Capítulo 13

Dylan

Tento fazer algumas correções enquanto Nadine ler o acordo que preparei para nós, claro que nele eu a beneficiei de todas as formas possíveis, mas eu não poderia deixar de me proteger futuramente...

O seu perfume delicado me distrai de várias formas, na verdade só sua presença já me deixa fora de orbita, não posso ser assim, preciso ser um pouco comedido, apesar de que vou me esforçar para conquistá-la, Nadine não tem pretensão de ficar e é isso que me deixa atordoado nela.

Quando percebo ela assinando sem questionar nada sei que não leu todo o documento, seria o certo pedir para ela ler até o final, mas eu me controlo porque sei que vamos ter uma briga, mas é o certo Dylan, minha consciência grita, porém eu a calo.

- Mas alguma coisa senhor Dylan? - diz debochada, eu gosto que não sinta vergonha de mim, que não fique tímida em minha presença, mas agora estou com uma sensação de culpa.

- Não querida esposa – eu a provoco de volta fazendo minha deusa ficar corada, ela cora com tanta facilidade que me deixa cativo do seu charme – Antonella provavelmente irá passar aqui para ver como você está, e é possível que receba a visita de um furacão.

- Como assim? - ela arregala os olhos, tão inocente, mas já sofreu tanto, as vezes esqueço que só tem dezenove anos, tão pouca idade e tem uma carga enorme nas costas.

- Não se preocupe, é um furacãozinho inofensivo- eu digo sorrindo da sua cara de espanto – é uma amiga, ela também é minha secretaria.

Eu digo e ela arregala os olhos parecendo se lembrar de algo, e logo engole em seco e concorda, a nossa filha volta a chorar mais alto dessa vez eu me levanto com tudo assim como Nadine, e corremos em direção a porta, assim que chegamos à sala vejo Babá segurando a minha bebê enquanto tenta acalentá-la.

- desculpe Bertha, ela é uma pequena dragãozinho – Nadine diz tranquila quando percebe que nossa filha está somente com fome, mas eu fiquei desesperado, arranho a garganta e vejo que já estou atrasado para o trabalho, vou até onde ela está dou um beijo no meu bebê inalando seu cheirinho infantil, finjo ignorar que ela está no colo de sua mãe, não queria me afastar, mas é necessário, tenho um império para comandar, além do meu escritório de advocacia sou dono de todo o prédio de mais de vinte e cinco andares, assim como outros iguais a ele que possuo, nunca fiquei tão feliz em ter tanto dinheiro, mas agora que tenho uma família, estou contente por isso, só espero que ele não tome de mim as pessoas que eu amo novamente ou dessa vez eu não saberia o que fazer.

Sigo novamente para o meu escritório para pegar a minha pasta e os documentos assinados para mandar para o meu amigo do cartório, tenho certeza de que estou cometendo o maior deslize da minha vida em não impedir que ela não termine de ler, mas eu não vou voltar atras. Quando saio do escritório noto a minha joaninha em um canto encolhida com a cabeça entre os joelhos escondendo a sua chateação. Eu olho para a Nadine ela olha para a nossa filha e eu imediatamente entendo, eu dei atenção somente para a Hope, então Flora se sentiu excluída, imagino que o bastardo do seu pai não lhe dava atenção e eu sinto vontade de matá-lo por isso.

- Ei joaninha- eu digo após colocar a minha valise na mesinha de centro e me sento ao seu lado – o tio tem que ir trabalhar, tudo bem? – ela não diz nada e apenas concorda, eu me inclino e cheiro seus cabelos escuros como o de Nadine e percebo ela sorrir, esfrego minha barba em seu pescoço fazendo a minha pequena Flora gargalhar

- Para tio Didi – ela diz entre os risos, não preciso olhar para saber que as duas mulheres estão de olho na gente, mas agora é o meu momento “tio Didi”

- Peça para a vô babá – uso a forma como ela se referiu a Bertha – ir em meu escritório mais tarde quando você tomar banho para pegar um tablet dos que tem lá para você.

- Dylan – Nadine me recrimina, dou de ombros

- Ela é uma chata, não é? – eu sussurro, mas todas ouvem, Nadine fica injuriada, mas se ela acha que depois de ter me chamado de senhor eu vou facilitar para ela está muito enganada, e na hora certa vou mostrar a potência do senhor para ela.

- Não tire a autoridade da irmã dela Dylan Foster – Bertha diz firmemente, eu e a joaninha prendemos um riso

- Eu não estou tirando a autoridade dela, Flora ainda não tem brinquedos nessa casa, mas tarde eu peço para a minha assistente comprar e mandar entregar aqui, mas Nadine já tem muito trabalho com a minha filha e hoje é dia das meninas da limpeza, não é? – eu pergunto e ela concorda, o pessoal que faz a faxina da minha casa vem apenas três vezes na semana e sempre perto das nove quando eu já não estou em casa, digamos que eu não sou muito sociável. Bertha gosta de ficar de olho, ou seja, hoje ela vai estar muito ocupada.

Eu saí de casa depois de abraçar mais uma vez minhas meninas, infelizmente pela cara de raiva da Nadine ela não se inclui no minhas meninas por enquanto apenas. A vontade de ficar em casa é grande, agora eu entendo o meu amigo quando não consegue se desgrudar dos filhos e da esposa, era isso que eu queria? Sair de casa e desejar voltar no mesmo instante por não conseguir ficar afastado da minha família? me pergunto mentalmente.

- Gerard, vamos para a antiga casa de Nadine – eu aviso enquanto confiro a minha arma, tenho porte e fiz muitas aulas de tiros, sei manuseá-la como ninguém. Os outros seguranças vem atras, antes eu usava uma firma de um antigo cliente, hoje todos os meus seguranças são da empresa do Sean a qual ele abriu com Michel após alugar um andar no meu prédio comercial, apenas ah alguns andar do meu. Sean me manda uma mensagem confirmando que está a caminho.

- Senhor aquela área é perigosa – ele avisa enquanto dirige e eu sorrio

- Nós também somos- ele sorrir concordando, o meu ódio por aquele homem cresce ainda mais quando eu tenho a sensação de que Nadine me esconde alguma cosia sobre toda a sua fuga, mas seja o que for, eu irei descobrir, vou apoiá-la e protegê-la contra a maldade do mundo, eu penso.

Mas não protegeu ela de você, minha mente acusa.

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