Estava desnorteada, andando pelas ruas, ainda confusa. Não tinha a mínima ideia de como vim parar aqui. Acho que me perdi quando estava tentando achar algo para comer. Mesmo assim, tenho uma sensação estranha que estou esquecendo algo muito importante. Quando olho para frente, Gabi está na rua desesperada mostrando o celular para todos que passavam. Quando finalmente me vê.
— MELISSA! — Gabi gritou correndo em minha direção.
— Não grita. Todos estão olhando. Quanto drama, eu saí tem alguns minutos só. — Tentei acalmar o drama dela.
— Quê? Está louca? Faz bastante tempo. Aquela mulher louca fez algo com você? Eu não entendo o motivo que me fez obedecer o que ela disse. Quando me dei conta estava no meu quarto e havia passado horas que você tinha sumido. Fiquei desesperada. Procurei em todo hotel, na praia e nas ruas. Ninguém tinha te visto. O que ela fez com você? — Gabi perguntou, mas eu não compreendia o que ela havia dito.
— Quê? Que papo é esse. Acabei de sair para comprar um lanche, demorei porque me perdi. De que mulher você está falando? — Perguntei tentando entender de onde ela tirou essa ideia.
— A mulher que estava com o homem misterioso? Deve ter ficado com ciúmes porque você dormiu com ele. Me mandou do nada tomar banho, eu não sei porque obedeci e você ficou com ela. Quando me dei conta da sua ausência estava no nosso quarto. — Gabi me explicou e não fazia menor sentido o que dizia.
— Acho que você caiu no sono e sonhou tudo isso. Não teve mulher nenhuma, não dormi com ninguém. Chegamos da praia, você subiu para tomar banho e eu vim comprar algo para gente comer. E foi apenas isso. Tem certeza que não adormeceu? — perguntei para ela. Era a única explicação para esse delírio dela.
— Você bateu com a cabeça? Você saiu do quarto dele hoje pela manhã, tomamos café, teve a confusão toda no restaurante e ele mudou com o babaca do surfista que te atacou. — Gaby me olhava parecendo não entender o que eu estava falando.
— Sim, eu acordei hoje em outro quarto, mas não tinha ninguém lá. Lembro da confusão no restaurante, entretanto, não lembro quem nos ajudou. Acho que não prestei atenção, estava preocupada com você. — Expliquei puxando ela em direção do hotel.
— Lissa, tem algo errado. Nossas histórias não batem. E não sonhei com nada. O que aconteceu nesse tempo que você estava fora? Alguém se aproximou de você? Te deu algo para beber? — Gaby parecia preocupada comigo. Eu só não entendia o motivo para isso. Ela que deveria está preocupada por está confundindo sonho com realidade.
— Nada aconteceu, eu só me perdi e já estava voltando. — Tentei explicar a ela novamente, para tentar fazer ela se despreocupar.
— Não faz sentido. Você não podia esquecer o homem dos seus sonhos tão facilmente. Foi um encontro épico, inesperado. Aliás, você não tinha um encontro com ele hoje a noite? — Gaby insistia, mas por mais estranho e louco que pareça, quando ouvi "Homem misterioso", comecei a sentir uma dor forte na cabeça.
Quanto mais Gaby falava, mas a dor aumentava. Até que cai no chão não suportando, minha cabeça estava explodindo, eu gritava alto, desesperada com a dor. Parecia que estavam enfiando algo na minha cabeça. Não demorou muito e tudo ficou escuro. Eu perdi totalmente a consciência. Quando acordei estava em um quarto de hospital. A luz clara no meu olho me deixou desnorteada.
— Você está bem? — Gaby perguntou ao perceber que eu estava acordada.
— Sim. O que aconteceu? — Perguntei confusa.
— Estávamos conversando sobre o homem misterioso e você simplesmente apagou, mas antes disso você gritou horrores. Não tem ideia do meu desespero. — Gaby parecia realmente preocupada.
— O que os médicos disseram? — Realmente me lembrei da dor de cabeça.
— Não muito, disseram que até onde conseguem examinar com os aparelhos que tem aqui, que não são muitos e nada modernos, você está bem. Entretanto, indicaram que fosse levada ao hospital da capital para fazer uma bateria de exames completa. Por segurança, já que aqui não se pode examinar você completamente. — Gaby me explicou.
— O que faremos? — perguntei desnorteada. Meu final de semana de "despedida de noivado" tinha sido um total caos. Se somar todos os problemas da minha vida, não são tantos quantos consegui em apenas um final de semana. Nunca mais viajo com a louca da minha irmã. Vou acabar presa nesse ritmo.
— Vamos para capital. Lá tem praia do mesmo jeito. Você faz seus exames e ficamos relaxadas sobre isso. Você não apenas desmaiou como esqueceu algumas coisas. Precisamos examinar e ver se realmente está tudo bem. — Gabi não parecia deixar aberta a negociação.
— Quando vamos? — Não adiantava ser contrária a ideia. De uma forma ou de outra, ela me faria ir. Melhor economizar energia.
— Meu plano é você ter alta, vamos para o hotel, arrumamos nossas coisas e partimos para Natal. O médico me indicou alguns hospitais que poder fazer os exames que você precisa — Gabi me explicou
— E como vamos até lá? Não temos carro. — Era um problema ficar doente no meio de uma praia distante.
— Me disseram que posso ir em carros fretados, van ou tentar um Uber, mas o último é na sorte. Não tem muitos. — Gabi parecia ter pensado em tudo. O que era raro, ela era do estilo "deixa vida me levar".
— Vamos tentar o Uber, depois a van e por último o carro fretado. Que tal? — Sugeri. Me parecia a ordem mais segura. Gaby concordou.
Depois de planejar tudo, Gaby saiu em busca da minha alta. Quando voltou já foi com uma enfermeira, que logo tirou meu soro e fui liberada. Partimos direto para o hotel. Arrumamos nossas coisas e já estávamos descendo as escadas pedindo o Uber. Para minha surpresa e desespero, Arthur me esperava no final da escada.
— Melissa! Preciso te contar a verdade. Por favor, me ouve. As coisas são mais complicadas do que você imagina. — Arthur disse nervoso.
— Como? Alguém colocou uma arma na sua cabeça e te forçou a ir para cama dele? Foi ameaçado? Sua família? Não, certo? Eu nunca critiquei nenhum defeito sei, não me importava, aceitava e respeitava, entretanto, eu nunca vou perdoar traição. Se você não é leal a mim, não preciso de você ao meu lado. Agora saia da frente, preciso arrumar uma forma de ir ao hospital. — Eu empurrei ele da minha frente, estava bloqueando a passagem.
— O que você tem? Posso te levar. — Arthur se propôs, queria esfregar a cara dele no chão.
— Certo. Vamos com você. — Gaby concordou
— Quê? — perguntei chocada. Tive que segurar ela para não matar ele, não faz sentido.
— Eu não sei o que você tem. Pode ser grave ou leve. Quanto mais rápido a gente chegar a capital, melhor. Depois você grita, bate e esperneia com ele. Agora o foco é sua saudade. Onde está o carro, seu maldito traidor? — Gaby concordou, mas estava claro em sua voz o ódio que estava sentindo por ter que aceitar. Ela realmente tinha um ponto. Eu precisava aceitar.
— Então vamos. — Concordei seguindo Arthur, não tinha muitas opções.
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Atualizado até capítulo 36
Comments
Ivania Ferreira da Silva
ah me poupe...já estive em pipa...tem transporte sim... vários
2023-11-30
1
Joelma Oliveira
Ele ele vai tentar enrolar ela se novo. tomara q ela nao caia
2022-11-05
5