Capítulo 03

Onze meses depois 

Dias atuais 

Nadine

Mais um dia em que eu tento de todas as formas arrumar um emprego e não consigo, sem experiência e sem uma faculdade fica muito difícil, mas difícil ainda quando se acabou de sair de um resguardo a apenas três dias.

Eu já tinha um corpo que me fazia vestir quarenta, mas a chegada da minha princesa duplicou os meus seios e a minha bunda, fazendo eu usar quarenta e dois, talvez como ainda é recente eu perca algumas medidas, mas vai saber? Eve, minha melhor amiga tomou o mesmo anticoncepcional que eu estou fazendo uso agora, e ela engordou cinco quilos e parou porque o marido não queria que ela engordasse,  Mas acredito que vai de cada pessoa, uns engordam com o método outras não.

É isso, o caminho que eu pedi da minha mãe para ela iluminar não foi o da maternidade, mas acredito que foi o que ela pensou que seria a melhor solução para os meus problemas que já não eram poucos. Também a culpa foi minha assumo, eu não deveria ter dado confiança aos meus pensamentos impuros com aquele cretino do meu viking, meu não, sabe se lá de quem. 

Enquanto caminho apressada na chuva para ir até o metrô com a barriga faminta já se passa da hora do almoço, lembro da nossa noite intensa, da forma como ele se preocupou comigo na nossa primeira vez, e da forma como ele me tomou para si com selvageria nas outras vezes, tenho quase certeza que tínhamos usado camisinha em todas as vezes, mas olhar todos os dias para os olhos verdes da minha Hope me diz que eu talvez tenha sido irresponsável em algum momento, dois meses depois me dei conta de que estava grávida, foi uma luta, porque eu não tinha plano de saúde e estava desesperada, mas uma alma bondosa chamada Antonella me ajudou, graças a ela consegui as consultas e ter o meu bebê sem maiores custos, olhar para o seu número na minha agenda telefônica me dá uma sensação de egoísmo, porque eu nunca liguei para agradecer, mas eu não quero atrapalhar a sua vida, tenho certeza de que ela nem deve se lembrar de mim. E eu o guardo para Deus me livre acontecer uma emergência, sabe aquele episódio do desenho do pica-pau que ele pede uma ligação e liga para o tio Sam e grita "tio Sam, socorro" já me imaginei várias vezes fazendo isso, mas eu de forma alguma quero ser problema para os outros, principalmente para ela que me ajudou em um momento em que eu não sabia o que fazer, com um bebê em meu ventre que eu não sabia como eu iria cuidar. 

Trabalhei até o meu oitavo mês, quando a senhora Parker teve que vender o seu ponto, e o novo proprietário  demoliu o lugar, ela precisou voltar para o seu país para se tratar lá e ficar com a família, desde então eu estou desempregada, tive minha filha no tempo certo, mesmo tendo passado por tanta coisa. 

O meu padrasto quase me bateu quando descobriu que eu já estava grávida, e aos cinco meses, minha barriga demorou muito a aparecer e eu evitava a todo custo me encontrar com ele. Minha irmãzinha que agora tem quatro anos e frequenta a creche do bairro me deu forças para continuar naquela casa, quando eu ameacei o meu padrasto de que ia sair ele debochou da minha cara e disse que por ele tudo bem, mas que eu não iria levar Flora comigo. 

Procurei orientação e descobri que o infeliz tem razão, apesar de eu ter quase dezenove eu não posso sair de casa e levar minha irmã, sem dinheiro, sem um advogado, sem a autorização dele, sem nada, justiça de merda.

A bebedeira dele aumentou ele nunca encostou as mãos em nós, mas as agressões verbais são constantes, eu já não aguento mais, principalmente agora que eu parei de trabalhar e ele acha que eu estou contribuindo com pouco dentro de casa, segundo ele "não quer sustentar vagabund4" sendo que sou eu que sustento a casa, mas pela minha pequena flor eu faço tudo. 

Não vou deixar uma criança de quatro anos com um bêbado que não sabe nem fazer a porcaria de um café, não confio no seu olhar distante, não confio na sua presença, ele é daqueles que tem um olhar sombrio, os seus amigos de "farda" da época que ele era da polícia sempre se gabavam que Bernard não tinha pena de nenhum bandid0, do quanto ele era mal, toda vez que eu o encontro eu tenho uma sensação estranha de que algo ruim está para acontecer. 

Saio dos meus pensamentos quando o meu celular toca, sinto os pelinhos dos meus braços se arrepiarem, passo as mãos pelos braços como se pudesse conter a sensação estranha que sinto em cada vibração do celular. 

– Por favor volta – minha melhor amiga diz aos prantos, ouço um choro alto da minha filha e o meu coração se acelera, a minha respiração ficou descompassada, ela desliga rapidamente sem me dizer o que está acontecendo me deixando angustiada, nervosa, como eu já estou perto de casa e não vou conseguir esperar pacientemente pego o primeiro táxi rumo ao meu bairro sentindo o coração aflito.

