Capítulo 07

Nadine 

No momento estou tão cansada que tudo o que eu quero agora é tomar um banho, dar um banho nas minhas meninas e dormir por um longo período, até a minha filha permitir, ou seja não é muito tempo mas para mim vai ser o suficiente, ainda mais ela estando doente com o nariz congestionado não vai ser um sono fácil. Com minha irmã Flora foi tão difícil quanto está sendo agora, mas com Flora tinha todo o peso do luto e eu era tão nova, era uma adolecente cuidando de um pequeno bebe recém nascido, mas eu fiz o que a minha mãe gostaria que eu fizesse, fui forte e cuidei de nós duas. 

Agora o peso de tudo o que eu ouvir de Bernard, tudo o que teria que enfrentar está sendo demais, tanto que não aguentei e pedir ajuda, e com ela veio ele… o homem o qual eu acreditei que nunca mais eu veria, não depois de tudo. 

Eu menti para as pessoas que estão me ajudando,se eu dissesse o que eu ouvir provavelmente me chamariam de louca, até porque quem é o pai que vende três pessoas? porque pelo pouco que eu entendi e só isso já é mais que o suficiente para que eu nunca mais queira ver o meu padrasto, pouco a pouco o que Marcel falou está fazendo sentido em minha cabeça, acredito que eles estão  nessa tramoia juntos e que queriam me largar em um prostíbulo. 

Só de pensar nisso tenho vontade de pegar Hope e Flora em meu colo e correr para muito longe com as minhas meninas, queria ter o poder de sumir porque sinto que aqui não é o suficiente, me parece ser tão perto, o que de fato é, a única diferença são os bairros, onde eu morava chamamos de subúrbio, e aqui é onde a nata nova iorquina mora, onde só pessoas com milhões em conta conseguem manter o custo de vida alto, penso em tudo o que ele pode proporcionar para a minha Hope e me alegro em saber que se algum dia qualquer coisa acontecer comigo ela terá o pai.. 

Percebi os olhares de Dylan em direção a nossa filha, ele não precisar de um dna para comprovar que ele em momento algum desconfiou que ela não seja dele me fez admirar um pouco. ele olha para a nossa menina com amor, mas também com medo, com saudade eu não sei do quê, mas também não estou no meu direito de questioná lo sobre isso agora. a minha irmãzinha nunca gostou da aproximação de Bernard, mas ver a forma que ela deixa Dylan se aproximar dela me passou confiança de que ele é alguém do bem. 

Eu aceitei a proposta louca dele de casamento porque eu sei que o que move o mundo é dinheiro e um sobrenome importante, e ele tem os dois e se com isso quer dizer que eu vou conseguir ter a guarda da minha irmã eu posso fazer o esforço de ter que aturar as mulheres dele, porque eu sei que ele deve ter um monte, lembro da forma animalesca com que faz amor e com certeza isso e o dinheiro que tem deve atrair bastante mulheres, espero que ele não tenha feito nada nessa cama onde está a nossa filha agora. 

A Bertha a qual pediu que eu também o chamasse pelo apelido carinhoso de babá, trouxe suco e um sanduíche para mim e minha irmã e pediu que eu fosse tomar um banho enquanto ela olhava as meninas. eu fiz o que ela pediu, ela não me questionou quem eu era, ou o que eu estou fazendo aqui, apenas me acolheu… 

Após sair do banheiro encontro Flora dormindo espalhada na cama enorme que tem nesse quarto, Bertha anda com Hope em seus braços fazendo um aconchego tão gostoso em seus poucos cabelos ralos que minha esperança está quase dormindo. 

– Coma primeiro minha querida, essa pequena leoa vai querer mais um pouquinho de leite – Ela comenta baixinho com um enorme sorriso no rosto, algo me diz que ela sabe que a pequena bebê em seu colo é filha do seu “menino” – e

Enquanto vocês descansam eu vou preparar uma sopa forte de músculo que Bárbara me ensinou. 

