Aquela é você

Quando me dei conta, já estava em um avião particular, indo só para Deus sabe onde. E por mais absurdo e maluco que fosse, algo me dizia que eu só precisava acompanhar eles, que eu precisava me jogar de vez naquela loucura sem medo. Apenas assim eu chegaria a razão de me sentir tão... Estranha? Entre os absurdos que aconteceram na últimas horas, foi o aparecimento DO NADA! De Gaby com Freya. Pior que o Henry tinha acabado de dizer para Freya buscar minha irmã, que teoricamente, deveria está naquela casa.

— O que pensa tanto? Estou vendo a hora sua cabeça explodir. — Henry brincou me puxando para seu colo quando já estávamos no jato a caminho de "Só Deus Sabe Onde".

— Eu? Pensando na últimas horas. — Respondi olhando para ele.

— Em que especificamente? — Henry perguntou enquanto brincava com meus cabelos. Estava claramente totalmente despreocupado. Na verdade, só eu estava preocupada, Gaby está virando whisky bebendo como se o mundo fosse acabar.

— Tudo. O que aconteceu entre nós. Aquele homem. Eu sonho com ele desde pequena. Nunca tinha visto ele, mas sempre apareceu nos meus sonhos. O que diabos eu sussurrei e porque ele caiu ao me ouvir falar aquelas palavras que não faço ideia do que seja. — Eu estava uma pilha de dúvidas e confusão. Não conseguia compreender nada, absolutamente nada do que havia acontecido. Não fazia nenhum sentido para ela.

— Já ouviu aquela frase bem conhecida, a ignorância é uma benção? — Henry perguntou parecendo preocupado.

— A ignorância nunca será benção, sempre será uma ameaça que deve ser combatida a todo momento. Na ignorância ficamos a mercê, por não saber o que realmente está acontecendo ou envolvidos. A verdade e sabedoria salva. Só medrosos se escondem atrás de mentiras ou omissões — Já tinha tido minha cota de mentiras e omissões por uma vida inteira. Se eu soubesse da verdade, tinha evitado muito sofrimento e decepção.

— E se a verdade for absurdamente louca e fantasiosa o suficiente para parecer mentira? — Henry estava com um sorriso divertido no rosto, parecia gostar da ideia do que iria me contar.

— Sempre gostei de conto de fadas, parecem divertidos. — Me pergunto se ele é um príncipe de um lugar distante.

— E se for algo bem longe de conto de fadas? Algo como um livro de terror ou suspense? Ainda acha que iria adorar? — Henry parecia sempre se divertir nas nossas conversas. Ele parecia tão leve.

— Mesmo que seja o pior dos filmes assustadores, a verdade ainda salvará bem mais do que a ignorância. Eu não saber a verdade não muda ela e uma hora ou outra bate na nossa porta, jogando a realidade nua e crua em nossa cara. Então, não me enrola, diz logo o que está me escondendo. — Ok. Eu sei. Podia ser um pouco mais paciente, mas meu lado curiosa não deixava isso acontecer.

— Certo. Podemos esperar ao menos aterrizar? Quando chegar em minha casa te conto toda verdade. — Henry parecia aceitado o fato que teria que me contar de uma forma ou de outra. Eu não iria abrir mão de verdade.

— Combinado, mas agora que falou isso, onde mesmo que estamos indo? — Perguntei olhando pela janela do jato.

— Você acabou de perceber que entrou em um jato com um total desconhecidos para um lugar que nem ao menos sabe onde é? Ah! Sua irmã está apagada de tanto que bebeu whisky. Parecia bem nervosa. Agora pelo menos está calma e em paz. — Henry disse enquanto apontava para minha irmã.

— Se eu disser que também não entendo? Mas algo dentro de mim, diz que posso confiar em você sem qualquer medo. Que esse é o caminho que devo seguir. Louco, né? Também acho. Eu não sei como posso simplesmente fazer isso... Não sei explicar ok? Quanto mais penso, mais louco parece e menos faz sentido. Então... Estou apenas seguindo meus sexto sentido. Sim, papo de limite. — Confessei, quanto mais eu falava, mais eu queria um canto para me enterrar. Era louco demais até para mim que estava falando.