Estou tão desesperada como não me sinto a tanto tempo, fecho os olhos e peço para que minha menina esteja bem, dona Mary teve que viajar para cuidar da irmã há um mês atrás, Eve, minha melhor amiga me ajuda como pode, principalmente de dia, que é quando o seu marido está trabalhando, ele nunca gostou de mim, desde os nossos quinze anos que ele "começou" a namorar com uma menor de idade e eu dizia que ela era muito nova, foi apenas essa a minha mensagem eu estava de luto, e quis proteger a minha amiga, ele tinha trinta e quatro na época, o quanto isso é errado? Se ela tivesse pelo menos dezoito, tudo bem, mas ela só tinha quinze, e ele faz questão de jogar na minha cara até hoje que eu não apoiei o casamento deles. 

Ela engravidou quando ia completar dezesseis anos, e até hoje não terminou os estudos, não julgaria se fosse algo que ela não quisesse fazer, mas eu via como ela gostava de estudar, admirava a forma como os seus olhos brilhavam quando  ela dizia que queria ser uma médica prestigiada. Hoje aos dezenove Eve tem dois filhos pequenos e está grávida do terceiro acabou de descobrir, só me resta apoiar e torcer pela sua felicidade. 

– Acha que aqui é creche senhora estudiosa? – Marcel Diz sarcástico assim que abre a porta para mim, graças a Deus está caindo apenas uns respingos a  chuva forte passou, mas o tempo está muito frio assim como o lugar que deveria ser o coração desse homem, eu o considero um escroto, ele é ignorante, trata minha amiga como se fosse uma empregada e mãe dele, não deixa ela fazer um mísero corte no cabelo, eu me entristeço por saber que ela considera isso normal 

– Desculpe Marcel, não vai se repetir – Eu digo encarando os seus olhos para mostrar que não tenho medo dele. 

– Não vai mesmo, a próxima vez eu coloco essa menina na rua – ele diz grosseiro deixando a porta aberta para que eu entre, a casa está em silêncio absoluto, eu me preocupo de imediato, sigo para o corredor dos quartos mas antes ele me para e me puxa para os seus braços, tento sair mais ele tem praticamente o dobro da minha altura, quando penso em gritar ele coloca as mãos em minha boca – Shi, shi, shi.  

Ele nunca fez isso, e a constatação de que pode acontecer algo terrível agora me causa um medo ainda maior, olho para o corredor temendo que Eve saia de lá com a minha filha e tudo se complique, penso em chutar as suas bolas mas o olhar de repreensão dele me deixa paralisada. 

– Essa Marra toda que você tem vai acabar, e eu vou estar na primeira fila, e acredite Nadine eu não vou pagar caro – Ele diz rindo, e eu não entendo o que quer dizer com isso, ele me solta e se afasta – Agora eu te dou um minuto para você tirar aquela criatura daqui e nunca mais voltar, falou tanto de mim que tá aí com um filho sem saber quem é o pai, espero que quando chegar a minha vez tenha pelo menos algumas pregas. 

Apesar do nojo que sinto, não fico parada, corro para o corredor e entro no quarto dos filhos da Eve, eu a encontro trocando a fralda da minha pequena Hope, ela tem os olhos vermelhos, quando me vê respira aliviada. 

– Por favor, não diz nada, apenas pegue-a e vá embora – Eve diz antes de eu abrir a minha boca. 

– Vem comigo Eve – peço pegando a minha filha em meu colo tendo certeza de que ela não deixou que Marcel machucasse a minha pequena esperança. 

– Não, o meu lugar é ao lado da minha família, ao lado do meu marido, só vai Nadine, por favor – ela diz me abraçando forte eu concordo sentindo o meu coração pesado, quando passo pela sala ele está limpando a sua arma ele me dar um sorriso sarcástico eu finjo ignorar enrolo bem a minha filha em sua manta e saio, ainda bem que é somente uma quadra a distância dos nossos prédios, não demora muito cheguei em casa. 

Flora passa o dia todo na creche, talvez eu coloque Hope lá vai ficar mais fácil arrumar um emprego, porém só aceitam crianças acima dos seis meses. Eu poderia procurar o pai, não é? Não vou sequer pensar nesse assunto agora. Ainda sentindo o meu coração na boca, entro em casa e sigo diretamente para o meu quarto, para tomar um banho e só então pensar em fazer algo para o almoço.  

Tiro a manta fria da minha filha e troco por outra vendo que ela continua dormindo, aproveito para tomar um banho antes que ela acorde e eu tenha que amamenta-lá, não tenho nem o direito de ficar chateada, triste e com medo do que aconteceu hoje, eu sou mãe e irmã, tenho contas e casa para me preocupar, oh céus quando a vida ficou tão complicada? 

Deitei na cama apenas para esticar as pernas e acordei meia hora depois com fome e aparentemente minha Hope também está, porque está se esgoelando toda, durante o dia cuidei dela e da casa com afinco, complicou na hora de buscar Flora na creche porque Hope parecia estar enjoadinha, a noite o meu padrasto não apareceu em casa e eu agradeci por isso, porque minha filha aparentemente estava adoecendo, eu não sabia se tentava acalentá-la ou se eu chorava junto. 

