Capítulo 10

Dylan

Eu confesso que foi difícil para mim dormir a noite, foi difícil não pensar em tudo o que aconteceu no dia de hoje, Nadine e toda a sua presença marcante e delicada me fez voltar no tempo, no quarto de hotel que não usei mais, confesso, não queria que nada apagasse da minha mente o que passamos lá, tentei ignorar que uma menina tivesse mexido comigo, tentei levar a vida festeira como eu fazia antes dela, mas sempre procurando no corpo de outras mulheres o prazer que o seu corpo me proporcionou, não encontrei e eu ficava me perguntando o porquê de nenhuma outra ter o seu cheiro, ter o seu sabor de melancia que até hoje não saiu dos meus lábios, e agora tendo ela tão perto de mim eu sei o motivo, não ah outra igual a ela, minha deusa, minha Afrodite é única.

De modo preocupado deixei a porta do meu quarto aberta para eu ouvir caso ela precise de ajuda com a nossa filha, e pelo menos umas três vezes Hope acordou, eu mesmo não querendo invadir a sua privacidade eu ia até o seu quarto e oferecia a minha pouca ajuda, ela aceitava ainda de modo tímido, Nadine tem um ar de garota atrevida no qual eu espero ver novamente assim como na boate, mas na verdade eu quero conhecer todos os seus lados.

Em certa hora da madrugada sentir uma sede horrível, olhei para a cabeceira da minha cama e infelizmente não tinha água, não iria conseguir voltar a dormir se eu não matasse a minha sede, então fui direto para a cozinha, na volta decido dar uma olhada em Hope quando ouço um chorinho que parece o dos gêmeos do Michel quando querem fazer manha

- O que é dessa vez minha Hope? – pergunto na porta do seu quarto e só então noto Nadine apagada abraçada a Flora e no canto entre travesseiros resmunga a minha filha, um bebê de um pouquinho mais de dois meses acorda tanto assim? Aposto que vai passar o dia dormindo, não é possível que não sinta sono.

- Eu estou fingindo que estou dormindo- Nadine sussurrou e eu me assustei, acreditei que ela estivesse dormindo

- E por que você está fazendo isso? - pergunto confuso

- Quando Flora era bebê eu fingia dormir e ela ficava quietinha e acabava pegando no sono novamente – ela diz dando de ombro, eu em que maluca, claro que só digo isso em pensamentos.

- E me deixa adivinhar, com a nossa filha não está funcionando? – pergunto e ela sorri negando

- Talvez ela tenha puxado para você- ela diz se sentando na cama, eu confesso que gostaria de levá-la para o meu quarto, olho para o relógio da parede e são quase quatro horas da manhã.

- Oh, isso eu não tenho a menor dúvidas, ela é linda- falo convencido e ela revira os olhos.

- Não estou falando disso, estou falando do seu lado festeiro, que gosta de passar a noite em boates - ela diz e eu sorrio malicioso

- Se eu me lembro bem, você também aguenta a noite toda – eu profiro nos lembrando da noite em que fizemos a nossa filha

- Por deus Dylan- ela diz envergonhada, olha para a nossa filha e muda para um assunto seguro – eu já a amamentei, mas até agora ela não voltou a dormir, e isso já tem uns vinte minutos.

- Eu fico com ela um pouco, está bem? - eu pergunto e ela parece pondera – cada minuto para mim é importante Nadine preciso recuperar o tempo perdido.

- Não foi tanto tempo assim- ela diz envergonhada

-Por que você não me procurou? - eu pergunto quero conversar com ela sobre isso, mas tenho em mente que ainda temos muito tempo – eu tinha o direito de saber, não é? Se não nos encontrássemos hoje, você um dia iria me procurar? - Pergunto temendo a resposta, ela encara os meus olhos não sei se analisando a minha reação, mas sinto como se eu precisasse da resposta dela, despois de conhecer e sentir o cheirinho da minha filha eu talvez não a perdoasse se demorasse tanto tempo para aparecer, é egoísmo da minha parte pensar isso talvez.

- Eu – quando ela começa a falar Hope chora e Nadine se apressa em pegá-la para que ela não chore e o nariz não fique congestionado – teremos tempo para falar disso Dylan, sei que deseja saber tudo sobre ela, mas eu ainda não me recuperei totalmente do que aconteceu podemos falar sobre isso depois?

- Claro tem razão – eu digo depois de engolir o bolo que se formou em minha garganta, talvez ela esteja evitando em dizer que nunca me procuraria – só tenha em mente que eu sei que você está mentindo para mim Nadine, mas...

- Você também está Dylan – ela me enfrenta com o olhar, não me deixou terminar a frase – acha que eu não acabei de dar um google em você e não vi várias fotos suas e de sua namorada?

- E vai casar comigo mesmo assim? - pergunto sem querer esse meu lado advogado que sempre devolve a pergunta, agora só me atrapalha, ela me olha magoada, se eu pudesse eu me daria um soco agora.

- Sai por favor, assim que o dia amanhecer eu vou embora, foi um erro ter vindo e aceitado a ajuda de um desconhecido – ela diz encarando firmemente os meus olhos, eu me sinto ofendido pela forma que diz desconhecido, mas sei que eu a machuquei primeiro.

- Nadine por favor – eu peço para tentar me desculpar, mas ela aponta para a porta

- Saia por favor, ou eu vou embora agora – ela diz e eu sei que ela não pode se estressar agora, então apena confirmo e vou para o meu quarto com vontade de chutar a primeira coisa que eu vejo pela frente, porém é uma droga de vaso pesado.

Fazer perguntas idiotas, ou machucar as pessoas é o que eu sei fazer de melhor, infelizmente foi o que eu aprendi durante os meus mais de trinta e seis anos, tenho aprendido muito com barbara e com Antonella que certas atitudes ou palavras machucam, antes eu as usava porque eu queria machucar as pessoas, eu não ligava para nada, pelo visto eu tenho muito oque aprender e o que deixar para trás, assim que o dia amanhecer eu vou me resolver com a Alexya e só então casar com a Nadine, eu sei que ela não vai desistir, não porque precisa de mim, e sim porque eu vou fazer com que não desista.

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