— Você tem um ponto. Talvez apenas seguir seus sentidos primordiais seja o melhor que se pode fazer. — Henry gargalhou, não entendi a diversão, mas ele parecia ter gostado demais de falar sobre isso.

— Então... Se concordamos, pode me dizer qual é nosso destino? — perguntei curiosa. Ele enrolou e não disse nada.

— Desculpa, acabei esquecendo de responder, acabei entretido com você. Bom, de qualquer forma, estamos voltando para o nosso lar. Estamos indo para Nova Orleans. — Henry pareceu mais animado do que nunca quando se falava de Nova Orleans.

— Nova Orleans? Wow! Como assim? Isso é uma viagem internacional. Eu não tenho passaporte. Como conseguiu me fazer viajar? Serei presa e deportada. Isso é tão mais louco do que eu tinha imaginado — Eu confessei. Nunca nem imaginei saindo do país. Ainda mais de jatinho com um desconhecido.

— Não se preocupe. Usei meu charme. Ninguém consegue recusar um pedido carinhoso meu. Depois te ensino como fazer esse charme. — Henry brincou colocando o cinto — Coloque seu cinto. Estamos chegando em casa.

— Porque será que eu sinto que esse é só o começo de uma grande aventura? — Perguntei rindo.

— Garanto que aventura não vai te faltar. Só precisa me acompanhar. Emoção terá de sobra para você. — Henry respondeu me estendendo a mão.

— Estou ansiosa pelo que há de vir. — disse enquanto colocava o cinto e imaginava o que poderia vir daquele lugar.

Assim que aterrissamos, havia um carro preto nos esperando. Freya vinha rindo atrás de nós com Gaby cambaleando e cantando Evidências. Minha irmã é o maior perigo da minha vida. Eu tenho toda certeza disso. A mulher sabe nem onde está e ainda totalmente embriagada, cantando, ou melhor, gritando no meio do aeroporto.

Já no carro, Gaby apagou novamente, não vou mentir que fiquei aliviada, não aguentava mais ouvir a mesma parte da história de uma bêbada sem ritmo. Não demorou muito e o carro parou. Alguém abriu a porta do meu lado do carro. Desci do carro chocada com aquela casa, na verdade, podia dizer fácil que era um castelo.

— Bem-vinda ao lar. — Henry disse sorrindo descendo do carro e entrando na casa, acompanhei correndo atrás dele.

Assim que entrei na casa, dei de frente com um quadro enorme, era uma mulher, parecia antigo pela roupas que vestia, mas o que era mais estranho era a semelhança que essa mulher tinha comigo. O que diabos está acontecendo aqui?

— Bom, Freya, pode levar a Gabriela para o quarto de visitas. A nossa convidada está cheia de perguntas. — Henry disse enquanto apontava para o sofá.

— Algo me diz que a história toda vai correr em direção daquele quadro, daquela mulher. — Eu confessei um pouco triste, sabia que ele amava outra pessoa, mas estava confusa, se me doía mais ele amar outra mulher ou ela ser tão parecida comigo. Será que ficou comigo por lembrar ela?

— Claro, aquela mulher belíssima daquele quadro é você. Não tem como ir em outra direção. — Henry respondeu me deixando totalmente chocada.

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Comments

Regiane Pimenta

Regiane Pimenta

Glória a Deus história em outro pais é muito bom

2024-04-27

1

Maria Wanderléia Castro

Maria Wanderléia Castro

estou alucinando com essa história 😍😍💖💖💓💓💞💞

2023-02-02

1

Ana Karol Campos

Ana Karol Campos

ahhhh autoraaaaa poxaaa só 1 capítulo????? ahhhh😢😢😢

2022-11-19

1

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