Na manhã seguinte, quando finalmente ela dormiu e minha irmãzinha ainda estava dormindo decidi ir na cozinha preparar o meu café e o dela, mas parei no corredor quando ouço o meu padrasto em seu quarto aparentemente falando com alguém ao telefone  

– Não, eu não vou estar em casa a noite e você vai poder vir pegá-las– Bernard diz e eu travo no lugar e suspendo a respiração para ele não notar a minha presença enquanto ouve a resposta de outra pessoa na linha – Não, no começo ela pode relutar mas como a boa vagabund4 que é vai se acostumar com o lugar facilmente – Nesse momento eu não entendo ou finjo não entender o que ele pretende, mas o meu coração parece querer parar,  – os caras são cheios da grana, acho que a gente deveria até ter pedido um valor maior pelas crianças. 

O homem bêbado que eu conhecia parece mais sóbrio do que já esteve na quase a vida inteira que eu o conheço, esse homem que está em seu quarto falando ao telefone com algum bandido tão ruim quanto ele eu desconheço, meu alerta diz que eu preciso fugir, quando ele se despede e desliga o telefone, eu corro para o meu quarto e me tranco lá, procuro uma bolsa e coloco todos os documentos que eu tenho, eu sempre guardei até o registro de nascimento da minha irmã, ainda bem por isso, coloco o essencial que cabe em minha bolsa, quando estou para terminar ouço batidas em minha porta, o meu coração para e tento me controlar para que ele não perceba que eu sei, dou algumas batidas em meu rosto para a cor voltar ao normal em seguida escondo a bolsa embaixo da minha cama e vou em direção a porta e abro. 

– Oi – Digo forçando a minha voz a sair, a ânsia de vômito é tanta que quase não controlo, procuro olhar em seus olhos para tentar encontrar um por cento que seja do homem pela qual minha mãe era "apaixonada" ela  acreditava que ele era amável, gentil, mas não encontro a bondade na qual ela se referia ao falar dele. 

– Está acontecendo alguma coisa?– perguntou fingindo preocupação e se eu não tivesse escutado a conversa de agora a pouco, acreditaria que ele está tentando ser educado e quer mudar. 

– Não porque?– Droga não sei disfarçar nada, o tremor em minha voz quase me denuncia.

– Você está com um semblante diferente – ele diz olhando no fundo dos meus olhos, eu o encaro e oro para que eu não vacile.

– Dormimos mal, Hope está com resfriado – Eu digo a verdade ele solta um palavrão, nesse momento forço os meus olhos a não derramar lágrimas, mas é impossível ao imaginar o que ele quer fazer conosco – Desculpe Bernard, eu realmente não dormir bem. 

Ele me olha procurando a mentira, nesse momento meu bebê começa a tossir, o meu coração de mãe se apertou porque foi irresponsabilidade minha ela é uma recém nascida ainda e já está prestes a ir para o hospital porque provavelmente o nariz está congestionado e o meu inalador está quebrado, o choro quer vir forte. 

– Tudo bem, faz um café para espantar o sono eu vou na padaria – ele diz, eu concordo e quando vou fechar a porta ele enfia a mão nela me impedindo – Deixe-a aberta, quando eu voltar quero ter uma conversa com a minha filha. 

Frisa bem a palavra minha filha como se dissesse que ela é dele e eu não posso fazer nada quanto isso, apenas concordo e corro para pegar minha filha, quando a pego no colo noto que ela está quente provavelmente uns trinta e oito de febre, não seguro o choro, quando ouço a porta da sala bater pego o meu celular e ligo para um taxista do bairro que dona Mary sempre usava graças a Deus o homem me atende de imediato e avisa que em três minutos estará aqui porque está perto, acordo Flora e não lhe dou tempo de fazer nada, com algumas roupas e documentos enfiados na minha pequena mochila eu deixo o prédio pela porta de trás, seguro o choro quando Flora começa a questionar o que está acontecendo, e para o taxista digo apenas que estou com medo do que pode acontecer com a minha filha, estamos indo primeiro para o hospital, nesse momento eu  só posso contar comigo mesmo. 

Já passa do horário do almoço quando a febre da Hope diminui, olhando a minha florzinha dormindo na cama ao lado da minha filha eu decido que é a hora de acionar o contato de emergência, até porque eu não tenho para onde ir, o dinheiro que eu tenho provavelmente não duraria uns dois meses sem trabalho. 

Só não sabia que com o contato de emergência vinha o homem que acreditava que nunca mais eu o veria. 

...----------------...

BOM DIA, BOA TARDE E BOA NOITE ❤

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DESDE JÁ AGRADEÇO ❤ 

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Comments

kamily victoria

kamily victoria

ela ficou grávida?

2024-05-04

2

Janice Muniz

Janice Muniz

estou lendo pela 2 vez. simplesmente maravilhosa.

2024-04-28

1

Deia

Deia

Isso Nadine liga pro seu contato 🥰🥰🥰🥰

2024-04-16

0

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84 Capítulo 84 créditos finais
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