Ela comenta enquanto eu começo a comer, curiosa sobre quem deve ser Bárbara, mas acredito que deve ser uma senhora amiga dela, conversamos sobre o resfriado da Hope e ela me diz que tudo vai ficar bem, mesmo envergonhada peço mais um favor para que olhe as duas enquanto eu me acerto com o “menino Dylan” que irônico, de menino aquele lá só tem o sorriso travesso, ele está mais para viking…

– Entre – Ouço uma voz de comando assim que eu bato na porta que dona Bertha me avisou que era onde ele estaria – Nadine, pode descansar, amanhã antes de assinarmos os papéis de casamento conversaremos. 

– Porque está fazendo isso Dylan? – Vou direto ao ponto, assim que sento onde ele indica.

– O que você acha que eu estou fazendo, Nadine? – Ele devolve a pergunta encarando os meus olhos

– Não Dylan, não vamos começar a mentir aqui, sei que tem algo mais – eu o enfrento porque é notável que ele não está fazendo isso só porque é um cara legal, não sou ingênua a esse ponto e a última vez em que eu soube ele tinha alguém… 

– Você é a mãe da minha filha queria que eu deixasse vocês desamparadas? tudo o que eu quero Nadine é poder recuperar o tempo perdido e ajudar você, principalmente com a questão da guarda da Flora, se você tiver o meu dinheiro e o meu sobrenome ficará um pouco mais fácil para você conseguir isso – ele diz me olhando nos olhos, não sei se é por tudo o que eu passei essa manhã, ou na verdade todos esses anos, mas eu não consigo confiar, algo me diz que tem outra coisa envolvida. 

– Tudo bem Dylan – Eu confirmo olhando em volta, tudo é tão impessoal –  Ficaremos nesse casamento até eu conseguir a guarda da Flora, e até lá, você não poderá trazer as suas aventuras para debaixo do mesmo teto onde a sua filha dorme. 

– Você está falando isso realmente por ela ou  por você? – ele pergunta com um sorriso de lado, tão cínico e ao mesmo tempo tão lindo. 

– Por favor Dylan, seja o homem maduro que aparenta ser – Eu digo buscando um território seguro ele concorda

– Eu gosto como isso soa –  Ele diz agora me encarando de um modo diferente, de um jeito que esquenta o meu corpo, e eu nem havia percebido que estava com frio antes. 

– Isso o que Dylan? – perguntou em um fio de voz, mas reconhecendo a minha voz, não sei em que momento tudo mudou. 

– Nossa filha –  ele diz, e a primeira vez que ele pronuncia essas palavras, sorrir parecendo sentir o sabor doce que a frase teve, eu sorrio de volta gostando da forma carinhosa que disse. 

– Sim Dylan, nossa filha –  eu afirmo,e noto os seus olhos idênticos aos da nossa filha brilharem em um misto de nostalgia, ficamos nos encarando por um tempo, provavelmente cada um lembrando da forma como nossos corpos se conectaram, o celular dele nos desperta e ele ignora, mas o encantamento acabou. 

– era só isso que tinha para dizer? – ele pergunta após soltar um pigarro.

– Sim, e acrescentar que não quero o seu dinheiro – eu informo ele balança a cabeça concordando – Não vou ligar que tenha os seus casos porque você já está fazendo muito por mim e sei que deve ter alguém, só quero que respeite o local onde viveremos por um tempo. 

– Eu sei disso, se quisesse teria me procurado a um tempo atrás para exigir os seus direitos – ele diz e eu fico envergonhada, ah se ele soubesse… – E quanto aos meus casos, não se preocupe respeitarei a sua presença. 

– É só isso que eu peço dylan. que respeite o ambiente onde as crianças estão, e que me ajude, eu serei eternamente grata, prometo nunca atrapalhar a sua vida –  Eu falo olhando em seus olhos e noto que ele não gostou de alguma coisa, espero que durante esse tempo ele cumpra o que prometeu e não traga nenhuma mulher para dentro de casa, que fique em um hotel como ficamos na vez em que fizemos a nossa filha. E Se eu fosse me deixar levar pelos meus pensamentos e pela saudade, eu queria que ele não tivesse ninguém…..

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Presenteiam bastante, curte, e comentem para amanhã ter mais dois capítulos rsrs

Muito grata a todos ❤

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