, também agradeço mentalmente ele não gostar de ir em minha casa, estou muito bem sem ele conhecer a minha deusa.

Por que as mulheres têm mania de falar para as amigas sobre o que as incomodam e não conversam com o parceiro? Fiquei incomodado com isso, uma questão tão fácil de se resolver e ela preferiu ficar calada.

A minha filha assim como a minha joaninha tem preenchido o meu coração com algo que eu não sabia que eu viveria um dia, talvez eu seja muito tolo por sair por aí afirmando que eu tinha alergia a filhos e que crianças não faziam parte de quem eu era.

De certo que eu provavelmente não teria tentado se não fosse com elas, talvez o fato de eu ter gostado delas desde o primeiro instante ajudou muito a dissipar metade do medo que eu sentia em ter uma família, sim ainda tenho medo e muito.

infelizmente ainda não pude falar com a Alexya, quando ela me ligou foi apenas para dizer que pegou um desfile de última hora, e desligou sem antes deixar que eu dê início ao assunto, e em outra vez quando ela percebeu que o assunto era sério inventou qualquer coisa, eu não sou tão canalha assim para dizer o que eu pretendo por mensagens.

Jantamos os três com minha pequena joaninha fazendo bico e bufando a todo momento, tão pouca idade e tão cheia de vontades, ela tem muito mais da irmã do que eu pensei, ela não diz o que quer ela fica fazendo caras e bocas até alguém perguntar o que ela quer, então cansado disso, eu decido perguntar o que ela quer, mesmo sabendo que se for um dinossauro eu vou fazer de tudo para realizar as suas vontades

- O que foi joaninha? – pergunto e ela me solta o colher que comia a sua sopa e me olha com os olhinhos pidões – você sabe que pode pedir qualquer coisa, não é?

- Dylan – a patroa me repreende eu pisco para ela, hoje está mais linda do que ontem, e eu tenho certeza de que amanhã vai estar mais do que hoje. Qualquer sinal de que eu a desejo ela fica corada, porém não cede aproximação alguma.

- O que foi Nadine? Não acredito que minha joaninha vá pedir algo de mirabolante – eu digo dando de ombros, eu gosto de contrariá-la.

– tio Didi, eu quero voltar para a escolinha ter amigos – ela diz fazendo um biquinho, eu tinha noção do quanto ela se sente sozinha, Antonella não pode trazer Matheo todos os dias para brincar, afinal ela tem dois bebês que dão muito trabalho.

– Se você tomar a sua sopa toda o tio vai levar você para a sala de cinema para a gente assistir um filme juntos, ok? – mudo de assunto, quero conversar coma a Nadine hoje, e não é bom que ela fique com raiva, pelo menos não agora, mas antes da Flora falar sobre a escola eu já estava pensando em colocá-la em uma escola porque percebo o quanto ela se sente sozinha.

Após a minha promessa Flora comeu sua comida toda e rapidamente tive que fazer o combinado, não demorou e Nadine se juntou a nós com nossa filha em seu colo, eu a peguei em meus braços para sentir a nossa conexão de pai e filha que é tão incrível, ela sempre que está em meu colo não demora muito a dormir.

– Encantador de criancinhas – ouço ela dizer em meio a um sorriso, olho em seus olhos brilhantes e me vejo perdido em seu encanto.

– É o charme dos Foster – eu falo em um tom charmoso ela gargalha.

– Você me acordou nana– Flora resmunga em meu colo, sim tenho duas das minhas meninas em meus braços, só falta a minha esposa, e eu tenho certeza de que ela caberia.

– Oh meu amor, vamos para a cama – ela diz, mas já é tarde nossa joaninha já está dormindo.

– Pega a nossa Hope, eu levo a dorminhoca – eu aviso e ela faz o que eu peço, então curto um pouco da proximidade que nossos corpos ficam cada vez que eu pego Hope dos braços da mãe, ou quando ela pega nossa filha dos meus.

Não demoramos a acomodar as nossas crianças em suas camas e então eu saio arrastando a mãe da minha filha para o meu quarto, que é o lugar onde ela deveria dormir, ao meu lado, todas as noites em meus braços.

— Dylan o que você está fazendo? – ela pergunta com os olhos arregalados e com o peito subindo e descendo, ela está ofegante e nervosa, o seu rosto corado diz muita coisa.

– Te trazendo para uma conversa — eu digo passando a chave na porta, fazendo com que seus incríveis olhos castanhos dobrem de tamanho – tranquei só para garantir que você não vai fugir de mim.

– E porque eu fugiria de você? – devolve, ela é boa, prendo um riso.

– Digamos que o meu tamanho impressiona — devolvo chegando mais perto dela

– Então estamos falando do seu ego? – ela indaga inclinando o rosto para me olhar nos olhos.

– Essa doeu amor – digo falsamente ofendido – então do que tem medo?

– Eu não tenho medo de você Dylan, se eu tivesse eu não teria aceitado a sua proteção, muito menos teria casado com você – ela diz firme ainda me encarando, tão perto, é só eu me inclinar e beijá-la, aperto as minhas mãos para não cometer uma loucura.

– Então o que te impede de viver Nadine? – pergunto tentando me controlar e não desviar os olhos para os seus seios – por que você foge de mim? Nos demos muito bem meses atras, temos uma química incrível, temos uma filha, somos casados, por que não tentamos? Deixa-me fazer você feliz Nadine, sei que a gente não se ama, pelo menos não ainda, mas eu sinto coisas que eu nunca senti por ninguém, e eu sei que se nos conhecermos melhor vamos descobrir só o que já é obvio.

– O que é obvio Dylan? - ela diz passando a língua pelos lábios, a sua respiração falha, eu fecho os olhos tentando me controlar e não avançar sobre sua boca carnuda que implora para ser beijada, mas só vou fazer isso se ela permitir.

– Que você foi feita para mim, assim como eu fui para você, somos inevitáveis Nadine.

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